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Acre lidera modelo pioneiro de brigadas comunitárias dentro de unidades estadual e reduz queimadas em mais de 90%

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Modelo pioneiro no país combate incêndios florestais com moradores locais treinados; estratégia transforma proteção ambiental em geração de renda para comunidades

Brigadistas comunitários ajudam na contenção e prevenção do fogo dentro de suas comunidades. Foto: Alice Leão/Secom

O Acre tem se firmado como laboratório vivo de inovação ambiental ao unir esforços do poder público estadual, articulações com esferas federais e parcerias com comunidades locais, e inaugurar uma nova lógica de proteção florestal, que não apenas preserva, mas também transforma. Pioneiro no Brasil, o Acre é o primeiro a oficializar a presença de brigadistas comunitários remunerados em unidades de conservação estaduais.

Coordenado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC), o Programa de Brigadistas Comunitários se firma para além de uma política pública, mas também como motor de mudança que gera renda, fortalece vínculos com o território e reposiciona os moradores da floresta como protagonistas da sua própria proteção.

Ao investir em ações concretas de resiliência climática e segurança ambiental, o governo reafirma seu compromisso com a vida, a biodiversidade e o futuro.

O tenente do Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC) e coordenador da Brigada Comunitária, Marlon Castelo Branco, explica que o programa prevê a atuação direta de moradores das unidades de conservação estaduais no combate ao fogo em áreas de vegetação.

Segundo ele, além da resposta aos incêndios florestais, os brigadistas também participam de ações de prevenção, contribuindo com o conhecimento da comunidade local para evitar os altos índices de queimadas.

Tenente do Corpo de Bombeiros e coordenador do projeto, Marlon Castelo Branco, orienta equipes antes de irem a campo. Foto: Alice Leão/Secom

“O contrato tem duração de seis meses e, nesse período, os brigadistas recebem um auxílio, que é uma ajuda de custo para alimentação e deslocamento. Eles também recebem fardamento, equipamentos de proteção individual e toda a estrutura necessária para realizar um combate seguro”, detalha o tenente.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Acre registrou uma queda expressiva de 97,7% nos focos de calor em unidades de conservação estaduais entre os períodos de janeiro a início de outubro dos anos de 2024 e 2025.

Enquanto no ano passado foram contabilizados 261 focos em quatro unidades, neste ano o número caiu para apenas seis, distribuídos em três áreas protegidas. A redução expressiva é resultado direto de ações integradas de prevenção e combate aos incêndios florestais, impulsionadas por projetos que unem tecnologia, capacitação e envolvimento comunitário.

Acre é pioneiro em um projeto envolvendo comunidade dentro das unidades de conservação estaduais. Foto: Alice Leão/Secom

Poucos estados têm iniciativas semelhantes, segundo o tenente, que atribui esse avanço a um conjunto de ações, como a Operação Protetor dos Biomas – Fogo Controlado, realizada em parceria com o Corpo de Bombeiros.

“Esse projeto também promove crescimento social nas comunidades, porque agrega valor econômico e traz capacitação técnica. Cada brigada conta com cerca de dez brigadistas, o que representa uma renda significativa para comunidades pequenas”, pontua.

Atualmente, o programa atua nas regiões das Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Igarapé São Francisco e Lago do Amapá, da Floresta Estadual do Antimary, do Complexo de Florestas Estaduais do Rio Gregório (Cferg) e da Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Japiim–Pentecoste.

Cada brigadista recebe uma ajuda de custo mensal de R$ 1.476, além de seguro de vida e equipamentos de proteção individual (EPIs). O programa é financiado pela organização internacional Re:wild e executado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com recursos garantidos ainda na Semana do Clima de Nova York (2023) pelo governador Gladson Camelí.

Mulheres se destacam na liderança de brigadas comunitárias. Foto: Alice Leão/Secom

Protagonismo feminino

O ingresso nas brigadas comunitárias do Acre exige preparo e dedicação. Os candidatos passam por avaliação curricular, testes físicos e provas práticas. Após a seleção, enfrentam uma formação técnica intensiva de 30 horas, com aulas teóricas e atividades de campo em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar.

