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Brasil

A democracia brasileira e o risco

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Projeção no Congresso Nacional traz mensagens de defesa do Estado Democrático de Direito
Rubens Gallerani Filho/PR

Projeção no Congresso Nacional traz mensagens de defesa do Estado Democrático de Direito


Desde o início do anterior governo, a democracia brasileira estava sob alto risco. Não apenas por causa de um governo reacionário que fez do desmonte da Democracia o seu objetivo estratégico, mas também porque uma parte da sociedade brasileira abandonou a sua afeição por ela. Uma de suas causas foi o descaso com a organização da vida popular e a descrença no papel que uma cidadania pode desempenhar nas Democracias.

Muito antes do assalto da Praça dos Três Poderes, já se viam os riscos de que uma ralé de novo tipo, com extração nos setores da classe média, em busca de fama e de riqueza fácil, inebriadas pelo mito pós-moderno da personalidade vislumbrasse na sociedade indefesa e sua hora e vez como em Augusto Matraga.

A infiltração desses vândalos em postos importantes, inclusive no Itamaraty e no sistema de representação política, era uma grave ameaça à obra inacabada da civilização brasileira.

O Brasil não é uma ilha, e faz parte, desde sua origem, do sistema capitalista mundial, filho do Ocidente. Sua formação se forjou sob a influência das correntes de ideias que nos vinham da França, no Império, segundo a modelagem operada pelo Visconde do Uruguai, e, na República, dos Estados Unidos, que inspiraram em larga medida a primeira Constituição, em 1891, obra em grande parte derivada da influência de Ruy Barbosa na sua redação.

A derrota do anterior governo interrompeu o caminho para a Barbárie, mas parece que a verdadeira dimensão dos riscos que a Democracia brasileira corre tem de ser reavaliada por todos os brasileiros. Nesse aspecto, a viagem do presidente Lula a Washington demonstrou, no ano passado, que a rota histórica de nossas relações internacionais foi retomada, tendo por centro a Democracia e o Estado de Direito.

Retoma-se o eixo democrático da diplomacia do Barão de Rio Branco, de Joaquim Nabuco e de Osvaldo Aranha. Oriente e Ocidente não são apenas espaços geopolíticos, são culturas, valores e conceitos que remontam há quatro mil anos de processo civilizatório, desde a antiguidade grega.

A história viajou do Oriente, seu começo, para o Ocidente, a sua modernidade. E é esse Brasil moderno e civilizado que o nosso novo Governo representa para o mundo e para a percepção da opinião pública internacional e da maior parte dos líderes mundiais.

A pós-modernidade, porém, por causa da China, é uma nova disputa entre Oriente e Ocidente no plano das estruturas políticas. O Brasil não tem como fazer um percurso diferente, mesmo tendo um pé no Oriente ibérico, como nos mostrou Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil.

Um dos traços característicos dos povos ibéricos é a cultura de personalidade que consiste em se apegar a uma pessoa mais do que a seus títulos ou posição social. O personalismo é a marca de uma sociedade que não consegue se organizar por si mesma.


Relações sociais são marcadas pela empatia, seja a familiar, seja de afinidade. O personalismo atravessa, portanto, todas as camadas sociais. Nele, a obediência também é vista como virtude e sinônimo de lealdade. Um pouco da polarização política brasileira decorre desse fenômeno.

O presidente Lula tem a compreensão dos riscos dessa realidade. A herança da escravidão e da estrutura agrária colonial estão na raiz da desigualdade social brasileira e da formação da nossa elite econômica e política tradicional.

Acabamos de nos livrar de um governo inspirado na experiência neoliberal chilena que trabalhou para desconstruir o acervo social democrata dos governos da redemocratização, mas também a herança liberal republicana que deu sustentação ao Estado brasileiro nos momentos de predomínio da Democracia na vida nacional.

A conversa entre Lula e Biden – e esse diálogo permanente – pode nos ajudar a olhar para frente ao destacar a defesa do processo democrático, uma política econômica voltada para a reindustrialização do país, defesa do meio ambiente, combate às desigualdades e inclusão das minorias. Uma pauta comum que ajuda, ambos os países, a afastar os riscos e as ameaças ao processo democrático e ao Estado de Direito.

