Brasil
7 de setembro: descubra o verdadeiro grito de Dom Pedro I às margens do Ipiranga

Há 202 anos o Brasil se tornava independente de Portugal graças ao grito de Dom Pedro I às margens do rio Ipiranga , em São Paulo: “Independência ou morte!”. Será que foi isso mesmo que o príncipe declarou a plenos pulmões? Bem, digamos que a história verdadeira seja um pouco menos heroica.
“Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil, para sempre, separado de Portugal” , foi o que o príncipe regente disse. Ao menos de acordo com historiadores que ao longo das décadas investigaram cartas e registros daquele 7 de setembro. Em entrevista à Rádio Senado, Rodrigo Trespach, historiador e autor de diversos livros sobre a Independência, conta que essa versão do grito do Ipiranga é baseada em relatos do Padre Belchior de Oliveira, conselheiro de Dom Pedro, que viajava com a comitiva na época.
Outros membros do grupo, no entanto, chegaram a relatar versões destoantes: para o alferes Canto e Melo, a frase foi “Independência ou morte! Estamos separados de Portugal!” . E para Coronel Manuel Marcondes, foi algo mais parecido com “brasileiros! A nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte! E as nossas cores, verde e amarelo, em substituição às das cortes” .
No final das contas, apenas quem estava lá sabe com exatidão. Os verdadeiros acontecimentos daquele 7 de setembro de 1822 acabaram, ao longo do tempo, sendo encobridos por um mito, construído com empenho principalmente pela elite paulistana. Tanto é que, quando se fala em Independência do Brasil, muita gente logo lembra da famosa pintura “O Grito do Ipiranga” de Pedro Américo, obra que representa o episódio nos livros de História . Ao entender o contexto histórico de sua criação, fica evidente porque, até hoje, relembramos o episódio às margens do Ipiranga de forma romantizada.
Abaixo, conheça uma outra versão do que teria acontecido no dia da independência e a possível razão de Dom Pedro ter rompido com Portugal justamente nesse local.
+ Dia do Fico: o episódio que fez dom Pedro I ficar no Brasil
A história contada por Pedro Américo
Quando analisamos a obra de Pedro Américo, vemos a grande comitiva de Dom Pedro I cavalgando às margens do rio Ipiranga. Acontece que, muito provavelmente, o príncipe regente não estava à cavalo, e sim em cima de uma mula. Este era o animal mais adequado para as longas viagens que ele fazia. Além disso, de acordo com alguns historiadores, ele não usava uniforme oficial devido ao calor, e também estaria viajando com bem menos gente do que mostra a imagem.
Produzido entre 1886 e 1889 em Florença, na Itália , por encomenda do governo de São Paulo, o quadro de Pedro Américo foi feito especialmente para ser exibido no Monumento do Ipiranga. A ideia era celebrar a fundação do Brasil no local onde sua independência foi declarada – e, de quebra, enaltecer a monarquia portuguesa e localizar São Paulo como o berço brasileiro.
Vale lembrar que o “Independência ou Morte” foi pintado no contexto de um movimento conhecido como “pintura de história”, e este gênero artístico estava muito atrelado aos movimentos de legitimação nacionalista.
+ 5 livros para entender a Independência do Brasil para além de D. Pedro
E a (provável) história real
Naquele setembro de 1822, Dom Pedro I passava por São Paulo vindo de Santos , litoral do estado, pois viajava pelo Brasil com o objetivo de acalmar os ânimos da nação. Naquele mesmo ano, diversos conflitos eclodiam país afora, como a Independência da Bahia , a Batalha do Jenipapo (um dos mais sangrentos), e revoltas no Maranhão, Grão-Pará e Província Cisplatina.
Todas estas guerras tinham como tema a independência do Brasil e foram o motor para a declaração – daí o motivo de historiadores defenderem a Independência como um movimento mais amplo do que a declaração de Dom Pedro às margens do Ipiranga. Alguns estados eram a favor do rompimento, mas outros eram contra e permanecerem fiéis à Portugal.
Além disso, a proclamação da independência à beira do rio Ipiranga não foi lá algo muito planejada. De acordo com alguns autores, documentos e cartas da época, o príncipe parou a comitiva porque estava com dor de barriga e precisava se aliviar. Neste intervalo da viagem, seus conselheiros e companheiros de comitiva leram para o príncipe as cartas de José Bonifácio e da princesa Maria Leopoldina que haviam acabado de receber. Era Portugal dizendo que não toleraria mais a gestão do filho de Dom João e que ele seria destituído. Diante disso, Dom Pedro bradou: “Nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil, para sempre, separado de Portugal”.
+ Independência da Bahia: tudo o que você precisa saber
Prepare-se para o Enem sem sair de casa. Assine o Curso GUIA DO ESTUDANTE ENEM e tenha acesso a todas as provas do Enem para fazer online e mais de 180 videoaulas com professores do Poliedro, recordista de aprovação nas universidades mais concorridas do país.
Fonte: Nacional
Comentários
Brasil
Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
Comentários
Brasil
Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
Comentários
Brasil
Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Você precisa fazer login para comentar.