Mas é no cotidiano da floresta, entre o calor das chamas e o peso da responsabilidade, que se revela uma força que vai além da técnica: a presença feminina. Em meio à coragem que define essas brigadas remuneradas, mulheres têm se destacado como símbolo de inclusão e transformação. Das cinco equipes em atuação, três são lideradas por elas, um marco que reafirma o protagonismo feminino na proteção ambiental e no enfrentamento direto aos incêndios florestais. É delas que vem a voz que inspira e rompe barreiras.

Aos 24 anos, Nélita Freitas dos Santos é professora e chefe da brigada comunitária na Floresta do Antimary. Há dois anos, ela trocou o balcão de uma lanchonete pela vida na floresta e, desde então, tem se dedicado à proteção ambiental.

Nélita destaca que projeto também gera renda dentro das áreas protegidas. Foto: Alice Leão/Secom

A mudança começou com a capacitação em Sena Madureira, onde descobriu uma nova vocação.

“O que me chamou atenção foi a parte do meio ambiente, que eu acredito ser de grande importância. E também foi uma forma de emprego para o pessoal daqui, porque não é fácil encontrar emprego aqui dentro”, conta.

Nélita lembra que, quando chegou à floresta, os focos de incêndio eram intensos e constantes. “A gente não conseguia nem respirar. Hoje, a diferença é visível. Os focos diminuíram bastante”, afirma.

Ela destaca o protagonismo feminino no projeto. “A maioria das inscrições foi de mulheres. E nós aguentamos firme. A capacitação foi pesada, os testes físicos foram exigentes, mas conseguimos mostrar que somos capazes”, diz com orgulho.

Brigadistas se reúnem com moradores da região para levar informação. Foto: Alice Leão/Secom

Como moradora da floresta, Nélita acredita que a afinidade com a comunidade é um diferencial. “A gente já conhece o pessoal, tem uma relação próxima. Isso facilita muito o trabalho de prevenção e educação ambiental”, explica.

O projeto, para ela, representa uma virada de chave, não só para a floresta, mas para quem vive nela. “Se aqui teve mudança, acredito que outros estados também podem ter. Meu plano é continuar no projeto, fazer a capacitação novamente e seguir combatendo e educando o pessoal”, conclui.

Comunidade tem dado às mãos com o Estado para o combate ao fogo. Foto: Pedro Devani/Secom

Resistência e pertencimento

Por viverem nas mesmas comunidades onde atuam, os brigadistas comunitários carregam consigo um conhecimento profundo do território e uma relação de confiança com os moradores locais.

Essa conexão direta com o ambiente e com as pessoas permite respostas mais ágeis e eficazes diante dos focos de incêndio. Mas o trabalho vai além do combate às chamas, os brigadistas também são agentes de transformação, atuando em ações de educação ambiental, prevenção e sensibilização, que ocorrem em escolas, comércio e comunidades rurais e urbanas.

Com escuta ativa e presença constante, eles ajudam a conservar a vegetação nativa e a reduzir os riscos durante o período de estiagem, fortalecendo a cultura de cuidado com a floresta e com quem vive dela.

Moradores relatam os benefícios da brigada na mudança de hábito daqueles que são alcançados pelo projeto. Foto: Alice Leão/Secom

Guardião da floresta

Professor e brigadista há cinco meses, José da Silva Gomes vive na colônia São Sebastião, às margens do Rio Tauari. Dividindo sua rotina entre as salas de aula e as ações de combate ao fogo, ele vê na brigada comunitária um novo desafio e uma oportunidade de transformação.

“Quando entrei para a brigada, sabia que seria uma experiência intensa, mas também muito enriquecedora. Além de aprender, posso ajudar as pessoas e contribuir com a preservação do meio ambiente, combatendo queimadas e desmatamento”, afirma.

Gomes acredita que o envolvimento de moradores locais é essencial para o sucesso do projeto. “Essa iniciativa do governo de incluir pessoas da própria comunidade é muito positiva. Ela motiva, traz esperança para quem muitas vezes se sente esquecido. Os colonheiros acabam se rebaixando, achando que não têm vez, mas esse projeto mostra que temos valor”, diz.

