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Três pessoas morrem em troca de tiros com polícia em área de conflito agrário em RO

Também há registro de pessoas desaparecidas, segundo Comissão Pastoral da Terra. Força Nacional nega ter participado da operação.

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Segundo a Polícia Militar de Rondônia, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o Batalhão de Polícia de Choque (BPchoque) e equipe da Força Nacional de Segurança Pública.

Por Ana Kézia Gomes, G1 RO

Três pessoas morreram e outras seis foram presas após confrontos com a polícia em uma região de conflito agrário em Nova Mutum Paraná, distrito de Porto Velho.

Segundo informações repassadas pela Comissão Pastoral da Terra Regional Rondônia (CPT-RO), o confronto aconteceu na última sexta-feira (13) no Acampamento Ademar Ferreira, na região de Nova Mutum.

Os mortos foram identificados como os trabalhadores rurais sem-terra: Amarildo Aparecido Rodrigues, Amaral José Stoco Rodrigues e Kevin Fernando Holanda de Souza.

“Além dessas mortes, há informações de cinco pessoas que ainda estão desaparecidas, causando imensa aflição aos seus familiares”, disse a pastoral, em nota.

Participaram desse confronto, segundo a Polícia Militar de Rondônia, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o Batalhão de Polícia de Choque (BPchoque) e equipe da Força Nacional de Segurança Pública.

Questionado sobre os conflitos em Rondônia, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a Força Nacional de Segurança Pública não estava presente na ação da última sexta-feira, que resultou em mortos e presos.

O que diz a PM?

Operação na área da Fazenda Santa Carmem em distrito Porto Velho — Foto: Bope/Reprodução

A Polícia Militar de Rondônia informou que durante patrulhamento na Fazenda Santa Carmen na última sexta-feira (13), o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) localizou um homem armado. Ele recebeu voz de prisão por porte ilegal de arma e pelo crime de esbulho possessório, já que tinha um barraco na região.

Durante buscas no local onde o homem foi encontrado, a PM viu várias munições e uma espingarda. Ao ser questionado sobre o material, o suspeito afirmou que o barraco e todas as armas pertenciam a um homem que havia lhe contratado para trabalhar na fazenda. O material foi apreendido.

Adiante, os policiais dizem que se depararam com um comboio de veículos de invasores que estava dentro daquela propriedade sem autorização. Esse grupo, de acordo com o boletim de ocorrência, foi em direção à equipe do Bope atirando, por isso os policiais revidaram. Um homem acabou baleado.

Na mesma região, momentos depois, segundo a PM, a equipe policial foi surpreendida por três homens. Dois deles atiraram e os policiais revidaram. Os dois homens foram alvejados.

Em nota a PM disse que “rapidamente foi solicitado apoio para que fosse prestado socorro aos feridos” e afirmou que o terceiro homem recebeu voz de prisão pelo crime de esbulho possessório.

Ao final da operação, outros quatro suspeitos de participação em grupos armados foram presos e conduzidos à Central de Polícia pelos crimes de esbulho possessório e porte ilegal de arma.

Armamento apreendido em fazenda de Nova Mutum, distrito de Porto Velho – Foto: Bope/Reprodução

Intervenção da Força Nacional

Cerca de 70 homens da Força Nacional chegaram em Porto Velho para reforçar o efetivo da Operação Rondônia, iniciada no dia 15 de junho para combater invasões de terras. Cerca de 10 dias depois da chegada, o motorista de um carro de passeio morreu após colidir contra uma viatura da Força Nacional. O acidente foi na BR-364, perto do campus da Universidade Federal de Rondônia e da entrada da Vila Princesa.

A Comissão Pastoral Da Terra Regional Rondônia (CPT-RO), emitiu uma nota de repúdio nesta segunda-feira (16) sobre a atuação da Força Nacional no estado. Confira abaixo trechos da nota:

“Os dados do relatório Conflitos no Campo Brasil 2020, registrados pela CPT, lançado no dia 13 de agosto, em âmbito estadual, expõem os números relacionados à realidade de violências contra os povos indígenas, comunidades tradicionais e camponesas, deste último ano. Destaca-se a posição do estado de Rondônia como um dos estados com maior número de Violência contra a Pessoa, ações de torturas, prisões e agressões físicas. Ao todo foram 55 mil pessoas envolvidas em conflitos no estado de Rondônia, sendo 38 pessoas presas, 18 ameaças de morte, 5 torturados e 1 assassinada”.

