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Acre registra aumento de 28,8% nos divórcios em 2023, com Rio Branco concentrando metade dos casos

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Dados do IBGE mostram que estado teve 1.481 dissoluções matrimoniais no ano passado; capital acreana aparece como terceira entre capitais do Norte, atrás apenas de Manaus e Palmas

No Acre, 282 dos 1.481 divórcios ocorreram entre casamentos que chegaram a durar entre 10 a 14 anos, seguido de 193 com 20 anos ou mais, e 159 entre 15 a 19 anos de casamentos. Foto: cedida 

O Acre registrou 1.481 divórcios em 2023, um aumento de 28,8% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizadas 1.149 dissoluções matrimoniais. Os dados são do estudo Estatísticas do Registro Civil 2023, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira (16).

Rio Branco concentrou metade dos casos, com 743 registros – o que coloca a capital como a terceira com mais divórcios entre as capitais da região Norte, desconsiderando as regiões metropolitanas de outros estados. À frente, aparecem Manaus (AM), com 3.620, e Palmas (TO), com 927.

Veja a quantidade de divórcios concedidos em 1ª instância em 2023 nos sete estados da Região Norte:

  • Acre: 1.481 divórcios (Rio Branco: 743)
  • Amazonas: 4.571 divórcios (Manaus: 3.620)
  • Amapá: 564 divórcios (Macapá: 322)
  • Pará: 3.011 divórcios (Belém: 355)
  • Rondônia: 5.012 divórcios (Porto Velho: 1.690)
  • Roraima: 55 divórcios (Boa Vista: 10)
  • Tocantins: 2.981 divórcios (Palmas: 927)

Sobre a natureza do processo, ou seja, se os divórcios foram consensuais ou não, o Acre teve 1.015 consensuais e 460 não-consensuais, sendo, nesse último caso, 183 requeridos pelo marido e 277 pela mulher. Houve outros seis sem declaração.

Agora, sobre o regime de bens do casamento, foram:

  • 19 divórcios em comunhão universal (onde há divisão total de todos os bens)
  • 1.442 em comunhão parcial (onde há divisão total de todos os bens adquiridos durante a união)
  • 19 em separação de bens
  • 1 sem declaração

Sobre o tempo transcorrido entre as datas do casamento e da sentença do divórcio, no Acre, 282 dos 1.481 divórcios ocorreram entre casamentos que chegaram a durar entre 10 a 14 anos, seguido de 193 com 20 anos ou mais, e 159 entre 15 a 19 anos de casamentos.

Veja tempo transcorrido entre as datas do casamento e da sentença do divórcio no AC em 2023
Números mostram que houve mais de 280 divórcios entre casais que viveram juntos entre 10 a 14 anos

Com 21,4%, o Acre é o estado brasileiro com o maior percentual de mães até os 19 anos em 2023. Em termos estatísticos, uma em cada cinco mães no Acre tinha até 19 anos na data do parto do ano estudado — e, na prática, mais de três mil crianças, dos 14.147 nascidos vivos em 2023 no Acre, são filhos de mães adolescentes.

Vale destacar que, para o IBGE, a faixa etária que compreende a adolescência vai dos 10 aos 19 anos.

O índice estimado segue na média de 2022, quando 3.198 crianças nasceram de mães com 19 anos até a ocasião do parto. Naquela ocasião, o Acre também detinha o maior percentual entre os estados do Brasil.

Nascimentos no Brasil

Em 2023, 2.598.289 pessoas foram registradas em todo o Brasil, sendo que destes:

  • 2.523.267 nasceram no ano de 2023 e foram registradas, no máximo, até o primeiro trimestre de 2024; e
  • 75.022 (o correspondente a 2,9%), são de anos anteriores, sendo 31.069 somente na região Norte.

O estudo fala que houve uma redução de 12% no número de nascimentos, que corresponde a 345.212, em comparação com 2022.

“A redução da natalidade e da fecundidade no Brasil, sinalizada pelos últimos Censos Demográficos, somada, em alguma medida, aos efeitos da pandemia, são elementos a serem considerados no estudo sobre a evolução dos nascimentos ocorridos no País nos últimos anos”, destaca o relatório.

No Acre, em contrapartida, foi registrado um aumento de 1,6% no número de nascimentos ocorridos no ano e registrados, sendo um dos nove estados que apresentaram aumento nesse período.

Possíveis causas do aumento

Especialistas apontam que fatores como mudanças sociais, maior independência financeira das mulheres e facilitação dos processos judiciais podem explicar o crescimento. O cenário reflete uma tendência nacional de aumento nas taxas de divórcio após a pandemia.

O IBGE também destacou que, em todo o Brasil, os divórcios vêm se tornando mais frequentes e ocorrendo cada vez mais cedo nos casamentos. No Acre, a média de tempo de união antes da dissolução não foi detalhada no estudo, mas acompanha a tendência de encurtamento dos vínculos matrimoniais.