Nas escolas, a educação ambiental faz a diferença. Foto: Alice Leão/Secom

Durante uma palestra para crianças, ele reforçou a importância de multiplicar esse modelo. “Acredito que essa ação pode ser expandida para outros estados e até chamar atenção internacional. Afinal, estamos cuidando da natureza, e isso é o que realmente importa.”

Como morador da região, ele também percebe os impactos concretos das ações de prevenção. “Comparando com o ano passado, que foi muito crítico, já dá pra sentir uma diferença. Ainda há incêndios, mas diminuíram bastante. Isso mostra que há um olhar mais atento, um cuidado com o meio ambiente e com as pessoas”, avalia.

Para ele, o projeto não deve parar por aqui, pelo contrário, deve ser expandido. “Se avançarmos mais, vamos conquistar novos projetos, fortalecer a sociedade e conservar o meio ambiente, que é essencial para todos nós”, conclui.

Política pública deixou de ser vertical e hoje escuta e trabalha junto com a comunidade e povos tradicionais para garantir eficácia do projeto. Foto: Alice Leão/Secom

Quando o fogo virou lição e a escuta virou política

A expressiva redução dos focos de queimadas no Acre não é fruto do acaso. Por trás dos números, há uma mudança de paradigma, em que gestores públicos sensíveis decidiram romper com modelos verticais e se unir às comunidades em uma gestão integrada, capaz de expandir ações de prevenção e proteção ambiental de uma ponta a outra do estado.

A escuta ativa e o envolvimento direto da população transformaram o combate ao fogo em uma política pública eficaz e enraizada no território.

Juliano Augusto Ninawa, brigadista e agente ambiental comunitário, mora há 17 anos no espaço cultural Área Viva, na APA do Igarapé São Francisco, e testemunhou de perto os impactos da ausência de controle sobre o uso do fogo. Ele lembra com precisão o incêndio de 2010, causado por uma queima de lixo que se alastrou e destruiu cerca de 2 mil hectares.

Brigadas em comunidades fizeram toda a diferença na redução de focos de incêndio. Foto: Pedro Devani/Secom

“Foram muitos dias de incêndio. A gente ficava desesperado, porque o fogo queimava cercas, roçados, passava perto das casas. Era um prejuízo enorme, e a floresta, com toda a sua riqueza, estava sendo consumida”, relata.

O brigadista conta que, na época, a única esperança veio com a chuva. “Foi a natureza que ajudou a gente. E foi ali que entendemos a urgência de ter prevenção e controle sobre o uso do fogo, para garantir uma melhor qualidade de vida”, afirma.

A partir dessa experiência, ele passou a integrar o programa de agentes ambientais voluntários ligados ao Ibama e participou da primeira capacitação promovida pela Sema e pelo Corpo de Bombeiros.

Ninawa reforça que os verdadeiros responsáveis pela proteção da floresta são os próprios moradores.

Brigadistas também trabalham plantando mudas para reflorestamento. Foto: Alice Leão/Secom

“Todos aqui são comunidade. E o poder público precisa estar junto, não separado. Antes, os projetos vinham de cima para baixo, sem encaixar na nossa realidade. Era como montar um quebra-cabeça com peças trocadas”.

Segundo ele, foi a partir da integração entre todas as esferas — comunidade, governo e instituições — que se começou a construir um modelo funcional. “A gente percebeu que cuidar do meio ambiente exige equilíbrio. Não adianta proteger só um trecho do rio se ele continua sendo poluído mais abaixo. É preciso cuidar de todas as áreas”, explica.

Hoje, ele vê com orgulho a transformação que o projeto trouxe e acredita que a comunidade se apropriou do processo. “A gente sabe do fogo antes dele começar. Se o proprietário não nos chama, ele sabe que vamos aparecer no dia seguinte. Criamos uma rede de conscientização. O filho vira brigadista, o vizinho vira agente e isso muda a cultura”, conclui.

Uma mudança que também que alcança os saberes tradicionais, peças fundamentais para esse controle.

“Os indígenas sabem que o mato é remédio. E, de repente, percebem que estão queimando o que poderia curar. Isso transforma a visão. E é aí que começa a verdadeira mudança.”