“Esse cenário tem causado grandes preocupações ao conjunto da sociedade civil organizada no seu compromisso na defesa da vida e dos direitos dos lutadores e lutadoras sociais. Concomitantemente, para agravar a situação, o Ministério da Justiça autorizou o envio da Força Nacional para atuar em Rondônia por 90 dias. O destacamento chegou ao Estado em 15 de junho e já executou diversas ações sob a alegação de combater supostas organizações criminosas que invadem propriedades particulares rurais”.

“Salientamos que logo após o anúncio desta operação com o emprego da Força Nacional, organismos e movimentos sociais se manifestaram prontamente contra esta manobra do Estado. Ao longo dos últimos meses, temos observado o aumento no número de despejos, maior violência no campo, e agora, lamentavelmente, novas mortes contabilizadas”, consta na nota.

Emboscada

Na mesma fazenda em Mutum-Paraná, em outubro de 2020, um policial militar identificado como Tenente Figueiredo Sobrinho foi morto a tiros. Segundo uma testemunha, a vítima e parentes eram acostumados a frequentar a fazenda e conheciam os moradores das proximidades. Entretanto, o lugar “ficou hostil após invadirem o local”.

Após a morte do PM, a polícia foi chamada. Três equipes policiais se deslocaram ao local para atender a ocorrência.

Os agentes encontraram o corpo do Tenente Figueiredo e momentos depois sofreram uma emboscada, sendo surpreendidos por pessoas fortemente armadas. Houve intenso confronto, resultando em quatro policiais militares alvejados.

Com isso, a Polícia Militar de Rondônia (PM-RO) deflagrou uma operação para resgatar os policiais baleados e prender os autores dos crimes.

Segundo a corporação, foi enviada uma tropa especializada para a região, além de 60 policiais militares, com apoio aéreo da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec) e terrestre com viaturas de urgência e emergência do Corpo de Bombeiros.

O corpo do Tenente Figueiredo foi encontrado e uma segunda morte confirmada: a do Sargento Rodrigues.

Figueiredo e Rodrigues: policiais mortos em emboscada em Rondônia – Foto: Polícia Militar/Divulgação

Confronto em 2021

Em abril deste ano, na mesma região em que policiais militares foram emboscados em outubro de 2020, homens armados invadiram o local e duas pessoas sofreram lesões corporais.

Vítimas foram torturadas durante invasão de fazenda em Rondônia – Foto: Reprodução

De acordo com boletim de ocorrência, cerca de 40 homens fortemente armados invadiram a Fazenda Santa Carmem, renderam e torturaram dois funcionários que estavam no local.

As vítimas que trabalham na fazenda informaram à polícia que foram ameaçadas de morte e tiveram todos os seus pertences destruídos ou roubados. O grupo de invasores também destruiu a casa onde os funcionários da fazenda moravam e atearam fogo no carro e na moto das vítimas.

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Festival de dança O Corpo Negro oferece 60 atrações gratuitas no Rio

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O início do festival de dança O Corpo Negro, um dos maiores do gênero no país, será marcado por uma performance na Praia de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, no próximo domingo (28), às 16h, em alusão ao Dia Mundial da Dança, comemorado em 29 de abril. Na ocasião, os dançarinos do grupo DeBonde ocuparão o calçadão da praia, na altura da Rua Figueiredo Magalhães, com o espetáculo Debandada, uma intervenção que atravessa e é atravessada pela rua.

“A gente queria destacar e celebrar essa data junto com a cidade do Rio de Janeiro e a sociedade, antes da nossa abertura oficial, e apresentar uma pílula da nossa programação que vai acontecer ao longo do mês de maio”, disse à Agência Brasil o analista técnico de Artes Cênicas do Serviço Social do Comércio do estado (Sesc RJ), André Gracindo.

O festival chega à sua quarta edição este ano e é realizado pelo Sesc, englobando espetáculos criados e executados por artistas negros, selecionados por um edital. A programação gratuita se estenderá até 31 de maio nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Barra Mansa, Volta Redonda, Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis.

