Conecte-se conosco

Acre

Acreano desaparece em cidade do RJ e família pede respostas: ‘Quero saber se meu filho está vivo ou morto’

Publicado

em

Por Tácita Muniz

Jovem está desaparecido no Rio de Janeiro  — Foto: Arquivo pessoal

Jovem está desaparecido no Rio de Janeiro — Foto: Arquivo pessoal

A família do jovem João Victor Silva de Oliveira,de 19 anos, tem passado por momentos de desespero há 4 dias desde que o jovem desapareceu em Macaé, no Rio de Janeiro. Familiares que moram em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, onde ele nasceu, clamam por respostas. A mãe dele, Eliana Andrade da Silva, que mora em Rio Branco, está desesperada sem saber o que realmente aconteceu com o filho.

João Victor saiu da cidade no interior do estado há cerca de dois meses. Segundo a família, ele tinha um relacionamento amoroso com um outro jovem que o convenceu a ir embora do estado.

Ao g1, a família encaminhou o boletim de ocorrência registrado na cidade do Rio de Janeiro registrando o desaparecimento do jovem. O comunicante é, segundo a família, o companheiro com quem ele morava.

No registro de ocorrência, o rapaz diz que João Victor foi até uma região chamada Bosque Azul comprar maconha e indica que teve informações de que ele estava morto por uma facção que domina a área.

“A versão dele é que meu sobrinho sumiu desde sexta, contando que a facção matou e agora tá contando que teve um tiroteio e ele foi morto e eu quero meu sobrinho de volta. Ele tem que dar conta, não é só dizer que morreu. A família está desesperada”, diz a tia Eliete Andrade da Silva, tia do Victor.

No RJ, a família conta que o jovem que está desaparecido era mantido pelo companheiro, que bancava a estadia dele na cidade. João Victor não tinha familiares fora do Acre a única pessoa que pode passar informações para a família é com quem ele tinha o relacionamento.

“Ele contou para nós que o Victor saiu para comprar maconha em uma favela e foi morto. Ele disse que viram no celular do Victor um monte de coisa de facção, mas o Victor não é de facção. Ele tinha um relacionamento com esse rapaz e não é de agora, toda família sabe que eles tinham um relacionamento amoroso. Já temos pelo menos três versões e ninguém sabe o que realmente aconteceu com meu sobrinho. A gente desconfia que ele está mentindo”, contou a tia.

João Victor é de Cruzeiro do Sul, no Acre, e estava no Rio de Janeiro há dois meses — Foto: Arquivo pessoal

João Victor é de Cruzeiro do Sul, no Acre, e estava no Rio de Janeiro há dois meses — Foto: Arquivo pessoal

‘Quero saber o que houve com meu filho’

 

João Victor, em Cruzeiro do Sul, vendia churrasquinho ajudando o pai. Segundo a família, há cerca de dois meses, o companheiro do jovem pediu que ele fosse morar junto com ele no Rio de Janeiro e bancou a mudança dele.

A mãe dele, Eliana da Silva, conta que nos últimos contatos que teve com o jovem, ele chorava muito e dizia que queria voltar para a cidade.

“Meu filho não era envolvido em facção. Estou desesperada, quero saber se meu filho está morto, se está vivo. Meu filho era tão conhecido, era uma pessoa muito boa. Dias antes de ele sumir, me ligou, disse que tava com saudade de mim, dos amigos e que ia ficar lá só um ano mesmo. Ele disse que me amava, foi a última vez que falei com meu filho”, conta a mãe bastante emocionada ao lembrar do único filho.

A mãe contou ainda que o companheiro do jovem passou a não responder mais a família. “Não dá mais retorno pra gente”, disse.

