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Saerb suspende fornecimento de água no Manoel Julião; bairros com altos débitos também serão interrompidos

A partir de março, os consumidores em atraso receberão avisos prévios sobre os cortes. O Saerb facilita a renegociação das dívidas, o que permite que os endividados possam parcelar os pagamentos

Há consumidores que não pagam as contas há até 37 meses, e aproximadamente 15% dos consumidores estão nessa situação. Foto: internet 

Adailson Oliveira 

O Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) suspendeu o fornecimento de água no conjunto Manuel Julião em vários blocos, incluindo o bloco C, devido a dívidas acumuladas que ultrapassam R$ 1,5 milhão. Há 30 dias, a autarquia já havia alertado os síndicos sobre a situação financeira crítica, e a medida visa pressionar os moradores a regularizarem seus débitos.

Enquanto alguns blocos conseguiram negociar e tiveram o abastecimento restabelecido, o Saerb anunciou que os cortes de água se tornarão uma prática constante em áreas com altas inadimplências. Segundo Enoque Pereira, diretor-presidente do Saerb, cerca de 40% dos domicílios que recebem água não pagam as contas. A dívida acumulada nos últimos três anos chega a impressionantes R$ 86 milhões.

“O usuário comum, em grande parte, não tem essa consciência de pagar. Por isso, precisamos implementar essa ação. Não será uma medida pontual, mas uma política rotineira”, afirma Pereira.

Ele destacou que a autarquia realizará recadastros e enviará comunicados de corte, além de protestar contra os devedores.

O corte no fornecimento não afetará as comunidades mais carentes, mas condomínios e bairros de classe média serão incluídos na ação de cobrança. Pereira ressaltou que a gestão do Saerb também atuará em áreas consideradas de alto padrão, para desmistificar a ideia de que os moradores dessas regiões não pagam as contas.

“Agora vamos ter que fazer essa parte que não é a ideal, mas é necessária para a empresa se manter funcionando. Então a gente reiniciou o corte em alguns pontos da cidade. E vamos fazer mais Parece que é o contrário, que quem mora em condomínio de alto padrão não paga”, explica.

A partir de março, os consumidores em atraso receberão avisos prévios sobre os cortes. O Saerb facilita a renegociação das dívidas, o que permite que os endividados possam parcelar os pagamentos. Contudo, aqueles que não regularizarem as contas enfrentarão cortes no fornecimento de água e a negativação dos nomes em cartório.

Para o Saerb, resolver o problema das contas em atraso é fundamental, especialmente se a Prefeitura considerar terceirizar os serviços por meio de concessões. Há consumidores que não pagam as contas há até 37 meses, e aproximadamente 15% dos consumidores estão nessa situação. Sem a arrecadação necessária, que em 2022 foi de R$ 52 milhões, a Prefeitura é forçada a injetar mensalmente R$ 4 milhões para manter o sistema de abastecimento em funcionamento.

Segundo Enoque Pereira, diretor-presidente do Saerb, cerca de 40% dos domicílios que recebem água não pagam as contas. Foto: assessoria 

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Publicado por
Marcus José