Abertura oficial

Os espetáculos serão apresentados em unidades do Sesc RJ, escolas e universidades e espaços públicos, totalizando obras de 32 companhias e grupos de dança, oriundos dos estados do Rio de Janeiro, da Bahia, do Ceará, do Espírito Santo, de Goiás, do Maranhão e de São Paulo. A abertura oficial do projeto está marcada para terça-feira (30), às 20h, no Sesc Tijuca. O evento contará com a presença dos artistas da programação, dos curadores convidados Diego Dantas, Gal Martins e Jaílson Lima, e do público em geral.

Na oportunidade, será feita homenagem a Mestre Manoel Dionísio, criador da Escola de Mestres-Salas, Porta-Bandeiras e Porta-Estandartes, em atividade no Rio de Janeiro, que forma novos bailarinos e preserva os repertórios da dança e do carnaval há cerca de 33 anos. André Gracindo salientou que Mestre Dionísio é um dos baluartes de um dos saberes da dança no Brasil, que são os movimentos relacionados ao samba e, mais especificamente, ao carnaval. Durante o encontro, será lançado o curta-metragem Dionísio, um Mestre, realizado pela coreógrafa, diretora de teatro e realizadora audiovisual Carmen Luz.

Serão mais de 60 atrações gratuitas e 200 atividades, englobando espetáculos de dança, shows, mostra audiovisual, oficinas e debates, que ocorrerão o longo de um mês. “A gente tem dois espetáculos de samba, um que fala mais especificamente do samba gafieira. Ao mesmo tempo, a gente tem espetáculos de hip-hop, espetáculos de dança afro, de dança contemporânea, performances. É uma variedade bastante grande de oferta que o público vai poder conhecer um pouquinho do que esses artistas estão produzindo na contemporaneidade e experimentar esses sabores, percebendo, ao mesmo tempo, essa variedade da cultura brasileira, de criações e estética”, destacou Gracindo.

Protagonismo

André Gracindo salientou que, nesta quarta edição, o Sesc continua com o objetivo de reforçar a importância e o papel dos artistas negros na cultura brasileira, especialmente na dança, a partir do princípio de que o artista pode criar o que quiser, seja na dança contemporânea, no samba, no hip-hop, no funk etc. “Não existe um lugar próprio. A ideia do projeto é desconstruir também esse estereótipo de que boa parte da sociedade tem quando fala da cultura negra, de um lugar já construído. A gente quer justamente bagunçar isso e dizer ‘a pessoa está trabalhando, produzindo, criando e cada um tem a sua trajetória, inclusive a trajetória que vem de culturas de África’.”

O festival vai oferecer ao público dez espetáculos inéditos, selecionados por meio de edital lançado no ano passado pelo Sesc RJ para a programação do evento. Entre as estreias nacionais, está O Som do Morro, no qual o coreógrafo carioca Patrick Carvalho narra a própria história. Entre os becos e vielas, o premiado bailarino apresenta seu jeito genuíno de coreografar. Outra estreia é a da performance Vogue Funk, que mistura baile funk com os elementos da cultura ballroom, trazendo a periferia negra e LGBTQ+ para o centro do palco. A história de personalidades da dança brasileira também está representada em Isaura, espetáculo idealizado e performado por Aline Valentim. O trabalho conta a história da bailarina, professora e coreógrafa Isaura de Assis, uma das grandes referências das danças negras no estado.

Crianças

Pela primeira vez, o festival terá uma programação dedicada ao público infantil, concentrada no Sesc Tijuca. A ideia é conversar sobre questões da estrutura do racismo na sociedade brasileira. “A gente acredita que ter representatividade dentro do palco, contando histórias sobre personagens negros, com corpos negros dançando, alguns vocabulários oriundos da África, é muito importante. Quanto mais cedo a gente conversa sobre isso, menos oportunidade se dá para que o racismo continue estabelecido no seio da sociedade”, disse Gracindo.

Por isso, o analista técnico de Artes Cênicas do Sesc RJ acredita que olhar para o segmento infantil é fundamental para que haja uma aproximação desse assunto como uma experiência estética, de dança, para que a criança possa conhecer outros corpos com os quais não está acostumada e outras histórias sendo contadas. Entre os destaques, a estreia do espetáculo A Menina Dança, que apresenta a menina Maria Felipe, com ritmos e danças africanas e cantigas, em uma coreografia que aborda o enfrentamento à colonização do país. Outra estreia é o espetáculo Gbin, da Cia Xirê (RJ), que aborda matrizes afrodescendentes na cena da dança contemporânea.