Conhecimentos são compartilhados com toda a comunidade. Foto: Alice Leão/Secom

Menos fogo, mais vida

A redução dos focos de incêndio nas áreas protegidas do Acre é a expressão concreta de uma transformação social que se enraizou nas comunidades. O projeto dos brigadistas comunitários não apenas protege a floresta, mas também redesenha a relação entre o Estado e os moradores, que hoje se reconhecem nos agentes de mudança que atuam ao seu lado.

Ao invés de serem espectadores, tornaram-se protagonistas. Há relatos de que, no passado, atendimentos médicos por problemas respiratórios eram frequentes, mas neste ano, com a melhora na qualidade do ar, esses casos praticamente desapareceram.

Marina Mendonça, que no ano passado, precisou procurar o médico devido à fumaça, fala como os focos de incêndio reduziram em sua comunidade. Foto: Alice Leão/Secom

Como é o caso da aposentada Marina Mendonça, de 66 anos, que no ano passado teve que procurar o hospital porque tem problemas respiratórios e a fumaça agravou seu quadro. Já este ano, ela fala que o cenário é outro.

“Está bem melhor. Os bombeiros e brigadistas passam sempre, orientando as pessoas a evitarem as queimadas, porque isso prejudica o meio ambiente e a saúde. E o pessoal tem dado uma maneirada”, afirma.

A iniciativa mostra que é possível trabalhar com técnica e eficiência, sem agredir o meio ambiente, promovendo educação sobre o uso consciente dos recursos naturais. E os moradores não apenas relatam essa mudança, eles a vivem, respiram e carregam no corpo os sinais de uma política pública que devolve dignidade, saúde e pertencimento.

Morador de Mâncio Lima, Jeovane Dias acompanha de perto os impactos da brigada comunitária na região. Para ele, a presença dos brigadistas tem sido decisiva na contenção dos incêndios florestais, especialmente em áreas mais afastadas, onde o acesso ao Corpo de Bombeiros é limitado.

“A brigada ajuda muito nesse controle e orienta sobre as normas de uso do fogo. Isso é muito importante para nós aqui. O tempo de resposta era longo, e muitas vezes a logística não permitia que eles chegassem a tempo. Agora, com a brigada local, os focos são amenizados com mais rapidez”, relata.

Evanildes conta que sua família já foi atendida pela brigada e revela que isso fez toda a diferença. Foto: Alice Leão/Secom

Ele também percebeu melhorias na saúde da população. “Antes, com tanta fumaça, muita gente ficava gripada, com sintomas respiratórios. A comunidade se envolvia demais com o fogo e isso trazia doenças, mas agora está mais tranquilo.”

Moradora da comunidade São Domingos, em Mâncio Lima, Evanildes Mendes reconhece o impacto direto da brigada comunitária na rotina dos moradores. Para ela, o trabalho dos brigadistas é essencial.

“Sempre eles vêm, fazem palestras aqui e explicam como funciona essa questão do fogo. Ano passado, teve uma queimada muito forte aqui na comunidade. Meu menino tinha uma casinha lá. Se eles não tivessem chegado tão rápido, a casinha dele teria pegado fogo”, relembra.

Segundo ela, a comunidade já foi atendida várias vezes e percebeu uma melhora significativa desde que os brigadistas passaram a atuar. “Ano passado foi muito intenso, com muita fumaça e incêndio. Mas agora diminuiu muito, muito mesmo. Quando eles trazem panfletos e informações, a gente entende. E quem não entende, a gente explica. Vai virando aquele boca a boca que resolve”, conclui.

Aos 80 anos, Manoel da Costa carrega na memória o contraste entre o passado recente e o presente mais respirável. Morador da zona rural, ele lembra como a fumaça tomava conta do horizonte durante o período de estiagem.

“No ano passado, nessa mesma época, a gente olhava pro céu e só via vermelho. O sol ficava encoberto, tudo era fumaça. Era aquela serração pesada, que não deixava a gente enxergar nada”, recorda.

Projeto envolve combate e educação ambiental. Foto: Alice Leão/Secom

Este ano, segundo ele, o cenário mudou. “Graças a Deus, agora está tudo limpo. Levou tempo, mas melhorou muito”, afirma.

