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Vitrine de Lula, programa Um Computador por Aluno só chegou a 2% dos estudantes

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Programa “Um Computador por Aluno”, que criou expectativas em milhões de estudantes brasileiros ao anunciar laptops na rede pública, naufraga após seis anos. “Falência total”, diz professor

Projeto-piloto salientou problemas de infraestrutura das escolas e mostrou que País não pode ter modelo único

Há seis anos, o Ministério da Educação anunciava um projeto que, pelo nome, criou expectativas em todos os milhões de estudantes brasileiros da rede pública: Um Computador por Aluno (UCA). A proposta ambiciosa de distribuir laptops nas escolas tornou-se uma meta do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na prática, o programa alardeado como menina dos olhos do governo federal pouco avançou.

 Agência Brasil Em escola de Brasília, laptops estão guardados por falta de infraestrutura

Em escola de Brasília, laptops estão guardados por falta de infraestrutura – Agência Brasil

Agência Brasil

O programa: Decreto regulamenta programa Um Computador por Aluno

(Nesta semana, o iG publica uma série de reportagens sobre o programa Um Computador por Aluno)

Os primeiros 150 mil laptops que subsidiaram a experiência piloto – que Lula prometia ampliar para todo o Brasil – só foram adquiridos em 2010, por R$ 82 milhões, três anos depois da formalização do projeto. Em 2007, apenas cinco escolas haviam participado de experimentos pré-piloto. Há colégios que só começaram a utilizá-los há dois anos, depois de passarem um ano em caixas aguardando a conclusão da formação dos professores.

Desde então, Estados e municípios usaram pregões feitos pelo próprio governo federal para adquirir outros 387.979 laptops. Também compraram por meio de licitações federais outros 141.202 computadores interativos. Em seis anos, a quantidade de computadores atende a apenas 2% dos 32.742.255 alunos que estudavam nos ensinos fundamental e médio da rede pública em 2012.

As dificuldades para estender o projeto para toda a rede pública – que não era o objetivo inicial, segundo o Ministério da Educação – são inúmeras. A primeira delas diz respeito à infraestrutura. Nas 300 escolas participantes do piloto, há relatos de problemas com a rede de energia elétrica, falta de internet e até espaços inadequados para guardar os laptops.

Ainda há deficiências básicas de infraestrutura a solucionar. Segundo o Censo Escolar 2012, ainda há 10.185 escolas (10.134 rurais) que não possuem nem energia elétrica. A televisão, por exemplo, não está disponível em todas as escolas. Os dados mostram que 3,4% (4.072) das escolas urbanas e pouco mais da metade (51,9%) das rurais estão nessa situação.

Mais: Sem infraestrutura, laptops ficam guardados em escola de Brasília

Para o Ministério da Educação, gestor do projeto-piloto e coordenador do programa institucionalizado pela Lei nº 12.249, de 14 de junho de 2010, a maior lição da experiência inicial do UCA foi mostrar a inviabilidade de gestão e execução de um projeto desse tamanho pelo governo federal.

“A primeira conclusão a que se chegou é a inviabilidade de se atender 100% das escolas da maneira como era feita. O governo federal não tem condições de centralizar em 100% a gestão desses equipamentos. Chegamos à conclusão que o MEC deve apoiar municípios e estados que desejarem esse tipo de política. São eles que têm condições de avaliar o próprio território”, afirma a diretora de Formulação de Conteúdos Educacionais do MEC, Mônica Gardelli Franco.

Mais do que recursos

Mônica faz questão de ressaltar que essa constatação não se deve somente aos recursos necessários para a implantação do projeto. O esforço de trabalho e capilaridade para fazer chegar os laptops a todos os municípios e fazê-los funcionar exigem esforços também de outras áreas, ressalta ela. Além disso, não se concluiu que a função educacional seria cumprida da melhor forma com um computador para cada aluno.

“O fato de desenvolvermos um projeto-piloto não significa que ele será um programa de universalização. O piloto serve justamente para dar subsídios e criarmos estratégias para distribuição de tecnologias. Os riscos foram previstos. Sabia-se que os problemas de infraestrutura seriam evidenciados, mas queríamos saber quais seriam. Ele serviu para isso e, por isso, o MEC não o abandonou”, comenta a diretora.

O MEC continua financiando os cursos de formação dos professores das redes que participam do UCA. Porém, em 2010, decidiu que essas políticas de utilização de computadores em sala de aula – ou outras ferramentas, como os tablets – deveriam ser definidas pelas próprias redes estaduais e municipais. Ao governo federal, caberia a tarefa de dar suporte financeiro e não gerenciar as atividades nas escolas.