Programação paralela

Apesar de o destaque ser a dança, o festival O Corpo Negro terá programação paralela com música, filmes e outras atividades integradas. Haverá shows de música com Jonathan Ferr, um dos nomes mais celebrados da nova geração do jazz brasileiro, na abertura, além do dançante Baile Black Bom, e rodas de samba em várias unidades.

Já a mostra audiovisual vai oferecer ao público mais de 65 sessões de filmes. Entre eles, o documentário Othelo, O Grande, que aborda a vida e obra do comediante e ator Grande Otelo, que rompeu barreiras para um ator negro na primeira metade do século 20, trabalhando com nomes do cinema mundial. Também será exibido Diálogos com Ruth de Souza, que apresenta rico material da vida de uma das grandes damas da dramaturgia nacional, a primeira artista brasileira indicada ao prêmio de melhor atriz em um festival internacional de cinema.

Embora a programação audiovisual se estenda até 31 de maio, o evento de encerramento do festival ocorrerá no dia 26, a partir das 14h, no Viaduto de Madureira, zona norte do Rio, região conhecida como disseminadora da cultura negra pelo tradicional Baile Charme.

Fonte: EBC GERAL

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Criciúma goleia o Vasco em São Januário no Campeonato Brasileiro

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O Criciúma venceu o Vasco por 4 a 0 em São Januário, neste sábado (27). Em atuação memorável o Tigre colocou fim ao jejum que durava 20 anos, sem vencer o Cruzmaltino fora de casa.

Criciúma quebra jejum de 20 anos, diretoria vascaína demite o técnico Ramón Díaz logo após o apito final  Foto: Celso Da Luz/ Criciúma E.C 

G1.com

Baile carvoeiro!

O Criciúma foi a São Januário e vai voltar para casa com uma goleada por 4 a 0 sobre o Vasco na quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Fellipe Mateus (2), Bolasie e Higor Meritão marcaram os gols que garantiram o triunfo catarinense.

Ironia e protestos

A torcida vascaína protestou contra o time durante praticamente todo o segundo tempo. Foram gritos de “time sem vergonha”, vaias e ofensas a jogadores e membros da diretoria. O auge da revolta foi o aplauso irônico ao quarto gol do Criciúma.

O primeiro tempo

O primeiro tempo começou sem sal e terminou pegando fogo. Depois de 15 minutos sem nenhuma finalização, aos poucos os times foram crescendo e criando oportunidades. O Vasco foi quem teve a primeira chance, em cabeçada de Vegetti. Mas foi o Criciúma que abriu o placar. Fellipe Mateus soltou uma pedrada de trivela de fora da área para fazer 1 a 0. A chance do empate vascaíno foi novamente nos pés do centroavante argentino em um pênalti, mas ele parou em Gustavo, que defendeu o sexto pênalti no ano. No fim, os catarinenses ainda tiveram mais três oportunidades de ampliar, mas Léo Jardim apareceu para evitar.

O segundo tempo

Se a primeira metade da partida foi de equilíbrio, a segunda foi um passeio do Criciúma. Logo nos primeiros minutos, Fellipe Mateus aumentou a vantagem com uma finalização cruzada. Aos 9, Bolasie ampliou em um golaço. Deu lindo corte em Hugo Moura dentro da área e finalizou de canhota no alto. Meritão fez o quarto aproveitando a letargia vascaína em cobrança de escanteio. Os catarinenses ainda tiveram chances de ampliar com Éder e Felipe Vizeu, mas o 4 a 0 foi mesmo o placar final.

No fim, os catarinenses ainda tiveram mais três oportunidades de ampliar, mas Léo Jardim apareceu.

Provocação?

Bolasie brincou com a bola no começo do segundo tempo e irritou os jogadores do Vasco. O congolês marcou o primeiro gol pelo Criciúma.

Como fica?

O Criciúma conquistou a primeira vitória na Série A e chegou a cinco pontos em três partidas, na 7ª colocação. Com 3 somados em quatro jogos, o Vasco fica em 16º à beira da zona de rebaixamento.

Próximos compromissos

O Carvoeiro volta à campo na próxima terça-feira, quando enfrenta o Bahia, às 19h, na Fonte Nova pela Copa do Brasil. Na mesma competição, o Vasco viaja para encarar o Fortaleza na quarta-feira, também às 19h.

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Administração Biden adia planos para proibir cigarros mentolados

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O atraso ocorre dois anos depois que a Food and Drug Administration anunciou pela primeira vez as regras propostas para a proibição.