Os dados completos podem ser acessados no portal do IBGE.

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Obra do viaduto Mamedio Bittar em Rio Branco é adiada para março de 2026

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Prefeitura culpa atraso na entrega de insumos vindos de outros estados; estrutura, orçada em R$ 24 milhões, estava prevista para dezembro de 2025

A prefeitura admitiu que não conseguirá entregar a obra ainda este ano e divulgou que a nova previsão é o primeiro trimestre de 2026. Foto: captada 

A Prefeitura de Rio Branco admitiu que não conseguirá entregar ainda este ano a construção do viaduto Mamedio Bittar, na confluência das avenidas Ceará, Dias Martins e Isaura Parente. Em nota divulgada nesta quarta-feira (4), a gestão municipal adiou a conclusão da obra para março de 2026.

O novo prazo é o terceiro anunciado pela administração: inicialmente, a entrega estava prevista para outubro de 2025, depois foi adiada para dezembro e, agora, para o primeiro trimestre do ano que vem. Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicosnecessários para a estrutura.

— Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores — justificou o município.

De acordo com a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e, após a conclusão do viaduto, ainda serão realizados serviços de acabamento. A prefeitura não informou se o custo inicial de R$ 24 milhões foi alterado.

O viaduto Mamedio Bittar é considerado essencial para desafogar o trânsito em uma das áreas de maior fluxo da capital acreana, especialmente nos horários de pico. A previsão atual é que a obra seja entregue totalmente concluída e dentro dos padrões de qualidade até março do próximo ano.

Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicos necessários para a estrutura. Foto: captada 

Nota da Prefeitura de Rio Branco

A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura, esclarece que o atraso na entrega do Elevado Mamedio Bittar ocorreu em razão de dificuldades no fornecimento dos insumos metálicos utilizados na obra.

O material é fabricado sob medida, de forma milimétrica, e adquirido junto a grandes siderúrgicas do sul do país, como a Usiminas e a Gerdau, que atendem não apenas o Brasil, mas também o mercado internacional. Houve, portanto, atrasos na produção e na entrega dessas estruturas, o que impactou diretamente o cronograma da obra.

Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores.

Neste momento, os últimos vãos estão sendo concretados e os serviços de urbanismo já foram iniciados. Após a conclusão da estrutura, ainda serão executados os acabamentos do tabuleiro, passeios, laterais, pintura e toda a urbanização na parte inferior do elevado.

A Prefeitura reforça que não irá inaugurar a obra de forma inacabada. A previsão é de que o Elevado Mamedio Bittar seja entregue totalmente concluído e dentro dos padrões de qualidade no primeiro trimestre de 2026, mais precisamente até o mês de março.

Ainda segundo a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e que, após a conclusão do viaduto, ainda haverá serviços de acabamento. Foto: captada 

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Caso Ruan: Pai acorrenta moto em outdoor em protesto pela morte de jovem em acidente de trânsito

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Fabio Santos levou veículo que filho usava no momento do acidente a um outdoor com pedido de justiça. Família criou ainda um instituto com o nome do jovem para dar assistência gratuita a vítimas de acidentes de trânsito

Pai do jovem disse que deveriam ter mudanças na legislação de transito, acerca das penalizações nos casos de acidentes. Foto: Arquivo pessoal

O advogado e árbitro Fábio Santos, pai deRuan Rhiler Rodrigues Santos, que morreu em novembro em um acidente de trânsito, acorrentou a motocicleta que o filho usava no momento da batida em um outdoor com um pedido de justiça. A fachada destaca também a criação de um instituto com o nome do jovem.

“Sua voz não será silenciada!”, destaca.

Ruan, de 23 anos, foi atropelado por uma caminhonete conduzida pelo pastor Roberto Coutinho. Conforme o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), o automóvel, que seguia sentido Porto Acre/Rio Branco, invadiu a contramão e atingiu a vítima frontalmente. O rapaz, que também era árbitro, morreu no local.

Fábio contou que ideia de acorrentar a motocicleta ao outdoor é uma forma de conscientizar sobre os impactos das mortes no trânsito. Segundo ele, a moto do filho teve perda total.

“Essa moto simboliza a imprudência no trânsito e é um pedido de justiça. Esse menino com esse sorriso bonito, cheio de vida, que teve a vida ceifada por imprudência no trânsito, não pode s

O árbitro mandou instalar a foto do filho e o pedido de justiça em três pontos: nas proximidades do Tribunal de Justiça (TJ-AC), na Cidade da Justiça, na estrada de Porto Acre, na região do bairro Alto Alegre, onde a moto está acorrentada, e o terceiro na entrada da Vila do Incra, em Porto Acre.

Após o acidente, Fábio foi surpreendido ao descobrir que a moto foi multada na data do acidente devido a atraso no documento do veículo.

“Tirei do Detran, paguei pátio e guincho para poder simbolizar que as pessoas tenham mais consciência. Quando uma vida é tirada no trânsito, famílias se destroem”, complementou.

