Acre
Jorge Viana: Brasil tem responsabilidade perante o mundo
Em evento na COP 23, em Bonn, na Alemanha, senador adverte que apesar das ameaças de retrocesso na política ambiental brasileira, país tem compromisso de reduzir desmatamento e emissões de gases. Acre e Mato Grosso recebem 70 milhões de euros
O Brasil está comprometido na redução do desmatamento e na emissão de gases de efeito estufa, apesar da ameaça de retrocessos na política ambiental adotada pelo governo Michel Temer. A avaliação é do senador Jorge Viana (PT-AC), presidente da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas do Congresso, que está em Bonn, na Alemanha, participando da 23ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP23, que reúne governantes e autoridades de 195 países. “O país tem responsabilidade e o respeito da comunidade internacional, mas precisamos cuidar para que a agenda ambiental não se perca diante da ofensiva conservadora”, disse.
“A ameaça da mudança climática é real e precisa ser enfrentada agora porque a vida no planeta está em risco”, comentou. Ele adverte que o custo de adaptação às mudanças climáticas por parte das nações é muito alto e o melhor que os governantes podem fazer agora é avançar nas condições para que a temperatura planetária suba menos. “O desafio agora é como fazer que o modelo de produção e consumo seja de baixo carbono para que possamos ter uma economia sustentável e não esse modelo que esgota os recursos naturais, emite gases e altera o clima do planeta”, destacou.
Viana comemorou o repasse de 70 milhões de euros aos estados do Acre e do Mato Grosso, por conta da redução do desmatamento. Os recursos serão usados no combate ao desmatamento e investidos na diminuição da desigualdade e no combater à pobreza nos estados da Amazônia. “Esse dinheiro é doação que vai chegar diretamente às populações indígenas e também para o que nós chamamos de economia solidária das populações extrativistas”, lembrou.
Junto com os governadores Tião Viana e de outros estados da Amazônia, além de parlamentares, Viana participou da assinatura do acordo de cooperação que vai destinar 100 milhões de euros pelos governos da Alemanha e do Reino Unido.
AGENDA PARLAMENTAR
Nesta quinta-feira, 16, Viana liderou o evento promovido no Espaço Brasil, reunindo autoridades brasileiras e representantes de organizações não-governamentais para discutir a agenda parlamentar do país e o cumprimento das metas estabelecidas no Acordo de Paris. O evento foi um dos mais prestigiados do Espaço Brasil, na COP23.
O Brasil se comprometeu a reduzir, até 2025, a emissão de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005. E, a partir daí, reduzir até 2030 a emissão de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005.
O país ainda se comprometeu a aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030.
Viana lembrou que o Brasil tem um papel importante por ter sediado a Rio 92 e a Rio +20, mas o avanço da última década está ameaçado por conta do desmatamento e da agenda conservadora. “Nos governos Lula e Dilma houve uma redução de 80% do desmatamento, mas nos últimos três anos voltou a crescer e perdemos 10% de florestas. Agora, a situação preocupa porque a agenda de meio ambiente do governo Temer é negativa”, destacou.
Ele ressaltou que um dos assuntos relacionados ao Brasil que repercutiu negativamente na Alemanha, durante a COP23, que se encerra nesta sexta-feira, 17, é a Medida Provisória 795, que concede R$ 1 trilhão em isenções fiscais até 2040 para as grandes empresas petrolíferas que vão explorar o pré-sal. “Enquanto as nações querem tirar de circulação o carro movido a combustível fóssil, o Brasil vai na contramão. Isso virou um escândalo”, destacou.
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VÍDEO: Briga entre moradores de rua com lances de jiu-jitsu chama atenção em Cruzeiro do Sul
Conflito registrado em vídeo viralizou nas redes sociais; confronto ocorreu na Avenida Mâncio Lima, próximo à Ponte da União
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aúde em destaque : Grupo de Coluna promove reabilitação e qualidade de vida em Brasileia
A Prefeitura de Brasileia através da Secretaria Municipal de Saúde realiza semanalmente encontro do “Grupo de Coluna” no Centro do Idoso.
O grupo é um projeto do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF), e tem como objetivo trabalhar a reabilitação e trazer melhor qualidade de vida para as pessoas que tem alguma patologia relacionada a coluna.
Com encontros semanais às terças e quintas-feiras, o grupo realiza exercícios de mobilidade, alongamento e reabilitação, sempre com o acompanhamento de uma equipe especializada.
Atualmente, cerca de 40 participantes
integram as atividades, que visam aliviar dores, fortalecer a musculatura e promover bem-estar.
Na gestão do Prefeito Carlinhos do Pelado, a saúde é prioridade, e vem se destacando com várias atividades que beneficiam diretamente a população.
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ICMBio esclarece que operação na Reserva Chico Mendes visa apenas pecuária ilegal
Coordenadora da Operação Suçuarana nega ação contra pequenos produtores e alerta sobre fake news que distorcem objetivos da fiscalização