Fonte: Nacional

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Brasil

Receita Federal apreende 554 kg de cocaína escondidos em carga de café no Porto de Santos

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Droga estava camuflada em 17 toneladas de café solúvel com destino à Bélgica; Polícia Federal foi acionada para investigar o caso

Na manhã desta segunda-feira (24), a Receita Federal realizou uma apreensão de 554 kg de cocaína no Porto de Santos. A droga estava escondida em uma carga de 17 toneladas de café solúvel, que seria enviada para Antuérpia, na Bélgica. A descoberta ocorreu durante uma operação de rotina da Alfândega, que utilizou critérios de gerenciamento de risco, análise de dados e inspeção por escâner para identificar a carga suspeita.

Durante a verificação física, os agentes encontraram caixas onde parte do café havia sido substituída por tabletes de cocaína. Após a confirmação da contaminação da carga, a Polícia Federal foi acionada para realizar perícia e abrir inquérito policial visando apurar a origem e os responsáveis pelo esquema.

A Receita Federal destacou que a operação reforça o compromisso da instituição em garantir a segurança do comércio exterior e combater crimes no maior porto da América Latina. O caso também evidencia a sofisticação dos métodos de fiscalização, que combinam tecnologia e inteligência para interceptar cargas ilegais.

A droga foi encontrada durante atividades de rotina de vigilância e repressão aduaneiras realizadas pela Alfândega de Santos

A investigação segue em andamento, com foco em desarticular redes criminosas envolvidas no tráfico internacional de drogas. A apreensão representa um duro golpe contra o narcotráfico e reforça a importância da atuação integrada entre órgãos de segurança pública.

Veja vídeo:

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Brasil

Ministra da Saúde não segue recomendação e deixa de tomar reforço da vacina da Covid

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Anúncio vem logo após a coluna revelar que Nísia está com o certificado de vacinação contra a Covid incompleto

Vinícius Schmidt/Metrópoles

O Ministério da Saúde confirmou à coluna que a ministra Nísia Trindade não tomou todas as doses da vacina contra a Covid recomendadas pela própria pasta. Também informou que Nísia atualizará seu cartão de vacinação nesta semana.

Como a coluna revelou, Nísia, de 67 anos, só tomou uma dose de reforço contra a Covid em 2024, enquanto a recomendação da pasta é de duas doses por ano, com intervalo de 6 meses, para pessoas a partir de 60 anos. A reportagem obteve a carteira de vacinação de Nísia por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Veja o documento:

“A ministra Nísia Trindade tomou 6 doses da vacina contra Covid-19 e atualizará sua caderneta nesta semana”, diz a nota da pasta.

Idosos são considerados mais vulneráveis à Covid, devido à imunossenescência. Trata-se do processo de envelhecimento do sistema imunológico, que leva a uma menor resposta a infecções. Por isso, devem receber uma dose extra anualmente.

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Tanto idosos como gestantes entraram para o Calendário Nacional de Vacinação em relação à Covid em dezembro passado. Assim, a imunização contra a doença passou a ser de rotina para os dois grupos.

De acordo com o documento “Estratégia de Vacinação Contra a Covid-19”, produzido pelo Ministério da Saúde sob a gestão de Nísia e publicado em 2024, o esquema vacinal recomendado para a população a partir de 60 anos é “o recebimento de uma dose a cada seis meses, independentemente da quantidade de doses prévias recebidas”.

Dessa maneira, considerando que Nísia tomou uma dose de reforço em fevereiro de 2024, ela deveria ter tomado a segunda dose da vacina a partir de agosto do ano passado, mas não há registro em seu cartão de vacinação de que isso tenha acontecido.

Crise no Ministério da Saúde

A pasta enfrenta desafios em relação à vacinação. Como revelado pela coluna, o governo bateu recorde e incinerou três vezes mais medicamentos e vacinas do que toda a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A soma em dois anos alcançou R$ 1,9 bilhão.

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Outra reportagem da coluna mostrou em novembro do ano passado que a Saúde deixou que os imunizantes perdessem a validade e incinerou 10,9 milhões de doses em 2024. Mais 12 milhões estavam vencidas à época e deveriam ter o mesmo destino.

Até o momento, a pasta de Nísia não anunciou uma campanha de vacinação específica contra a Covid para 2025. A divulgação da iniciativa em anos passados costumava ocorrer no fim do ano anterior.

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Bitcoin despenca e perde os US$ 90 mil após ataque hacker e tarifas de Trump

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Criptomoeda cai cerca de 20% desde a posse de Trump, enquanto setor cripto enfrenta reveses; liquidações superam US$ 1,34 bi

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