O presidente eleito do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sinteac), Adailton Cruz, que responde interinamente como tesoureiro do sindicato, afirmou à reportagem da Folha do Acre na manhã desta segunda-feira (18) que o governo blefou ao anunciar a demissão de cerca de 500 cargos comissionados.
Adailton frisou que além de tentar desmobilizar o movimento grevista, o governador Tião Viana (PT) ingressou com um pedido judicial para que a greve seja suspensa. O sindicalista afirma que o governo petista tenta a todo custo cercear o direito de greve dos trabalhadores da área da saúde.
Adailton Cruz afirmou que o governador Tião Viana utiliza de vários mecanismos para cercear o direito de greve. “Ele sempre usa das tentativas de desmobilização ou usar a Justiça para nos tirar um direito que a constituição nos assegura”, disse.
Para o sindicalista, o anúncio das exonerações, feito na segunda-feira (17), às vésperas da paralisação de advertência dos servidores da saúde, foi mais uma cortina de fumaça jogada pelo Executivo a fim de desmobilizar o ato.
“Foi uma tentativa de desmobilizar o processo de greve e ao mesmo tempo tentar colocar a culpa no momento econômico que o país enfrenta agora, sendo que não tem nada a ver, pois tem anos que eles não concedem nenhum único reajuste para a categoria”, disse.
Adailton afirma, ainda, acreditar que os cargos comissionados nem sequer foram demitidos e, sim, remanejados de poder.
“Temos certeza que estes cargos comissionados que foram supostamente demitidos, que não foram, pois provavelmente irão migrar para a prefeitura e ainda assim nao é nada que se compare com os quase 5 mil comissionados que o governo tem. Se não tivesse pagando esse tanto de cargos o dinheiro poderia ter sido investido em saúde, educação, e não apenas em mídia e comissionado”, frisa.
A respeito das tentativas de embargar a greve através da Justiça, Cruz afirma que o Executivo já os comunicou que ingressou junto ao Tribunal de Justiça com um pedido de ilegalidade da greve.
“Eles já pediram que seja declarada ilegal, mas nós também já entramos com nosso pedido para que sejam garantidos nossos direitos”, disse.
Os servidores da saúde buscam reposição salarial, convocação de aprovados nos últimos concursos e a manutenção dos direitos dos servidores atingidos pela Ação Direta de Inconstitucionalidade que atingiu os chamados 11 mil servidores acreanos contratados sem concurso público.