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A misteriosa doença ligada a cigarros eletrônicos que já matou seis pessoas nos EUA
O primeiro relato da doença misteriosa surgiu em abril, no Estado de Illinois; logo, médicos de todo o país começaram a descrever pacientes com sintomas semelhantes, que incluem dificuldade de respirar, fadiga, tosse, febre alta, náusea e vômito.
Quando o jovem de 21 anos chegou ao hospital, ele sofria havia uma semana de dificuldade para respirar, dores abdominais, tosse, náusea e vômito. Com base no resultado de radiografias, recebeu inicialmente tratamento para pneumonia bacteriana.
Mas ele não respondia ao tratamento, e sua condição estava piorando. O paciente foi então entubado, com insuficiência respiratória. Esse recurso também não resolveu o problema, e ele precisou ser conectado a uma espécie de pulmão artificial durante sete dias.
Enquanto isso, os médicos realizavam testes para investigar a possibilidade de vários tipos de doenças, bactérias e vírus, mas não conseguiam determinar o que levou um jovem sem nenhum problema de saúde anterior a esse quadro. A única informação que tinham era que ele fumava diariamente cigarros eletrônicos com nicotina e THC (tetra-hidrocanabinol, componente psicoativo da maconha).
Apesar da gravidade do quadro, o jovem sobreviveu. Seu caso, relatado por médicos da Universidade de Utah na revista científica “The New England Journal of Medicine”, é um entre mais de 450 casos registrados em 33 Estados americanos nos últimos meses de uma grave e misteriosa doença pulmonar ligada ao uso de cigarros eletrônicos. Até agora, foram confirmadas seis mortes.
Os casos são investigados por especialistas do Centros de Controle e Prevenção de Doenças, agência de pesquisa em saúde pública ligada ao Departamento de Saúde (CDC), da Food and Drug Administration (FDA), agência do governo responsável pelo controle de medicamentos) e de departamentos de saúde estaduais.
Mas até agora não se sabe o que exatamente causa essa síndrome respiratória e se está ligada a um tipo específico de aparelho, substância ou ingrediente usado em cigarros eletrônicos. Enquanto buscam respostas, as autoridades dizem que os consumidores devem considerar a possibilidade de evitar o uso de cigarros eletrônicos.
Na quarta-feira (11), o governo do presidente Donald Trump anunciou que pretende proibir a venda da maioria dos cigarros eletrônicos que contêm sabor, em meio ao aumento do consumo entre adolescentes. A medida não afetaria produtos que não têm adição de sabor.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estuda a liberação da venda de cigarros eletrônicos, que é proibida desde 2009.
Vítimas jovens
O primeiro relato da doença misteriosa surgiu em abril, no Estado de Illinois. Logo, médicos de todo o país começaram a descrever pacientes com sintomas semelhantes, que incluem dificuldade de respirar, fadiga, tosse, febre alta, náusea e vômito.
Segundo a médica Jennifer Layden, epidemiologista-chefe do Departamento de Saúde Pública de Illinois que analisou 53 casos registrados em seu Estado e em Wisconsin, a maioria dos pacientes era jovem, com idade média de 19 anos, e não apresentava outros problemas de saúde. Quase todos necessitaram de hospitalização, mais da metade em unidades de terapia intensiva.
“Todos os pacientes tinham histórico de uso de cigarros eletrônicos e produtos relacionados no período de 90 dias antes do surgimento dos sintomas”, disse Layden em artigo na revista científica “The New England Journal of Medicine”.
Segundo relatos de médicos, radiografias dos pacientes afetados trazem resultados semelhantes a pneumonia bacteriana ou viral, mas testes posteriores não mostram infecção ou outra condição que explique a doença pulmonar. Alguns dos doentes apresentaram quadro de pneumonia lipoídica, que é resultado da aspiração de partículas oleosas para dentro dos pulmões.
As primeiras mortes foram registradas em Illinois e Oregon. Na semana passada, outras três mortes, em Indiana, Minnesota e no condado de Los Angeles, foram confirmadas. Nesta semana foi anunciada uma morte no Kansas.