Por isso, o governo federal transformou o projeto inicial no Programa Um Computador por Aluno (Prouca). Com a lei que criou o programa, foi possível baratear os custos dos laptops para as redes que quisessem adquiri-los. O estado de Tocantins, por exemplo, é um dos que decidiu investir na iniciativa e adquiriu 76 mil equipamentos para os estudantes.

Segundo Mônica, se todas as condições forem oferecidas, o projeto tende a ser um sucesso. Ela reconhece, entretanto, que ainda há um longo caminho a ser percorrido para isso. Em todo o país, ela ressalta, escolas driblaram as dificuldades e construíram experiências positivas com o projeto. Ela acredita que o importante seja disponibilizar tecnologias na escola, quaisquer sejam elas.

“A política de educação no campo da distribuição de tecnologias está em discussão, mas caminha para uma conclusão de que é preciso ter vários modelos para que cada rede escolha a mais adequada à própria realidade”, diz Mônica.

Fracasso

Para o professor Gilberto Lacerda, do Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), o UCA deu errado. “Foi uma falência total”, critica. Ele ressalta que as experiências de sucesso isoladas tiveram empenho de toda a rede para fazer acontecer. “Não houve manutenção adequada, as compras demoraram tanto que as máquinas chegaram ao destino obsoletas. Houve todo tipo de problema”, reforça.

Lacerda lembra que o “ator central do processo” de introdução de tecnologias na escola deve ser o professor. E ele critica a falta de formação dentro dos cursos de graduação, para ajuda-los a entender como utilizar as ferramentas novas no processo de ensino e aprendizagem. “A educação continuada não tem se mostrado suficiente. Ela só funciona quando a educação inicial é de boa qualidade”, analisa.

O professor acredita ser mais interessante que as tecnologias, quando não puderem ser compartilhadas por todos, sejam utilizadas pelos professores para integrar os alunos. Para ele, seria uma medida mais eficiente, já que a entrada da tecnologia na sala de aula é inevitável e chegará. “O que falta é planejamento adequado. As políticas públicas não veem a realidade das escolas e das salas de aulas”, lamenta.

(Nesta quarta-feira, a série sobre o programa UCA publica uma reportagem sobre como a infraestrutura surge como entrave ao uso da tecnologia nas escolas).

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Prefeitura finaliza entrega de kits do projeto ‘Água para Todos’ beneficiando centenas de moradores

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O projeto social “Água para Todos”, da Prefeitura de Rio Branco, por meio do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), foi concluído nesta quinta-feira (10). A iniciativa entregou 238 kits contendo caixas d’água de 1.000 litros e boias de alta vazão, distribuídos à população, totalizando 18 bairros beneficiados. A ação representa não apenas a entrega de equipamentos, mas também a promoção da dignidade e da melhoria das condições de saúde dos moradores da capital, segundo a moradora do bairro da Pista, Geane Alves de Lima.

“Estou muito agradecida por esse trabalho. Para mim, foi uma bênção, pois eu não tinha condições de comprar uma caixa d’água. Já gastei bastante com os remédios para a minha doença. Utilizava ligação direta e, devido aos problemas de saúde, ficava difícil realizar esforços. Sinto dor o tempo todo, e agora, com a caixa, isso vai me ajudar bastante”, relatou Geane Lima.

“Para mim, foi uma bênção, pois eu não tinha condições de comprar uma caixa d’água”, relatou Geane Lima. (Foto: Secom)

O projeto também visa combater o desperdício de água e promover o uso consciente do recurso. Ao garantir que as famílias tenham condições adequadas para o armazenamento seguro da água, a iniciativa contribui para a melhoria da saúde pública e para a prevenção de contaminações.

A beneficiária do bairro Bahia Nova, Maria Messiane Souza, explica que antes utilizava uma caixa danificada de 500 litros e baldes para suprir as necessidades de oito moradores, entre eles três crianças.

“Aqui moram oito pessoas e, como a caixa que tínhamos não era suficiente para todos, usávamos água apenas para o banho. O restante da água que consumíamos era comprada. Agora, com uma caixa maior e em boas condições, conseguiremos fazer um uso mais adequado.”

De acordo com o diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira, o projeto “Água para Todos” é um compromisso da gestão municipal com as famílias que mais precisam. Ele destaca que a iniciativa vai além da entrega de equipamentos, garantindo um direito básico à população.

“Estamos proporcionando acesso à água potável de forma segura e digna. Ao ouvir relatos como os da dona Geane e da senhora Maria Messiane, temos a certeza de que estamos no caminho certo. Essas histórias mostram que, com ações simples e bem planejadas, é possível transformar realidades e levar mais saúde, bem-estar e respeito à população de Rio Branco”, finaliza.