Estudante saiu de Cruzeiro do Sul em busca de oportunidade — Foto: Arquivo pessoal

Estudante saiu de Cruzeiro do Sul em busca de oportunidade — Foto: Arquivo pessoal

‘A gente vai descobrir o que aconteceu com o Victor’

A pessoa que morava com João Victor em Macaé, e que prefere não se identificar, disse que não existem versões diferentes. Que há apenas uma versão, que é a dada à Polícia Civil. Ele também destacou que o jovem havia feito algumas amizades no bairro e que relatou isso às autoridades.

A iniciativa de tirar o jovem de Cruzeiro do Sul, segundo ele, era para que ele pudesse ter mais oportunidades. Na noite do desaparecimento do jovem, o homem, que alega não ser namorado de João Victor e sim amigo e ter uma relação de irmão, conta que chegou a ir sozinho no morro em busca dele, mas sem sucesso.

Depois disso, ele foi registrar o boletim de ocorrência. No dia seguinte, voltou à delegacia para acrescentar mais detalhes dos dias que antecederam o desaparecimento do jovem.

No relato, ele diz que Victor tinha feito amizade com um rapaz, que foi o primeiro a levá-lo nesse morro para consumir drogas e que teria se negado a sair da casa dos dois após o sumiço do estudante. Ele contou que o jovem estava terminando ainda o terceiro ano do ensino médio.

“Tudo que eu fiz por ele foi pra ajudar a encontrar ele. Estou de pé por ele. A única informação que temos é de que ele foi até lá e não voltou e não temos notícias de algum jovem que tenha morrido. E outra coisa, Victor não é de facção. Todos nós precisamos de respostas e não vou descansar, eu vou levar essa história para o fim da minha vida, posso levar 50 anos, mas a gente vai descobrir o que aconteceu com o Victor”, finaliza.

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Acre

Sebrae e Funtac promovem 3º Encontro da Rede de Sementes do Acre

Publicado

em

Evento acontece nos dias 8 e 9 de dezembro, no Sesc Cruzeiro do Sul

Nos dias 8 e 9 de dezembro, o Sebrae e a Funtac realizam o 3º Encontro da Rede de Sementes do Acre, em Cruzeiro do Sul. O evento objetiva a promoção do conhecimento, inovações, tecnologias e mercado, voltados para a bioeconomia de sementes florestais no Acre.

O evento acontecerá no Hotel Sesc de Cruzeiro do Sul e a programação inclui palestras e minicursos, com temas como: Restauração florestal no Acre; Coleta e comercialização de sementes nativas; e Armazenamento de sementes florestais da Amazônia.

“Este encontro é um espaço estratégico para fortalecer a bioeconomia no Acre, promover a troca de conhecimentos e ampliar as oportunidades de mercado para o público que atua neste segmento”, destacou o gestor de bioeconomia do Sebrae, Francinei Santos, ministrará a palestra “Estratégias de mercado na Rede de Sementes”, no dia 8.

Criada em 2023, a Rede de Sementes do Acre atua na estruturação da cadeia produtiva de sementes florestais nativas, com foco na restauração de ecossistemas, na conservação de espécies ameaçadas e no fortalecimento da comercialização sustentável, em parceria com instituições públicas, privadas e a sociedade civil.

A edição do Encontro em Rio Branco acontecerá nos dias 11 e 12 de dezembro. O evento conta com apoio do Ministério do Meio Ambiente, por meio do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia, Banco Mundial, GEF, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), Conservação Internacional Brasil, FGV Europe e Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Comentários

Continue lendo

Acre

Justiça determina que governo do Acre nomeie 20 policiais penais em Sena Madureira

Publicado

em

De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP)

Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784). Foto: captada 

Saimo Martins 

A Vara Cível da Comarca de Sena Madureira determinou que o Governo do Acre convoque e nomeie, em até 30 dias, pelo menos 20 aprovados no concurso da Polícia Penal (Edital 001/2023 – SEAD/IAPEN) para atuarem na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). A decisão, assinada pelo juiz Caique Cirano de Paula, atende a pedido de tutela de urgência ajuizado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) em Ação Civil Pública.