Ele também destaca a importância da educação ambiental e da presença de pessoas da própria comunidade na linha de frente. “Quando a gente não tem noção das coisas, tudo parece complicado. Mas quando vê o pessoal explicando, lendo, falando, a cabeça muda. Aqui na minha comunidade, quase 100% já não trabalha mais com fogo”, diz com orgulho.

Hoje, segundo ele, boa parte da produção agrícola é feita com técnicas alternativas, como o uso de máquinas e o plantio direto. E é assim, com pioneirismo, capacitação técnica e engajamento comunitário, que o Acre fortalece sua resiliência climática e reafirma o compromisso com a proteção das florestas, da biodiversidade e da vida das pessoas.

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Acre

Associação Família Azul deve suspender atendimentos e cobra apoio do poder público ao autismo; mais de 100 crianças ficarão sem acompanhamento

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Dell Pinheiro

A falta de recursos financeiros levou a Associação Família Azul do Acre a suspender integralmente seus atendimentos a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O anúncio foi feito pela presidente da entidade, Heloneida da Gama, em um vídeo divulgado nas redes sociais, no qual ela faz um apelo direto às autoridades e denuncia a ausência de apoio do poder público à causa do autismo no Estado.

Segundo Heloneida, o encerramento das atividades deixou mais de 100 crianças sem acompanhamento especializado, sem qualquer previsão de retomada. A dirigente afirma que, apesar da relevância social do trabalho desenvolvido pela associação, não houve até o momento articulação concreta para garantir a continuidade dos serviços.

Durante o desabafo, a presidente questionou a destinação das emendas parlamentares dos deputados estaduais. De acordo com ela, cada parlamentar dispõe de aproximadamente R$ 4,5 milhões, sendo cerca de R$ 2,5 milhões obrigatoriamente direcionados à saúde e à Educação, enquanto o restante pode ser aplicado conforme a escolha de cada deputado.

Para Heloneida, pequenas parcelas desses recursos seriam suficientes para manter o atendimento de entidades que atuam diretamente com famílias atípicas. “O que custa combinar com outro deputado e dizer: cada um contribui com R$ 50 mil ou R$ 80 mil?”, questiona, ao destacar que valores considerados modestos dentro do orçamento parlamentar poderiam assegurar a continuidade de serviços essenciais.

A presidente também fez um apelo às famílias e aos eleitores, lembrando que 2026 será ano eleitoral. Ela orienta que a população cobre dos candidatos, durante a campanha, quais ações efetivas foram realizadas em favor do autismo e se houve destinação concreta de recursos para associações como a Família Azul.

Outro ponto levantado foi a fragilidade da rede pública de atendimento no Acre. Segundo Heloneida, atualmente há mais de 5 mil crianças e adolescentes aguardando a primeira consulta, além de outras 4 mil na fila da segunda avaliação. Ela também denuncia a escassez de psiquiatras, especialmente para o acompanhamento de adolescentes acima dos 17 anos, e a demora excessiva no diagnóstico, fatores que comprometem o tratamento precoce.

A dirigente destacou ainda o peso financeiro enfrentado pelas famílias e pela própria associação. Somente a folha de pagamento mensal da entidade gira em torno de R$ 20 mil, valor inviável de manter sem apoio institucional. Mesmo diante do fechamento dos atendimentos, segundo ela, nenhum deputado estadual se manifestou publicamente em defesa da associação.

 

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Ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, morre aos 63 anos

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O ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, morreu no final da tarde deste domingo (14), aos 63 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Ele estava internado no Hospital João Câncio Fernandes, onde realizava tratamento contra um câncer de pulmão. O óbito foi confirmado por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atenderam a ocorrência na unidade hospitalar.

Nilson Areal teve trajetória marcante na política acreana. Foi prefeito de Sena Madureira por dois mandatos consecutivos, entre 2005 e 2012, período em que conduziu importantes ações administrativas no município. Além da atuação no Executivo municipal, também exerceu o cargo de deputado estadual.

O ex-prefeito deixa esposa, dois filhos e três netos. A morte causou grande comoção em Sena Madureira e entre lideranças políticas do Acre.

O governador Gladson Cameli divulgou uma nota de pesar, na qual lamentou a morte do amigo de longa data e destacou a contribuição de Nilson Areal para a vida pública e o desenvolvimento do município.

