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Abandonado, fundador do PT perambula pelo centro da Capital do Acre

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Abandonado pelos “companheiros”, o trabalhador rural Alberto Monteiro, perambula pelas ruas do centro de Rio Branco

Abandonado pelos “companheiros”, o trabalhador rural Alberto Monteiro, perambula pelas ruas do centro de Rio Branco

Jorge Natal

Um dos fundadores do PT no Acre, o trabalhador rural Alberto Monteiro, perambula pelas ruas do centro da cidade. Vivendo de biscate e da ajuda de amigos, ele passa a maior parte do dia embaixo de um apuí, nas proximidades do Terminal Urbano. Apesar de não beber ou usar drogas, o ex-militante, obviamente pela aparência, é estigmatizado pela maioria das pessoas. Mas é só por quem não o conhece.

Alberto é lúcido, politizado e atualizado com o que o cerca, seja no campo da política e economia, como nas relações humanas. “Eu sou de uma época em que o propósito da política era servir. Fui muito influenciado pelas ideias da Teologia da Libertação, que apregoava a opção pelos pobres, mas que, no fundo, tinha mesmo era a ideologia do marxismo-leninismo”, lembrou ele, considerando-se um trotskista. Ele também gosta de ser chamado pelas letras RR, iniciais das palavras Revoltado e Revolucionário.

Nascido em Rio Branco, Alberto chegou ao movimento sindical pelas mãos de outro fundador do PT, o então delegado da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Agricultura (Contag), ex-deputado João Maia. “Entrei no sindicato e, logo em seguida, assinei ficha de filiação no PT, devidamente abonada pelo Élson Santiago”, disse ele, em meio a risos, devido à contraditória trajetória política seguida pelo ex-deputado.

Após a abertura política e a consequente criação dos partidos, Alberto recordou que o PT precisava “divulgar as suas propostas”, lançando candidatos a todos os cargos disponíveis. Em 1982, ele foi a candidato a vereador cujo slogan era ‘Trabalhador Vota em Trabalhador’. “Era voto cerrado. Naquela mesma eleição, onde o Nilson Mourão e Abrahim Farhat eram os majoritários (candidatos a governador e senador, respectivamente), os irmãos Santiago (Élson e Carlinhos) e o João Maia usaram o slogan que retrata bem aquela época: Terra, Trabalho e Liberdade”, conta Monteiro.

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Desilusão e abandono  

Indagado sobre os motivos de está vivendo em condições adversas, Aberto atribuiu a dois acontecimentos: a desagregação familiar e a sua auto reclusão por não acreditar mais na politica como instrumento de transformação da sociedade. “Quando eu me separei, passei por momentos difíceis, porém a desilusão com o PT foi muito maior. A turma do partido era a minha outra família, então, perdi duas famílias ao mesmo tempo”, desabafou, destacando que o único contemporâneo seu que não lhe virou as costas foi Abrahim Farat, o Lhé. “Ele é um companheirão que sempre me ajuda com alguma coisa”.

Quando não está vendendo picolés ou fazendo mandatos, Monteiro está conversando com amigos no centro da cidade. “Ninguém conhece a vida dele. Ele gosta de conversar política com pessoas idosas”, disse o mototaxista Carlos Jorge Santos da Cruz, para quem “Bin Laden” (apelido dele) é um homem muito inteligente.

Alberto mora como agregado na casa de um amigo no bairro Santa Inês, de onde caminha todos os dias até o centro da cidade. Por volta de 11 horas, ele, que acaba de completar 65 anos e assim pode se aposentar pelo INSS, atravessa a catraia no bairro da Base e vai almoçar em um restaurante popular, localizado na Baixada da Sobral.

BIN_04“Os irmãos Viana arruinaram o Estado”

Poucos colaboraram com o PT como Monteiro, que foi candidato nas eleições de 1982, 1986, 1988, 1990 e 1992. “Além de levar as propostas do partido, a gente era candidato para fazer legenda e eleger os candidatos mais fortes como a Marina, o Nilson Mourão e a Francisca Marinheiro”, disse ele, atribuindo a estes o advento e consolidação dos irmãos Jorge e Sebastião Viana no PT. “Eles os trouxeram e os deixaram acabar com o partido, além de arruinarem os quatro cantos deste Estado”.