“Apesar de ser necessária maior investigação para determinar que agente ou agentes foram responsáveis, há claramente uma epidemia que exige uma resposta urgente”, diz o médico David Christiani, da Universidade Harvard, em carta à “The New England Journal of Medicine”.
Investigação
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças lançaram investigação no início de agosto, com a participação da FDA e de autoridades de saúde e especialistas dos Estados afetados. “Estamos comprometidos em descobrir o que está deixando as pessoas doentes”, diz o diretor do CDC, Robert Redfield.
Segundo o comissário em exercício da FDA, Ned Sharpless, os laboratórios da agência já receberam para análise mais de 120 amostras de produtos e substâncias usados por doentes em todo o país, em um esforço para descobrir o que exatamente eles contêm.
Ainda não se sabe se a síndrome respiratória é resultado de alguma determinada toxina ou substância que foi parar nos produtos usados em cigarros eletrônicos ou se é simplesmente fruto do uso pesado desses aparelhos.
Há dezenas de tipos diferentes de cigarros eletrônicos e vaporizadores. Neles, nicotina, THC ou aromatizantes são misturados a um tipo de solvente ou óleo. Esse líquido serve como difusor da nicotina ou do THC, ao ser aquecido, transformado em vapor e inalado pelo usuário.
Essa solução líquida pode conter outros químicos para, por exemplo, alterar o sabor da mistura. Especialistas ressaltam que a mistura de vários ingredientes com os componentes primários e possíveis contaminantes podem resultar na produção de novos agentes, que podem ser tóxicos.
Uma das suspeitas é a de que os doentes tenham entrado em contato com produtos adulterados ilegalmente, com adição de químicos nocivos aos líquidos. O CDC ressalta que os cartuchos usados nos cigarros eletrônicos podem ter sido reutilizados com substâncias ilegais ou desconhecidas.
Entre as possibilidades investigadas está a de que a adulteração tenha se concentrado em produtos usados para inalação de THC. Segundo o CDC, muitos dos pacientes relataram uso de cigarros eletrônicos contendo produtos canabinoides, como CBD (canabidiol) e THC.
Só que outros doentes admitiram apenas o uso de produtos com nicotina – mas médicos alertam que alguns jovens podem relutar em admitir uso de maconha.
Acetato de vitamina E
Na semana passada, o Departamento de Saúde do Estado de Nova York, onde pelo menos 49 pessoas ficaram doentes, disse que um dos focos de sua investigação era a presença de “níveis muito altos” de acetato de vitamina E em quase todas as amostras de produtos que continham cannabis.
O acetato de vitamina E é um componente em forma de óleo da vitamina, comumente utilizado em cremes para pele e suplementos vitamínicos, mas que não é autorizado em produtos à base de maconha para uso em cigarros eletrônicos.
A FDA também revelou que o acetato de vitamina E foi encontrado na maioria das amostras com THC testadas em seus laboratórios, mas ressaltou que nenhuma substância até agora foi encontrada em todas as amostras.
“A identificação de qualquer componente presente nas amostras será uma peça do quebra-cabeças, mas não vai necessariamente responder às questões sobre o que está causando essas doenças”, disse um porta-voz da FDA.
O CDC lançou um alerta aos consumidores de cigarros eletrônicos e vaporizadores para quem comprem os produtos apenas de lojas e fabricantes confiáveis.
“Independentemente da investigação em curso, as pessoas que usam produtos relacionados a cigarros eletrônicos não devem comprar esses produtos na rua e não devem modificá-los ou adicionar qualquer substância que não seja prevista pelo fabricante”, alerta o CDC.
Uso crescente
Os cigarros eletrônicos e vaporizadores são populares nos Estados Unidos há mais de 15 anos. Eles surgiram como uma alternativa ao cigarro convencional e com a promessa de ajudar fumantes a abandonarem o vício.
Fabricantes e defensores do uso de cigarros eletrônicos ressaltam que são menos nocivos para os pulmões, já que não incluem as toxinas perigosas, muitas delas cancerígenas, provenientes da combustão do tabaco em cigarros comuns.
