Cotidiano
Revolução Acreana: Escritor lança livro em homenagem ao avô que lutou para tornar o estado independente
Obra que conta a história dos dois avôs do escritor Milton Júnior é lançado nesta sexta-feira (6), em Xapuri, do Dia da Revolução Acreana e relembra momentos importantes da história da família do bravo soldado que fez parte dessa luta.

Manoel de França com a esposa Quiterinha França – Foto: Arquivo da família
Por Alcinete Gadelha e Tácita Muniz
Uma história de bravura e muita sorte de um homem que não teve muitos bens materiais, mas que lutou para tornar o Acre um estado independente. Este é um dos capítulos do livro “Duas Famílias e a Revolução Acreana”, do escritor Milton Junior.
A obra que conta a histórias dos dois avôs dele, paterno e materno, é lançada nesta sexta-feira (6), em Xapuri, do Dia da Revolução Acreana – que celebra 119 anos de seu início- e relembra momentos importantes da história da família do bravo soldado que fez parte dessa luta, Manoel França, que morreu em 1959, aos 74 anos.
Também relata o trabalho do avô paterno Marcílio Menezes como personagem que atuou na formação da cidade de Xapuri no interior do Acre.
“Essa minha obra relata essa parte histórica do estado do Acre e tem, de certa forma, um herói anônimo. Meu avô materno, Manoel França que contava para os filhos dele, no caso minha mãe é uma destas filhas, sobre as aventuras na guerra e percebendo que alguns dos filhos estão falecendo e essa história iria morrer com eles, decidi fazer esse resgate”, conta o autor.

Revolução acreana completa 119 anos nesta sexta-feira (6) – Foto: Reprodução Rede Amazônica
Soldado que nunca se feriu
O livro conta história do soldado que lutou na revolução acreana e nunca foi atingido pelos bolivianos. Esse soldado é Manoel de França, natural do Maranhão e chegou ao Acre aos 16 anos, passou seis meses trabalhando no seringal e foi convocado para a guerra.
“O livro conta algumas coisas como o que ele viveu na guerra e alguns riscos. Teve um momento em que ele foi comer e abriu uma lata de sardinha e no momento veio uma bala que cortou o peixe que estava na mão dele. Então, ele teve muita proteção divina e os outros soldados falavam isso. Ele nunca foi atingido pelos bolivianos”, relembra o neto escritor.
As histórias eram contadas aos filhos e, com a morte de muitos deles, Junior temendo que essas memórias se perdessem, decidiu eternizá-las nas páginas de um livro.
“Os familiares perceberam a importância desse trabalho e patrocinaram e foi uma obra cara porque é um livro de 385 páginas, então, graficamente fica caro e a família patrocinou tudo”, pontuou.
O escritor conta que o avô tinha boa pontaria e, por isso, foi convocado par a lutar na revolução. “Aprendeu a atirar muito rápido.”
Além disso, o guerreiro tinha uma fama de muito honesto e não admitia desonestidade.
“Nunca foi de acumular bens materiais. Outro momento importante da vida dele e até da história do Acre é que os soldados que lutaram na guerra só foram reconhecidos pelo governo federal 46 anos depois que a guerra acabou, foi quando foi dada a aposentadoria. Graças a Deus ele ainda conseguiu usufruir por 11 anos, mas muitos outros morreram antes disso”, relembra.

Marcílio Menezes e a esposa Dica Menezes – Foto: Arquivo da família
Avô Menezes
Já o avô Marcílio Menezes, que nasceu em 1885, em Baturité, no Ceará, e morreu em 1998, aos 113 anos, teve papel importante na construção de Xapuri. Pioneiro no transporte de barro e ajudou na construção da igreja e escolas da cidade.
“A chegada dele foi importante, mas já depois do pós-guerra, e ele tinha aquela serenidade e apego à família e decerta forma ajudou a construir a cidade de Xapuri”, conta.
Júnior pontuou que os primeiros capítulos são apenas com a história. O primeiro relata a história do Acre e segue com as lembranças das famílias França e Menezes.
“É importante relatar a questão da religiosidade porque na época eram pessoas muito católicas e também familiar, da unidade entre eles. E, no caso do meu avô, que lutou na guerra a bravura dele porque depois desse período da guerra, quando veio o Tratado de Petrópolis e o exército foi dissolvido, ele voltou para o seringal para voltar a trabalhar como antes, mas devido a um acordo feito por Plácido de Castro para que cada seringueiro que lutasse na guerra, tivesse a dívida perdoada pelos seringalistas”, conclui.

Escritor Milton Junior lança o livro nesta sexta-feira (6) — Foto: Arquivo pessoal
Revolução Acreana
O dia 6 de agosto marca o início da luta que resultou na incorporação do território acreano ao Brasil. A história, contada em trechos no hino do estado, é formada por imigrantes nordestinos e heróis como Plácido de Castro, que liderou o movimento, e o Barão do Rio Branco, que negociou a anexação acreana junto ao governo boliviano.
Até o final do século XIX e início do século XX, a região do Acre pertencia a Bolívia. A chegada dos primeiros nordestinos, por volta de 1880, porém, logo mudou o cenário.
Os imigrantes fugiam da seca que assolava o Nordeste e viram na região, então pouco explorada, uma oportunidade de melhorar de vida.
O que os atraía era o chamado “ouro branco”, ou simplesmente látex, que após extraído de seringueiras e submetido a um processo de vulcanização era utilizado pela, então recente, indústria automobilística para fabricação de pneus, entre outras utilidades.
Foram necessários dois anos e a chegada do gaúcho Plácido de Castro até o Acre para que a revolução propriamente dita começasse.
No dia 6 de agosto de 1902, os revolucionários, liderados por Castro, aproveitaram as comemorações da Independência boliviana para atacar. Segundo relatos históricos, foi na madrugada deste dia que o exército acreano bateu a porta da Intendência Boliviana na cidade de Xapuri para anunciar o início do confronto armado.
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Erick Rodrigues vai fazer avaliações no Rio e na Fazendinha