A medida foi tomada após uma série de inspeções do Ministério Público, através do promotor Júlio César Medeiros, da Defensoria Pública e do próprio Judiciário apontarem um cenário crítico na unidade prisional, marcado por déficit de servidores, violações de direitos básicos e risco iminente à segurança.

Déficit de servidores e violações de direitos básicos

De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP). Entre as violações identificadas estão a irregularidade no banho de sol — que chega a ocorrer apenas uma vez por mês — precariedade no fornecimento de água, problemas na qualidade da alimentação, ausência de equipe de saúde adequada e inexistência de Grupo de Intervenção, único caso no Estado.

Relatórios da Defensoria Pública e do Juízo da Execução Penal reforçaram a grave situação, caracterizada pelo Ministério Público como expressão local do Estado de Coisas Inconstitucional reconhecido pelo STF no sistema prisional brasileiro.

Concurso com vagas abertas e aprovados sem nomeação

O concurso da Polícia Penal previa 261 vagas, e 308 candidatos concluíram o curso de formação. No entanto, apenas 170 foram convocados até agora. Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784).

O diretor da unidade informou que seriam necessários, no mínimo, 30 novos servidores, sendo 16 para formação do Grupo de Intervenção e 12 para reforçar a equipe educacional.

Decisão determina ações imediatas

Na decisão, o juiz afirma que não há violação ao princípio da separação dos poderes, uma vez que o Judiciário apenas determina o cumprimento de obrigações legais já previstas. O magistrado destacou a urgência diante do risco à integridade física de internos e servidores, além das violações massivas de direitos fundamentais.

Segundo ele, o Ofício nº 7.499/SMCRI00, expedido pelo Juízo da Execução Penal e que estabeleceu prazos curtos para regularização do banho de sol, atendimento em saúde e fornecimento de água potável, evidencia a gravidade da situação. O juiz ressaltou que a normalização dessas atividades depende diretamente de efetivo de segurança suficiente para garantir a movimentação dos presos e a ordem interna. Ele apontou que a privação crônica de banho de sol, a ausência de assistência à saúde e as falhas no fornecimento de água elevam o risco de instabilidade interna a níveis perigosos. A falta de um Grupo de Intervenção, conforme observou o Ministério Público, transforma a UPEM em uma “bomba-relógio”, ameaçando a segurança de servidores, internos e da população. O magistrado concluiu que, diante do histórico de violência, rebeliões e evasões no sistema prisional acreano, o Poder Judiciário, provocado pelo Ministério Público e apoiado em recente atuação da Defensoria Pública, não pode se omitir frente à evidente falha do Poder Executivo na implementação das políticas penitenciárias necessárias.

O Estado deverá adotar uma série de medidas no prazo de 30 dias, conforme determinação judicial. Entre elas está a nomeação de pelo menos 20 policiais penais aprovados e formados no concurso, para atuação imediata na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). Também deverá ser criado e capacitado um Grupo de Intervenção, composto por no mínimo 16 policiais penais.

A decisão determina ainda que as vagas de estudo oferecidas aos internos sejam ampliadas de 40 para 80, além da obrigatoriedade de garantir banho de sol diário com duração mínima de duas horas, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP). Outro ponto imposto é a regularização do fornecimento de água potável, que deverá ocorrer pelo menos três vezes ao dia, com horários fixos divulgados em todos os blocos da unidade.

O magistrado ainda determinou que o Estado realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, assegurando uma reserva técnica para situações emergenciais. Em caso de descumprimento das medidas, foi fixada multa diária de R$ 10 mil, limitada a 30 dias.

“Realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, a fim de garantir o fornecimento de água potável, no mínimo, três vezes ao dia aos internos, em horários fixos, com fixação do cronograma de liberação de água sendo afixado em todos os blocos, com manutenção de reserva técnica de água para situações emergenciais. Fixo, a título de astreintes, multa diária no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), limitada a 30 (trinta) dias”, diz a decisão.