Certa vez, ainda de acordo com Alberto Monteiro, perguntaram-lhe os motivos de seu afastamento do PT. “Não me afastei. Fui enxotado da prefeitura pelo Jorge Viana. Isso porque eu perguntei o que ele e o partido iriam fazer pelos candidatos que não haviam sido eleitos”, relembrou, registrando que, a partir daquele dia, não seria mais integrante da legenda.

Alberto é também um ferrenho crítico da política economia da presidente Dilma Rousseff, atribuindo-lhe à atual crise. “Temos 0,04% do orçamento da União destinado à cultura. Menos de 4% para a educação. Isso jamais pode ser um projeto de nação”, detonou Alberto Monteiro, afirmando que o ex-presidente Lula é o principal responsável pelos desmandos do país. “O Lula é um traidor”.

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Aleac vota nesta quarta-feira Orçamento de 2026, estimado em R$ 13,8 bilhões

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Projeto representa aumento de 13,63% em relação a 2025 e será apreciado em sessão que encerra o ano legislativo; dezenas de outras matérias também estão na pauta

LOA de 2026 e dezenas de projetos serão votados na reta final de trabalhos na Aleac. Foto: captada 

A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) encerra suas atividades de 2025 nesta quarta-feira (17) com a votação de dezenas de projetos, entre eles a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026, estimada em R$ 13,8 bilhões – aumento de 13,63% em relação ao ano anterior. Do total, R$ 9,3 bilhões são de recursos próprios do estado e R$ 4,4 bilhões vêm de outras fontes.

A LOA será analisada exclusivamente pela Comissão de Orçamento e Finanças antes de seguir para o plenário. Os projetos foram encaminhados às comissões conjuntas nesta terça-feira (16) e devem ser votados em sessão única, marcando o fim do ano legislativo na Casa.

Detalhes do orçamento 2026
  • Total: R$ 13,8 bilhões
  • Aumento: 13,63% em relação a 2025
  • Recursos próprios: R$ 9,3 bilhões
  • Outras fontes: R$ 4,4 bilhões
Tramitação
  • Encaminhamento: Projetos vão às comissões nesta terça-feira (16)
  • LOA: Apreciação exclusiva pela Comissão de Orçamento e Finanças (COF)
  • Votação final: Todos os projetos devem ser votados na quarta-feira (17)

A sessão final do ano é crucial para garantir a continuidade de serviços públicos em 2026, especialmente em ano pré-eleitoral. A aprovação da LOA dentro do prazo é essencial para evitar contingenciamentos e garantir planejamento adequado das ações governamentais no próximo ano.

O deputado Tadeu Hassem, presidente da Comissão de Orçamento e Finanças (COF), conduziu a audiência pública que discutiu a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 na Assembleia Legislativa do Acre. Foto: captada 

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Brasiléia recebe carreta do Agora Tem Especialistas com atendimentos de ginecologia e mastologia até sexta-feira

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O espaço oferece consultas nas especialidades de ginecologia e mastologia, com o objetivo de reduzir a fila de espera de pacientes que aguardavam por atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Os atendimentos, no entanto, não são abertos ao público em geral

Secretária adjunta de Atenção à Saúde, Ana Cristina Moraes, destacou fortalecimento da saúde da mulher. Foto: Tiago Araújo/Sesacre

Para reduzir o tempo de espera e ampliar o acesso da população ao atendimento especializado, a carreta do programa Agora Tem Especialistas chega a Brasileia por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), em parceria com Ministério da Saúde e os Municípios da Regional do Alto Acre.

A cerimônia de abertura dos atendimentos foi realizada na manhã de segunda-feira, 15, no Hospital Regional do Alto Acre, local onde a carreta realizará atendimentos até sexta-feira, 19, retornando em 6 de janeiro e seguindo até o dia 30 do mesmo mês.

Durante a abertura, a secretária adjunta de Atenção à Saúde, Ana Cristina Moraes, destacou que a ação fortalece o cuidado com a saúde da mulher e garante a presença de especialistas mais próximos da população. “Essa carreta representa um avanço importante, porque leva atendimento especializado em saúde da mulher para Brasileia e também para os municípios de Xapuri, Epitaciolândia e Assis Brasil. É uma iniciativa que reduz a espera por exames e aproxima o serviço de quem mais precisa”, afirmou.

O espaço oferece consultas nas especialidades de ginecologia e mastologia, com o objetivo de reduzir a fila de espera de pacientes que aguardavam por atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Os atendimentos, no entanto, não são abertos ao público em geral. Apenas pacientes que já estavam cadastradas e foram pré-agendadas pela Regulação Estadual de Saúde serão atendidas no local.