Mas o CDC afirma que as evidências científicas são “inconclusivas” sobre a eficácia desses produtos para ajudar a parar de fumar. Nesta semana, a FDA acusou a Juul Labs, popular fabricante de cigarros eletrônicos, de ter ilegalmente comercializado seus produtos como sendo uma alternativa menos nociva do que cigarros tradicionais.
Pesquisadores alertam também que ainda não se sabe quais os impactos à saúde do uso prolongado de cigarros eletrônicos. Especialistas afirmam que, apesar de conterem menos substâncias químicas tóxicas do que os cigarros convencionais, os cigarros eletrônicos podem expor usuários a substâncias que podem ter efeito prejudicial à saúde “incluindo partículas ultrafinas, metais pesados e compostos orgânicos voláteis e outros ingredientes nocivos”, resume o CDC.
Além disso, muitos consideram o processo regulatório desses produtos deficiente, e afirmam que é difícil saber que substâncias são adicionadas aos líquidos.
Além do uso para consumo de nicotina, os cigarros eletrônicos também são uma maneira popular de consumir maconha, que é legal em 33 Estados americanos – em alguns somente para uso medicinal, em outros também para uso recreativo.
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MPF cobra efetivo do Ibama para combater crimes ambientais no Amazonas
O MPF deu o prazo de 30 dias para que o Ibama responda se acatará recomendação e alertou que eventual omissão poderá “implicar na adoção de todas as medidas administrativas e ações judiciais cabíveis” contra os gestores da autarquia.
Com assessoria
O MPF (Ministério Público Federal) recomendou ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) para que mantenha quadro de agentes ambientais em número suficiente para atender às demandas de fiscalização, combate e repressão à prática de garimpo e mineração ilegais, no Amazonas.
Com dimensões continentais, o estado amazonense conta com apenas 23 fiscais do Ibama. A deficiência favorece a prática de crimes ambientais, principalmente o desmatamento e o garimpo.
O Ibama informou que prepara concurso público. O edital deverá ser lançado no início de 2025. Conforme a autarquia, 50% das vagas serão destinadas ao norte do país.
A recomendação do MPF foi assinada pelo procurador da República André Luiz Cunha. Ele considerou os prejuízos causados com a greve de agentes do Ibama, que durou 37 dias, entre julho e agosto. Servidores públicos paralisaram os serviços da autarquia no estado amazonense para pressionar o governo federal a conceder reajuste salarial.
De acordo com o MPF, a greve “acarretou em consideráveis prejuízos às atividades de combate ao garimpo ilegal, ante a ausência de quadro mínimo de servidores para atender às demandas que surgiram durante o período de greve”.
Ainda conforme o procurador, a paralisação causou prejuízo tanto ao meio ambiente quanto aos cofres públicos da União, ante a ausência de agentes da referida autarquia nas operações de combate ao garimpo ilegal deflagradas.
Na recomendação, o procurador recomenda que, caso haja nova paralisação das atividades dos servidores, independentemente do motivo ou do lapso temporal, o Ibama preserve um contingente mínimo de agentes para atuar na fiscalização e no combate in loco do garimpo ilegal, com a lavratura de autos de infração.
O MPF deu o prazo de 30 dias para que o Ibama responda se acatará recomendação e alertou que eventual omissão poderá “implicar na adoção de todas as medidas administrativas e ações judiciais cabíveis” contra os gestores da autarquia.
Procurado pela reportagem, o Ibama informou que a realização de concurso público em 2025 visa reforçar o compromisso da autarquia em atender demandas ambientais mais urgentes, como o combate ao desmatamento, ao garimpo e à mineração ilegais.
Leia na íntegra a nota do Ibama
O Ibama está em fase de preparação para a realização de um novo concurso público para ampliar o quadro de servidores em todo o Brasil. A publicação do edital está prevista para ocorrer entre janeiro e fevereiro de 2025. As provas, dependendo dos trâmites administrativos, estão planejadas para o período entre março e abril.