A gestora também chamou atenção para o impacto ambiental provocado pelas invasões e pela expansão ilegal da pecuária. Foto: internet
Em entrevista concedida nesta sexta-feira (14), a gerente regional do ICMBio e coordenadora da Operação Suçuarana, Carla Lessa, reafirmou o caráter seletivo das ações de fiscalização na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre. A gestora esclareceu que as intervenções têm como alvo específico pecuaristas que, mesmo após notificações formais e determinações judiciais, mantiveram atividades ilegais na unidade de conservação.
Pontos-chave da operação:
Alvo específico: Pecuaristas que ignoraram múltiplas notificações do ICMBio e decisões judiciais
Base legal: Cumprimento do plano de uso sustentável definido pelos próprios extrativistas
Dados preocupantes: Aumento de 40% no desmatamento para pastos ilegais nos últimos 3 anos
Combate à desinformação: Fake News circulando sobre suposto prejuízo a pequenos produtores
Lessa destacou que a reserva – criada em 1990 como homenagem póstuma a Chico Mendes – tem 93% de seu território preservado, mas sofre pressão crescente de grileiros. “São invasores profissionais, não moradores tradicionais”, afirmou, citando casos de propriedades com mais de 500 cabeças de gado em áreas protegidas.

O ICMBio é o responsável por fiscalizar o cumprimento do plano de utilização elaborado pelos próprios moradores da reserva. Foto: captada
Carla Lessa também alertou sobre a disseminação de informações falsas nas redes sociais, que estariam distorcendo os objetivos da operação. “Não é verdade que o ICMBio está prejudicando pequenos produtores. Nosso trabalho visa proteger a reserva e garantir que ela cumpra sua função original”, afirmou.
A operação já resultou na apreensão de 1.200 animais em duas semanas, todos encaminhados para leilão público. Os recursos serão reinvestidos em ações de fiscalização e projetos sustentáveis para as 2.400 famílias extrativistas legalmente assentadas.
Próximos passos:
Intensificação do monitoramento por satélite
Parceria com MPF para ações judiciais contra invasores
Campanhas educativas sobre o plano de uso da reserva
A gestora também chamou atenção para o impacto ambiental provocado pelas invasões e pela expansão ilegal da pecuária. “Nos últimos anos, houve aumento significativo do desmatamento e da introdução de grandes rebanhos de gado, o que tem descaracterizado a finalidade da unidade de conservação”, afirmou.
Por fim, Carla Lessa pediu o apoio da sociedade para que o trabalho de fiscalização continue sendo efetivo.
“Precisamos da colaboração de todos para garantir a conservação da floresta amazônica e a proteção dos direitos das populações extrativistas que vivem na reserva”, concluiu Lessa.

A gestora esclareceu que as intervenções têm como alvo específico pecuaristas que, mesmo após notificações formais e determinações judiciais, mantiveram atividades ilegais na unidade de conservação. Foto: cedida
Destaques da entrevista:
Seletividade da ação: “Nossa atuação é cirúrgica, baseada em laudos técnicos e processos judiciais já transitados em julgado”
Proteção aos tradicionais: “As 2.400 famílias extrativistas regularizadas não são e nunca serão alvo”
Critério de atuação: Propriedades com mais de 50 cabeças de gado são priorizadas, indicando atividade comercial
Transparência: Lista completa de áreas notificadas está disponível para consulta pública
Lessa apresentou dados concretos: dos 1,3 milhão de hectares da reserva, apenas 3% estão sob conflito fundiário, concentrados em 47 áreas específicas onde se verifica desmatamento recente. “São casos flagrantes de grilagem, com documentação fraudulenta”, afirmou.
A coordenadora rebateu críticas: “Quem cumpre a lei não tem motivo para temer. Estamos cumprindo nosso dever constitucional de proteger uma unidade de conservação federal”. Ela convocou produtores irregulares a aderirem voluntariamente ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que prevê a retirada gradual dos animais sem multas.
O ICMBio/IBAMA mantém canal aberto para esclarecimentos através do Disque Denúncia Linha verde: 0800 61 8080. Novas etapas da operação estão previstas para as próximas semanas, com apoio da Polícia Federal e Força Nacional.

Segundo ela, a operação se concentra exclusivamente em áreas de pecuária ilegal, ocupadas por pessoas que desrespeitam notificações do ICMBio e decisões judiciais para desocupar o território. Foto; captada
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