Suspeito de matar freteiro indicou à polícia local onde vítima foi enterrada em Rio Branco

Corpo foi encontrado nesta sexta-feira/Foto: Ithamar Souza/ContilNet

Por Iryá Rodrigues

A Polícia Civil identificou três suspeitos de envolvimento na morte do freteiro Francisco Alves Maia, de 56 anos, que estava desaparecido desde segunda (24) após sair de casa para fazer um frete na mesma região. Um dos suspeitos foi preso e foi quem indicou o local onde o corpo da vítima tinha sido enterrado pelo grupo criminoso.

A prisão dele foi feita por investigadores da Delegacia Especializada de Combate a Roubos e Extorsões (Decore).

O corpo do freteiro foi achado nesta sexta-feira (28) enterrado em cova rasa em uma área de mata no Loteamento Praia do Amapá, na região do Segundo Distrito de Rio Branco. Conforme a polícia, a vítima estava de bruços e com as mãos amarradas por fios.

Corpo foi achado enterrado em cova rasa em área de mata no Loteamento Praia do Amapá, em Rio Branco – Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica

“Primeiro queiro deixar as condolências à família da vítima e, em segundo lugar, enaltecer o trabalho dos investigadores da Decore. Hoje [sexta,28] pela manhã chegaram na identificação do local onde que a vítima tinha sido enterrada, e também identificaram, pelo menos, três autores até o momento, um deles inclusive está preso na Decore e os outros dois ainda vão ser presos em breve e colocados à disposição da Justiça. O local [onde o corpo estava] foi indicado pela pessoa que foi presa”, disse o delegado Leonardo Santa Bárbara.

Latrocínio

A Polícia Civil acredita que o crime se trata de um latrocínio, uma vez que o caminhão da vítima foi levado pelos bandidos e até esta sexta não foi localizado.

“Continuamos com as diligências, vamos identificar outras pessoas que tenham participado direta ou indiretamente no crime, vamos tentar localizar o caminhão, que nós temos a informação, até o momento, que passou por Xapuri, na Polícia Rodoviária Federal, mas ainda não foi encontrado.”

O freteiro teria sido chamado por uma mulher para fazer um frete e ao chegar no local foi abordado por outros criminosos, que o renderam e levaram o caminhão. Ainda segundo o delegado, a vítima então teria ficado amarrada até que o veículo fosse levado.

“Até o momento, o que nos foi passado é que teve um sequestro. É o modus operandi desses criminosos, ficam com a vítima amarrada até o caminhão passar pra Bolívia ou estar em um lugar seguro. Mas, ele [preso] ainda não esclareceu o que levou à essa atrocidade que foi cometer esse homicídio. Agora que localizamos a vítima, temos a preocupação de identificar todos os envolvidos no crime, e de localizar o veículo. Os trabalhos vão continuar nesse sentido e vai ser dada essa resposta”, concluiu.

Polícia acredita que o crime se trata de um latrocínio – Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica

Corpo achado

Equipes das policiais Civil e Militar, do Instituto Médico Legal (IML) e do Corpo de Bombeiros estiveram no local para fazer a remoção do corpo. A identificação do corpo foi possível pelas características indicadas pela família com relação às vestimentas usadas pela vítima quando saiu de casa pela última vez.

“Está confirmado, as equipes da Decore que estão conduzido as investigações, já tinham recebido a informação de que, possivelmente, ele teria sido enterrado aqui na localidade. Então, vieram até aqui mais cedo, solicitaram apoio da Polícia Militar para fazer o isolamento do local. De modo que chegamos aqui e solicitamos ajuda do Corpo de Bombeiros para fazer a remoção do corpo que estava enterrado. Infelizmente, se trata do senhor Francisco. Inclusive, está com as mesmas vestimentas que a família descreveu que ele saiu de casa”, informou o tenente Randson, que atendeu a ocorrência.

Muito abalada e entre lágrimas, a filha do freteiro, Ana Paula Maia, limitou-se a dizer que a família tinha esperança de que ele fosse encontrado com vida e que espera que a justiça seja feita.

Desaparecimento e protesto

A família avisou a polícia pelo 190 e registrou um boletim na Delegacia Especializada de Combate a Roubos e Extorsões (Decore) na manhã de terça (25). Com ajuda das câmeras de monitoramento da Segurança Pública, os investigadores teriam visto imagens do caminhão de Maia na cidade de Epitaciolândia, interior do Acre.

Na manhã desta quinta, um grupo de freteiros fez um ato no Centro de Rio Branco também para cobrar respostas à Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Os motoristas se reuniram no estádio Arena Acreana, no Segundo Distrito, seguiram para frente do prédio da Sejusp e depois fecharam, por cerca de 40 minutos, a Ponte Metálica.

A família chegou a espalhar cartazes com fotos do motorista pela cidade e nas redes sociais para receber alguma notícia do paradeiro dele.

Francisco Maia desapareceu na segunda-feira (24) após sair para fazer frete — Foto: Arquivo da família

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Publicado por
G1 Acre