50% das vagas do concurso, que objetiva suprir as carências no quadro do Instituto nacionalmente, serão destinadas à região Norte do país, reforçando o compromisso do Ibama em atender demandas ambientais mais urgentes, como o combate ao desmatamento, ao garimpo e à mineração ilegais, além de outras atividades de fiscalização e de proteção ambiental.
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CCJ aprova projeto que permite a estados legislar sobre questões penais
O texto, que ainda precisa passar pelo plenário, estados e o Distrito Federal ficam autorizados a legislar sobre as seguintes questões, desde que de forma mais gravosa do que a prevista na legislação federal
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (4) projeto de lei que permite que estados e o Distrito Federal aprovem leis específicas sobre matéria penal e processual penal.
De acordo com o texto, que ainda precisa passar pelo plenário, estados e o Distrito Federal ficam autorizados a legislar sobre as seguintes questões, desde que de forma mais gravosa do que a prevista na legislação federal:
– fixação de penas aos crimes previstos no ordenamento jurídico vigente, respeitando-se o limite de tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade previsto no Código Penal;
– regimes de cumprimento de pena, suas espécies, regras para fixação do regime inicial e para progressão;
– requisitos para concessão de livramento condicional, suspensão condicional da pena, suspensão condicional do processo e transação penal;
– espécies e formas de cumprimento das penas restritivas de direitos;
– critérios para a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos; e
– previsão de efeitos genéricos e específicos da condenação.
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Dulcinéia Benício é eleita presidente do Tribunal de Contas do Estado do Acre para o biênio 2025-2026
A sessão também elegeu os membros das duas Câmaras de Contas, seus respectivos presidentes, a diretora da Escola de Contas, o corregedor e o ouvidor. As votações foram realizadas de forma aberta
A conselheira Dulcinéa Benício de Araújo foi eleita, por aclamação, para presidir o Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC) no biênio 2025-2026. O conselheiro Ronald Polanco foi escolhido como vice-presidente da corte.
A decisão foi anunciada durante sessão especial do pleno nesta quinta-feira (5). Atualmente, Dulcinéia ocupava o cargo de corregedora do órgão. A nova composição da corte também foi eleita na mesma ocasião.
Em nota divulgada pelo TCE-AC a nova presidente afirmou querer administrar o órgão com ‘lealdade e responsabilidade’.
“Nossa missão é fortalecer o controle externo, reduzir desigualdades e avançar na construção de uma democracia
A sessão também elegeu os membros das duas Câmaras de Contas, seus respectivos presidentes, a diretora da Escola de Contas, o corregedor e o ouvidor. As votações foram realizadas de forma aberta.
Quem é Dulcinéia Araújo?
Dulcinéia Benício de Araújo foi eleita para a vaga de conselheira do Tribunal de Contas do Acre em 2006, indicada pelo então governador Jorge Viana (PT). Na época, três concorrentes ao cargo, Vicente Aragão Prado Júnior, Jonathas Santos Almeida de Carvalho e Idelbrando da Rocha Menezes, chegaram a entrar com um mandado de segurança contra a eleição, o documento acabou sendo indeferida pela Justiça do Acre.
Ela já foi procuradora jurídica de Rio Branco e assessora especial para assuntos jurídicos no gabinete do então governador Jorge Viana.
No Tribunal já ocupou os cargos de vice-presidente, diretora da Escola de Contas, ouvidora e corregedora.
A nova presidente também é bacharel em direito pela Universidade Federal do Acre (Ufac), pós-graduada em cireito constitucional e possui MBA em gestão no Poder Judiciário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Conforme o TCE-AC participou de cursos como o APG Internacional “A Essência da Gestão” (AMANA-KEY), e possui formação em áreas como inteligência de controle, gestão pública avançada e combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.
Confira a nova composição do TCE-AC
- Presidente: Dulcinéia Benício
- Vice-presidente: Ronald Polanco
- Corregedor: Ribamar Trindade
- Diretora da Escola de Contas: Naluh Gouveia
- Ouvidor: Antônio Cristovão
- 1ª Câmara: Antônio Jorge Malheiros
- 2ª Câmara: Valmir Ribeiro
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