Comentários

Continue lendo

Acre

Acre tem 152 obras federais paradas, com R$ 1,2 bilhão paralisados durante governo Lula, aponta TCU

Publicado

em

Dados atualizados até abril de 2025 mostram que saúde e educação concentram maior número de obras interrompidas; causas das paralisações não são detalhadas no painel do tribunal

O Ministério das Cidades reúne 31 obras suspensas, impactando projetos de habitação e urbanização. O DNIT contabiliza 12 interrupções em frentes relacionadas à malha viária e logística estadual. Foto: captada 

O Acre convive com 152 obras federais paralisadas, que somam cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos represados, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU) atualizados até abril de 2025. As áreas de saúde e educação são as mais afetadas, com 50 e 32 obras interrompidas, respectivamente.

O levantamento, foi consultado na última quarta-feira (3), não detalha os motivos das paralisações, mas revela um cenário crítico para a infraestrutura e os serviços públicos no estado. No Ministério da Saúde, as obras paradas incluem unidades básicas, estruturas intermediárias e equipamentos que, se concluídos, ajudariam a desafogar o sistema hospitalar e ampliar o acesso à população.

Já o Ministério da Educação tem paralisadas 32 obras, como escolas, creches e outros equipamentos essenciais para regiões com carência de vagas e infraestrutura limitada.

Outros órgãos também aparecem com números expressivos: o Ministério das Cidades tem 31 obras suspensas (habitação e urbanização), e o DNIT contabiliza 12 paralisias que afetam a malha viária e a logística estadual. Completam a lista o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (11 obras), Ministério do Esporte (9), Funasa (3), Ministério da Agricultura e Pecuária (2), além do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos e o Ministério do Turismo, com 1 obra cada.

A falta de detalhamento sobre as causas — que podem incluir entraves administrativos, questões jurídicas, falhas de execução ou falta de repasse de recursos — dificulta a análise e a busca por soluções para retomar investimentos essenciais ao desenvolvimento do estado.

A leitura das informações revela que os setores de saúde e educação, pilares essenciais do atendimento direto à população, concentram o maior número de obras interrompidas no estado. Foto: captada 

O Ministério da Educação, com 32 obras que incluem escolas, creches e outros equipamentos educacionais. A interrupção desses projetos impacta diretamente a expansão da oferta de ensino e o atendimento a crianças e jovens em regiões onde a carência por infraestrutura permanece elevada.

O levantamento do TCU também aponta paralisações em outras pastas relevantes. O Ministério das Cidades acumula 31 obras interrompidas, incluindo projetos de urbanização e habitação. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) aparece com 12 obras, afetando frentes ligadas à malha viária e logística do estado.

Distribuição por pasta ministerial
  • Saúde: 50 obras paralisadas (unidades básicas, estruturas intermediárias)
  • Educação: 32 obras (escolas, creches, equipamentos de suporte)
  • Cidades: 31 obras (habitação e urbanização)
  • DNIT: 12 obras (malha viária e logística)
  • Integração Regional: 11 obras
  • Esporte: 9 obras
Impactos diretos
  • Saúde: Sistema hospitalar não é desafogado
  • Educação: Déficit de vagas e infraestrutura permanece
  • Logística: Transporte de insumos e atendimento a municípios isolados comprometido
Falta de transparência
  • Causas: Painel não detalha motivos das paralisações
  • Entraves: Dificuldade em identificar problemas administrativos, jurídicos ou financeiros

Apesar do impacto econômico e social gerado pela interrupção dos investimentos, o painel do TCU não detalha os motivos que levaram cada projeto à condição de paralisação, deixando abertas questões sobre problemas contratuais, falhas de execução, falta de repasses ou entraves administrativos.

As paralisações refletem um problema crônico na execução de obras públicas no Acre, estado historicamente dependente de investimentos federais. A falta de explicações oficiais sobre as causas das interrupções dificulta a busca por soluções e prolonga o sofrimento da população que aguarda por serviços essenciais.

Comentários

Continue lendo