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Mailza arrecada mais de 2 mil brinquedos para crianças com Corrida Solidária

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A Corrida Solidária com Mailza, realizada neste sábado, 13, reuniu milhares de corredores em um grande ato de solidariedade, esporte e celebração da vida. Promovida pela vice-governadora Mailza Assis, em comemoração ao seu aniversário, a iniciativa arrecadou mais de 2 mil brinquedos, que serão destinados a crianças em situação de vulnerabilidade neste Natal.

Com clima favorável, sol aparecendo ao longo do percurso e muita animação, a corrida transformou-se em uma verdadeira festa popular. Antes da largada, os participantes cantaram parabéns para a vice-governadora. Ao final, além da entrega das medalhas, teve bolo de aniversário e um animado banho de mangueira garantido pelo Corpo de Bombeiros, fechando o evento em clima de alegria e confraternização.

Mailza agradeceu a participação do público e destacou o significado da ação. “Quero agradecer a cada pessoa que colaborou, que sonhou comigo esse momento, que trouxe um brinquedo e participou dessa corrida. É um gesto que simboliza compartilhar, solidarizar com as famílias que mais precisam, especialmente as nossas crianças. Também é cuidar da saúde, rever amigos e viver um momento de descontração. Esse evento foi preparado com muito amor e carinho, e juntos vamos fazer um Natal diferente para muitas crianças”, afirmou ela que também é secretária de Assistência Social e Direitos Humanos.

Entre os participantes, histórias de inclusão e afeto marcaram o evento. Regimar Souza do Nascimento e Leide Fernandes prestigiaram a corrida acompanhados da filha Jayane, de 24 anos, que tem paralisia cerebral.

“Ela quis vir, disse: ‘mãe, eu quero ir’. Trouxemos ela para participar e também homenagear o aniversário da vice-governadora”, contou Leide.

Regimar também parabenizou a iniciativa. “É uma ação linda. Ela transforma o próprio aniversário em um presente para quem mais precisa, para as crianças. Isso é algo que Deus abençoa, e que inspira outras pessoas a fazerem o bem”, afirmou.

Entre os grupos que mais chamaram atenção pelo entusiasmo esteve o Funcional da Polícia Militar do Acre, formado exclusivamente por mulheres, que chegaram animadas e abrilhantaram ainda mais a festa.

“Foram mais de 100 mulheres aqui. As meninas estavam muito ansiosas para participar, porque é um evento solidário. Nós trabalhamos em bairros periféricos, como Cidade do Povo, Taquari e também na Arena da Floresta. Ao todo, são 106 mulheres, todas muito alegres e felizes por estarem aqui hoje”, relatou a instrutora Halida Prado.

Resultados da corrida

Na categoria masculina, o grande vencedor foi Kauan Vitor, seguido por Jefferson Ramos em segundo lugar e Manoel Cunha em terceiro.
Kauan parabenizou a vice-governadora e ressaltou a importância do esporte aliado à solidariedade.

“Sou da corrida amadora há dois anos. Além de promover o esporte, essa ação ajuda as crianças do nosso Acre. Nem todo mundo consegue dar um presente no Natal, então é maravilhoso poder ajudar fazendo o que a gente ama”, disse.

Jefferson Ramos, corredor amador há dez anos, destacou os benefícios da prática esportiva.

“Qualquer esporte é importante para a nossa saúde. Depois da pandemia, as pessoas passaram a se cuidar mais. E hoje, além disso, estamos fazendo o bem”, ressaltou.

Na categoria feminina, Dalvanir Alves conquistou o primeiro lugar, seguida por Fran Melo em segundo e Juliane Souza em terceiro. Dalvanir celebrou a iniciativa.

“Uma oportunidade maravilhosa de incentivar o exercício físico e, ao mesmo tempo, proporcionar um Natal mais feliz para as crianças. A vice-governadora festejou seu aniversário da melhor forma, junto à população”, destacou.

Fran Melo, corredora profissional há oito anos, também elogiou o evento. “Foi uma ação linda. Quem ganha de verdade são as crianças, porque as doações foram brinquedos. Parabéns à vice-governadora por essa iniciativa”, afirmou.

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