Cerimônia de abertura dos atendimentos foi realizada na manhã desta segunda-feira, 15, no Hospital Regional do Alto Acre, em Brasileia. Foto: Tiago Araújo/Sesacre

A coordenadora do grupo condutor do Estado e do programa Agora Tem Especialistas, Érika Oliveira, ressaltou que a iniciativa assegura atendimento digno e oportuno às mulheres da região. “Evitando deslocamentos até a capital, levamos a saúde até a população, garantindo acesso no tempo certo e de acordo com o que é preconizado pela política pública do SUS”, destacou.

Com uma equipe multiprofissional, a carreta oferece consultas, realiza exames e encaminha, quando necessário, casos mais complexos para o Hospital de Amor, em Rio Branco, instituição parceira do projeto, para que o tratamento tenha início de forma rápida e segura.

Para o secretário municipal de Saúde de Xapuri, Daniel Lima, a iniciativa representa um ganho concreto para os municípios mais distantes da capital. “Xapuri está a cerca de 200 quilômetros de Rio Branco, e esse deslocamento gera custos e desgaste, principalmente para os pacientes. Quando o atendimento especializado passa a ser ofertado na própria regional, o acesso se torna mais fácil e mais humano. Essa ação garante mais comodidade, reduz barreiras e fortalece a assistência em saúde para a população do interior”, afirmou.

Moradora da zona rural de Brasileia e uma das pacientes atendidas pela carreta, Águeda Augusta Alves relatou a experiência de realizar os exames sem precisar se deslocar até a capital, destacando a facilidade do acesso e a importância da iniciativa para quem vive longe dos grandes centros.

“Antes, para fazer esses exames, eu precisava ir até Rio Branco, o que é cansativo e exige tempo, além da espera pelo resultado. Com a carreta aqui, tudo fica mais perto e mais viável para quem mora na zona rural. Fui orientada pela agente de saúde, fiz o agendamento e consegui realizar os exames com mais facilidade. Esse projeto ajuda principalmente quem mais precisa e permite que, se for identificado algum problema, o encaminhamento para o tratamento aconteça de forma mais rápida”, relatou.

Com uma equipe multiprofissional, a carreta oferece consultas, realiza exames e encaminha, quando necessário, casos mais complexos para o Hospital de Amor, em Rio Branco. Foto: Tiago Araújo/Sesacre

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Pedro Longo pede agilidade no pagamento de verbas rescisórias e reforça apelo por festas sem fogos barulhentos

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Durante a sessão ordinária desta terça-feira (16), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Pedro Longo (PDT) usou a tribuna para registrar votos de pesar, cobrar maior celeridade no pagamento de verbas rescisórias a servidores provisórios e reforçar um apelo à população e aos órgãos públicos para que as festas de fim de ano sejam realizadas sem o uso de fogos com estampido.

No início do pronunciamento, o parlamentar manifestou solidariedade pelo falecimento do ex-deputado estadual e ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, destacando a relevância política e o respeito que ele construiu ao longo da vida pública. “Nilson foi uma pessoa extremamente marcante na vida política de Sena Madureira, muito respeitado e admirado pela população, algo que ficou evidente no momento do velório e do sepultamento”, afirmou, ao estender condolências à família do ex-parlamentar.

Em seguida, Pedro Longo voltou a tratar da situação dos servidores provisórios que aguardam o pagamento das verbas rescisórias vinculadas ao Instituto de Administração Penitenciária (Iapen). O deputado reconheceu o compromisso do governo com a quitação dos valores, mas alertou para a necessidade de mais agilidade no processo. “O pagamento está garantido, mas não está ocorrendo com a rapidez que gostaríamos. Essas famílias enfrentam um momento difícil e precisam desses recursos, especialmente neste período que antecede o Natal”, ressaltou, agradecendo o acompanhamento feito pelo secretário Luiz Calixto e pelo secretário adjunto Guilherme Duarte.

Encerrando sua fala, o parlamentar também fez um apelo à sociedade acreana e às administrações públicas para que evitem o uso de fogos com barulho durante as festividades de fim de ano. Segundo ele, a prática causa sofrimento a pessoas com transtorno do espectro autista, crianças, idosos, pessoas enfermas e animais. “Reitero o pedido para que o poder público não utilize e fiscalize a utilização desses fogos. É uma questão de respeito e sensibilidade com quem mais sofre nesse período”, concluiu.

Texto: Andressa Oliveira

Foto: Sérgio Vale

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