Na sessão desta terça-feira, 4 de junho, os vereadores da Câmara Municipal de Rio Branco expressaram críticas à presença de um bloco dedicado a “crianças trans” na Parada LGBTQIA+ realizada no último domingo, 2 de junho, em São Paulo. Para alguns parlamentares, a inclusão de menores de idade no evento é considerada “inaceitável” e um “crime contra as crianças”.
Reações dos Vereadores
O líder do prefeito, João Marcos Luz (PL), foi um dos principais críticos, afirmando que sua equipe jurídica está analisando formas de elaborar um projeto de lei que proíba a participação de crianças em eventos de orgulho LGBTQIA+ no Acre. “Primeiramente, quero deixar claro meu repúdio ao que aconteceu em São Paulo, no maior evento LGBT da América Latina, que inclusive contou com representantes do Acre. A criação do primeiro bloco de ‘crianças trans’ é um absurdo. Não podemos tolerar isso, pois configura um crime contra as crianças. Já instruí minha assessoria a preparar e estudar um projeto que vise proibir a participação de crianças na marcha LGBT,” declarou.
Preocupação com a Chegada da Iniciativa ao Acre
João Marcos enfatizou que a iniciativa provavelmente se estenderá ao Acre. “Esse movimento certamente se estenderá até aqui, e não queremos que nossas crianças sejam expostas a isso, pois sabemos que as marchas incluem consumo de bebidas alcoólicas e presença de pessoas nuas, entre outros. Portanto, devemos proteger nossas crianças,” defendeu Luz.
Durante a sessão, o vereador N. Lima (PP) também criticou a inclusão de crianças na parada, afirmando que uma minoria está tentando influenciar a mentalidade das pessoas. “Somos a maioria conservadora e seguimos os princípios cristãos. De repente, uma minoria no Brasil está tentando moldar a mentalidade das pessoas com uma manifestação que não encontra respaldo em nenhum lugar, muito menos nos princípios cristãos,” destacou.
Reação da Associação de Homossexuais do Acre
As críticas dos vereadores geraram uma forte reação do secretário da Associação de Homossexuais do Acre (AHAC), Germano Marino, que classificou os parlamentares como homofóbicos e transfóbicos. Marino afirmou que a apresentação de projetos de lei municipais e estaduais para proibir a participação de crianças e adolescentes em Paradas do Orgulho LGBT+ já vem acontecendo em todo o Brasil. “A medida estava demorando no Acre e, se aprovada, a classe vai recorrer,” garantiu.
Contexto Nacional
A discussão sobre a presença de crianças em eventos LGBTQIA+ é parte de um debate mais amplo sobre os direitos e a proteção de menores em contextos públicos e festivos. As críticas dos vereadores de Rio Branco refletem preocupações conservadoras que têm sido levantadas em diversas partes do país, enquanto defensores dos direitos LGBTQIA+ argumentam pela inclusão e visibilidade de todas as identidades de gênero desde a infância.
Próximos Passos
O possível projeto de lei no Acre ainda está em fase de estudo e elaboração. Se avançar, deverá passar por discussões e votações na Câmara Municipal, onde será necessário um debate aprofundado sobre os direitos das crianças e adolescentes, bem como os princípios de inclusão e diversidade defendidos pela comunidade LGBTQIA+.