 

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Mesa Diretora recebe representante da Energisa após falha em ação social com o Hemoacre

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A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Rio Branco recebeu, na manhã de quinta-feira, 10, o representante da Energisa Acre, advogado Gilliard Nobre Rocha, para tratar do cancelamento da ação de doação de sangue realizada em parceria com o Hemoacre na última terça-feira, 8. A visita foi motivada pela ausência do diretor-presidente da concessionária, Ricardo Xavier, que está fora do estado.

Durante a reunião, o advogado explicou que o pedido de suporte técnico para a ligação elétrica do ônibus do Hemoacre foi protocolado com apenas 24 horas de antecedência, quando o prazo mínimo previsto pelas diretrizes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de 48 horas. Por conta disso, a ordem de serviço não pôde ser executada a tempo, resultando em mais de três horas de espera e, posteriormente, no cancelamento da mobilização.

“A Energisa reconhece a importância da ação promovida pela Câmara e pelo Hemoacre. Infelizmente, o pedido foi feito fora do prazo mínimo exigido pelas normas da Aneel, o que impediu a abertura da ordem de serviço a tempo. Estamos à disposição para corrigir esse ruído e firmar um fluxo adequado de comunicação com os órgãos envolvidos”, destacou Dr. Gilliard.

O presidente da Câmara, vereador Joabe Lira (UB), agradeceu a presença do representante da Energisa e reforçou o compromisso do Legislativo com ações sociais que beneficiem a população. “Nossa intenção sempre foi contribuir com o Hemoacre em uma causa nobre, que é salvar vidas. Infelizmente, houve uma falha de comunicação que vamos corrigir com diálogo. Agradeço ao Dr. Gilliard pela transparência e pela disposição em alinhar os próximos passos”, afirmou.

Já o primeiro-secretário da Casa, vereador Felipe Tchê (PP), destacou que a Câmara pretende manter a parceria com o Hemoacre e garantirá que as próximas ações ocorram dentro da normalidade. “Vamos reforçar o planejamento e manter o canal aberto com os órgãos técnicos para que essa situação não se repita. O que nos move é o interesse público e o bem-estar da nossa população”, declarou.

Dr. Gilliard Nobre informou ainda que uma nova reunião será realizada nos próximos dias com a equipe do Hemoacre, com o objetivo de alinhar protocolos e prazos de solicitação, garantindo o pleno funcionamento das futuras mobilizações conjuntas.

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Motorista de aplicativo é salvo por PMs instantes antes de execução em Rio Branco

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Vítima foi atraída por corrida falsa e mantida em cárcere por grupo armado; um suspeito foi preso em flagrante

Um motorista de aplicativo escapou de ser executado por criminosos no final da tarde desta quinta-feira (10), no Conjunto Habitacional Cidade do Povo, na região do Segundo Distrito de Rio Branco. A vítima foi atraída para uma emboscada e mantida em cárcere privado, mas acabou sendo resgatada pela Polícia Militar momentos antes da possível execução.

De acordo com informações do 2º Batalhão da PM, o motorista recebeu uma solicitação de corrida que partiria da Quadra 11, casa 2, com destino ao bairro Cidade Nova. Ao chegar ao endereço, foi recebido por duas mulheres — uma delas alegou precisar de ajuda para carregar uma mala pesada e o convidou a entrar na residência.

Assim que entrou no imóvel, o profissional foi surpreendido por cinco homens armados, que o colocaram de joelhos, com a cabeça baixa, ameaçando-o de morte e discutindo a forma como iriam matá-lo. A vítima relatou que os criminosos demonstravam indecisão sobre executá-lo no local, levá-lo no carro ou assassiná-lo em outro ponto.

Enquanto o crime se desenrolava, uma denúncia anônima feita por um morador à central do 190 alertou a PM sobre o cárcere privado em andamento. De imediato, uma guarnição que fazia patrulhamento na região se dirigiu ao local, realizou o cerco e conseguiu invadir a casa. Quatro criminosos conseguiram fugir, levando as armas, a carteira, o celular e a chave do carro da vítima.

Durante a ação, um dos suspeitos, identificado como Maique Santos da Silva, de 26 anos, foi preso em flagrante portando uma pistola municiada, que segundo a polícia, seria usada na execução. Ele recebeu voz de prisão e foi conduzido à Delegacia de Flagrantes (Defla), onde foi autuado. A vítima também foi levada para registrar o boletim de ocorrência.

O veículo, que estava estacionado em frente à casa, foi recuperado e apresentado na delegacia. A Polícia Civil dará continuidade às investigações para identificar e prender os demais envolvidos no crime.

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