Sem ambulância e médicos, haitiano morre em distrito próximo a divisa do Acre com RO

O haitiano conhecido como “Nenenzão” morreu na tarde de quinta-feira (22) após passar mal e cair em uma das ruas do distrito de Nova Califórnia, Rondônia, que fica distante cerca de 150 quilômetros de Rio Branco, Acre. A vítima morava no distrito após chegar ao Brasil através da divida do Acre com o Peru.

De acordo com informações de moradores de Nova Califórnia, a vítima foi encontrada caída em uma das ruas da vila e em seguida foi levada por populares ao posto de saúde em estado grave, sem conseguir falar e se tremendo.

A causa da morte ainda não foi divulgada pela equipe que atendeu o paciente no distrito vizinho Extrema, já que em Nova Califórnia não tinha médico e tão pouco ambulância para transportar o paciente até o hospital mais próximo.

Segundo informações de servidores da saúde do distrito de Nova Califórnia, que preferiram não se identificar por medo de represálias, o paciente chegou ao posto de saúde em um veículo particular, já que a unidade de saúde estava sem ambulância para socorrer a vítima.

De acordo com moradores, os próprios populares tiveram que fazer uma ‘vaquinha’ para abastecer o carro particular e conduzir “Nenenzão” até Extrema.

A vítima ainda chegou a dar entrada no hospital de Extrema, mas não resistiu e faleceu minutos depois de ser internado na unidade hospitalar.

Moradores ficaram revoltados com a falta de estrutura da saúde para prestar serviços básicos aos pacientes, como os primeiros socorros e transporte até uma unidade hospitalar. O distrito de Nova Califórnia, que tem cerca de 7 mil habitantes, integra o município de Porto Velho e é uma das regiões mais carentes por serviços de infraestrutura, saúde, educação e segurança pública.

“Há décadas a região luta por melhorias junto à Prefeitura de Porto Velho e governo de Rondônia, mas eles não fazem nada por Nova Califórnia. Enviaram máquinas para arrumar as ruas e asfaltar parte da vila, mas falta saúde e segurança. Nem sinal de celular o distrito conseguiu implantar. Estamos esquecidos pelo poder público”, diz um dos moradores.

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Publicado por
folha do acre