Casa Branca atualizou discretamente o website do seu Gabinete de Informação e Assuntos Regulatórios  para refletir que qualquer proibição final do mentol não aconteceria pelo menos até Março.

“Ainda há mais conversas a serem travadas e isso levará muito mais tempo”, disse o secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, Xavier Becerra, em comunicado na última sexta-feira.

FDA anunciou os seus planos para proibir os cigarros de tabaco mentolados em 2021 , seguido das suas propostas de regras para a proibição em 2022 . A medida tinha como objetivo melhorar a saúde das pessoas com maior probabilidade de fumá-los, incluindo crianças e negros americanos.

De acordo com o FDA , quase 85% dos fumantes negros usam cigarros mentolados, em comparação com apenas 30% dos fumantes brancos. Os homens negros têm a  maior taxa de mortalidade por cancro do pulmão nos EUA e tanto os homens como as mulheres negras têm muito menos probabilidade de serem diagnosticados com a doença numa fase inicial, quando esta é muitas vezes mais tratável, do que os americanos brancos.

A proibição da proposta – e agora o adiamento – levantou questões sobre o efeito que poderia ter sobre os eleitores negros meses antes de uma eleição presidencial controversa.

A proibição já foi adiada pelo menos uma vez , com promessas de que seria promulgada até ao final do ano passado, indo e vindo. Nessa altura, a Casa Branca atualizou discretamente o website do seu Gabinete de Informação e Assuntos Regulatórios  para refletir que qualquer proibição final do mentol não aconteceria pelo menos até Março.

Na altura do adiamento de Dezembro, um funcionário de um grupo nacional de saúde pública que trabalhava para retirar os produtos do mercado disse à NBC News que estava “profundamente preocupado” com o facto de a proibição não entrar em vigor antes das eleições de 2024.

“Tudo se torna mais difícil num ano eleitoral porque as pessoas estão distraídas e a largura de banda é esticada”, disse o responsável em Dezembro.

A declaração de Becerra não indicou se ou quando a proibição seria decretada pela administração Biden e não forneceu mais detalhes sobre as conversas em torno do assunto.

“Cada dia que o presidente Biden não consegue finalizar essas regras, ele perde uma oportunidade incrível de reduzir as mortes e doenças associadas ao uso do tabaco”, disse Wimmer no comunicado.

Depois que o adiamento foi anunciado na tarde de sexta-feira (26), os defensores do antitabagismo e da saúde começaram a expressar sua frustração.

“Dois anos completos após a divulgação de regras propostas apoiadas por extensas evidências científicas – e mais de uma década desde que a FDA começou a examinar os cigarros mentolados – a administração não conseguiu tomar medidas decisivas para remover do mercado estes produtos mortais e viciantes”, Nancy Brown, CEO da American Heart Association, disse em um comunicado. “A inacção da administração está a permitir que a indústria do tabaco continue a comercializar agressivamente estes produtos e a atrair e viciar novos utilizadores”.

O presidente e CEO da American Lung Association, Harold Wimmer, disse que a organização está “profundamente consternada” com o fato de a Casa Branca continuar atrasando as ações.

“Cada dia que o presidente Biden não consegue finalizar essas regras, ele perde uma oportunidade incrível de reduzir as mortes e doenças associadas ao uso do tabaco. Acabar com a venda de cigarros mentolados teria ajudado a eliminar as dramáticas desigualdades de saúde entre quem usa produtos de tabaco nos Estados Unidos Estados Unidos”, disse Wimmer no comunicado.

Laurent Huber, diretor executivo da Action on Smoking and Health, disse que 789.724 americanos que fumam todos os dias, incluindo 199.732 fumantes negros, deverão parar de fumar assim que a proibição for promulgada.

Carol McGruder, copresidente do Conselho Afro-Americano de Liderança para o Controle do Tabaco, expressou consternação após o atraso. “Se a administração Biden acreditasse que as vidas dos negros são importantes, eles teriam acabado com a venda de cigarros com sabor de mentol. Em vez disso, eles parecem estar cedendo às grandes empresas do tabaco, que têm como alvo racista nossa comunidade há décadas”, disse McGruder em um comunicado.

“Centenas de milhares de negros americanos morrerão nos próximos anos devido à inação de hoje”, disse ela. “Que vergonha, presidente Biden!”

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