O advogado sugeriu ainda que deveriam ter mudanças na legislação de trânsito sobre as penalizações nos casos de acidentes. O pastor Carlos Roberto Carneiro Coutinho permaneceu no local, prestou assistência e foi levado para delegacia. Ele foi liberado após o depoimento.

“A legislação precisa mudar, sobretudo nesses casos em que a pessoa mente ao ser ouvida, assim, a penalidade seria uma outra. Tentou burlar o processo, seria ainda maior sua pena”, disse emocionado.

Ruan Santos era árbitro, assim como o pai Fábio Santos. Foto: Arquivo pessoal

Instituto Ruan Santos

Buscando amenizar a dor de quem perde um familiar no trânsito, Fábio Santos criou o instituto que leva o nome do filho para dar assistência gratuita às vítimas. As ações começam a partir de janeiro, tendo como base o trabalho voluntário.

“Vamos dar assistência gratuita para as famílias e vítimas através de amigos voluntários. Teremos psicólogos, fisioterapeutas e até apoio jurídico, além do auxílio de insumos como muletas, cadeiras de rodas e o que for preciso. Em casos de morte, como a do meu filho, vamos ajudar com o caixão, velório e até no sepultamento”, declarou.

O Instituto Ruan Santos tem o lema “Mão que Guia, Voz que Luta, Vida que Importa”. Segundo Fábio, a ideia do projeto surgiu logo após a morte do árbitro, que tinha 23 anos e deixou uma filha de seis anos que está sob cuidados da família e recebe atendimento psicológico para lidar com a perda precoce do pai.

“É um símbolo de que a morte do Ruan não fique impune e as pessoas não saiam matando”, concluiu.

Fábio contou que ideia de acorrentar a motocicleta ao outdoor é uma forma de conscientizar sobre os impactos das mortes no trânsito. Foto: captada 

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Aos 23 anos, bacharela em direito é a juíza de paz mais nova eleita no Acre: ‘Construir harmonia’

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Shayra Oliveira, de Senador Guiomard, está entre os 24 escolhidos em eleição inédita que ocorreu no último domingo (30) em todo o Acre. Com mais de 1,2 mil votos, ela foi a segunda mais votada do estado

Aos 23 anos, Shayra Oliveira se tornou a juíza de paz mais nova e a segunda mais votada no AC. Foto: Cedida

“Minha idade foi vista com admiração, como uma força jovem disposta a assumir uma missão tão importante”.

Aos 23 anos, a acreana Shayra Oliveira, de Senador Guiomard, interior do Acre, foi eleita a juíza de paz mais jovem do estado e a segunda mais votada, com 1.271 votos. A escolha ocorreu no último domingo (30), quando o Acre elegeu 24 juízes e juízas de paz por meio de votação direta.

Além disso, o Acre foi o primeiro estado do país a colocar em prática a eleição direta para juízes e juízas de paz. A votação teve apuração em tempo real.

Graduada em Direito pela Universidade Federal do Acre (Ufac), a jovem também já atuou na Defensoria Pública (DPE-AC) e trabalhou na Serventia de Registro Civil da cidade onde ela mora, onde teve contato com habilitações de casamento e atendimento ao público.

Shayra decidiu disputar o cargo por acreditar no papel conciliador da função. Ela destacou que sempre teve afinidade com atividades de diálogo e acolhimento. Características que, segundo ela, se conectam com a rotina do juiz de paz.

Ainda segundo ela, a sua formação acadêmica e experiências anteriores ajudaram a sustentar o passo dado tão cedo.

“Enxergo esse trabalho como uma oportunidade de construir harmonia”, disse.

Ela contou que foi a família quem primeiro enxergou firmeza no perfil da jovem e a encorajou a disputar a eleição.

Um vídeo gravado por um amigo ganhou alcance nas primeiras horas e ajudou a colocar seu nome em circulação no município. De acordo com ela, antes mesmo de pedir votos, muitas pessoas já comentavam que votariam nela.

Durante o período eleitoral, Shayra percorreu a cidade. A rotina apertada, entre compromissos domésticos e conversas com moradores, ajudou a aproximá-la ainda mais da comunidade, algo que ela pretende levar para a atuação no cargo.

Planos

Entre as prioridades para os primeiros meses, a nova juíza de paz destaca a presença constante na comunidade. Ela disse que a ideia é oferecer atendimento acessível, transparente e ouvir de perto as necessidades das famílias.

“O desafio é lidar com conflitos e expectativas diferentes, mas quero sempre buscar soluções pacíficas”, afirma.

A jovem avalia que a eleição representa não apenas um reconhecimento pessoal, mas também uma demonstração de confiança da população. A eleita também destacou que o título de juíza de paz mais jovem do Acre carrega esforço, renúncias e a convicção de que o diálogo é o caminho.

“Minha campanha foi construída com simplicidade e respeito. Cada voto recebido reforça a responsabilidade de honrar essa missão”, completou.

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