Com uma sensação térmica que parece beirar os 38 graus, servidores do Hospital Raimundo Chaar, em Brasileia, reclamam da falta de funcionamento dos condicionadores de ar. O setor de atendimento, ambulatório, sala de sutura, sala de pequenos procedimentos, maternidade e as salas de observação não possuem climatização. Plantonistas, grávidas e outros pacientes são obrigados a ficar no calor.
Com a falta de funcionamento do ar-condicionado central, o pronto-socorro é mantido com uma ventilação precária, dependendo de um equipamento que não consegue dar conta de todo o ambiente. A situação se agrava ao se olhar para o teto, que apresenta infiltrações, fissuras e rachaduras, dando a impressão de que a estrutura pode estar comprometida.
O forro de gesso da semi-intensiva também apresenta falhas que causam receio de acidentes na equipe que trabalha no local. O mesmo ambiente possui um espaço improvisado para o repouso de médicos, enquanto a sala de higienização também se transforma em uma copa.
A Diretoria do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) realizou duas visitas técnicas ao hospital, uma em 27 de abril e outra em 16 de agosto, tendo enviado relatórios ao Ministério Público Estadual, Conselho Regional de Medicina e Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). Os documentos apontam ainda a sobrecarga de trabalho.
Ainda se constatou a falta de medicamentos, a ausência de prontuário eletrônico, além da carência de itens básicos, como colchões, lençóis e cadeiras quebradas, bem como falhas como a ausência de plantonistas na ultrassonografia, no raio-x e na tomografia durante o período noturno.
“Pelas omissões recorrentes, vale a pena questionar a possibilidade de responsabilização dos gestores que têm conhecimento das falhas, mas não realizam as mudanças necessárias”, finalizou a diretora Cibele Brígido.