Foto Sueli Rodrigues: Erick Rodrigues quer colocar o Vasco na Copa São Paulo em 2026
É oficial. Erick Rodrigues vai comandar a equipe do Vasco na disputa do Campeonato Estadual Sub-20. O treinador vai realizar avaliações nesta quarta, 5, no Rio de Janeiro, e na sexta, 7, na Fazendinha, para começar a montar o elenco para a disputa da competição.
“Esse é um projeto importante para o Vasco. A ideia é selecionar dez atletas no Rio de Janeiro e fechar o grupo com os garotos acreanos. Teremos uma equipe competitiva no Estadual Sub-20”, declarou Erick Rodrigues.
4 atletas
Os laterais Rafael e Andrey, o volante Bernardo e o meia Pedrinho estão no elenco profissional do Vasco e seguirão no Sub-20.
“O Rafael, o Andrey e o Pedrinho estão treinando e jogando. O Bernardo sofreu uma lesão no joelho na fase de preparação ainda no Rio e vem realizando tratamento. Vamos ter um time forte”, afirmou o treinador.
Vaga na Copa SP
Segundo Erick Rodrigues, o principal objetivo é colocar o Vasco na Copa São Paulo 2026.
“Vai ser um torneio duríssimo, mas temos a nossa meta muito clara”, declarou o técnico.
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102 atletas estão confirmados na disputa do 1º Aquathlon

Foto Jhon Silva: Patrícia Maciel vem realizando treinamentos para a primeira prova da temporada
102 atletas irão disputar o 1º Aquathlon, competição programada para abrir a temporada de 2025 da Federação Acreana de Triathlon (FATRI). A prova terá 1.000 metros de natação, no açude do BOPE, e 5 quilômetros de corrida no Parque do Tucumã.
“Fechamos as inscrições com um número excelente. Os atletas irão se desafiar e teremos uma grande prova na abertura da temporada”, comentou a presidente da FATRI, Cláudia Pinho.
Mais de 150
Segundo Cláudia Pinho, mais de 150 pessoas estarão envolvidas na competição.
“Teremos os treinadores e as equipes de apoio. Vamos começar o ano com um evento bastante movimentado e números expressivos”, avaliou a presidente.
Premiação em dinheiro
A FATRI vai distribuir premiação em dinheiro para os cinco primeiros colocados, no feminino e no masculino.
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Programa do governo do Acre beneficia mais de duas mil pessoas por ano com aparelhos auditivos
Para o otorrinolaringologista e médico responsável pelo Saúde Auditiva no CER III, Santiago de Melo Júnior, esses instrumentos tecnológicos desempenham um papel fundamental na vida de todas as pessoas

Programa Saúde Auditiva é uma iniciativa do governo do Acre. Foto: Felipe Freire/Secom
A capacidade de ouvir é essencial para a comunicação, o aprendizado e a convivência em sociedade. Dificuldades nesse sentido podem comprometer a qualidade da vida humana, tornando a troca de informações desafiadora, prejudicando o desempenho social e afetando o bem-estar emocional. Por isso, em 3 de março comemora-se o Dia Mundial da Audição, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do cuidado e da prevenção à perda auditiva. A escolha da data faz referência à forma dos algarismos “3.3”, que lembram a anatomia de duas orelhas.
Comprometido com essa necessidade, o governo do Acre instituiu o programa Saúde Auditiva, responsável por realizar atendimentos a cidadãos que sofrem com a perda da capacidade de ouvir ou que nasceram com essa deficiência, promovendo a inclusão nas atividades diárias, na interação familiar e social.
Durante um período, o projeto deixou de receber investimentos e só voltou a atuar de maneira promissora a partir de 2019, primeiro ano de mandato do governador Gladson Camelí, que solicitou o retorno das atividades.
Sobre o programa
O Saúde Auditiva é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e o governo federal. Atualmente, os atendimentos são realizados no Centro Especializado em Reabilitação (CER III), em Rio Branco. Por meio do programa, em 2024 quase dez mil pessoas foram acompanhadas.
De acordo com a gerente-geral do CER III, Cinthia Brasil, os serviços oferecidos visam à avaliação, ao diagnóstico, à protetização e à reabilitação dos pacientes que têm a perda de audição comprovada.
“A pessoa passa pela consulta com o especialista, que geralmente a encaminha para alguns exames complementares para dar o diagnóstico. Tendo a perda comprovada, a gente faz a solicitação do aparelho. Dependendo do tipo de prótese, a gente também realiza o molde e encaminha à empresa, que fica em São Paulo, para poder adaptar corretamente, Após isso, realizamos as terapias fonoaudiológicas”, explica a gestora.

Cinthia Brasil é gerente-geral do CER III. Foto: Felipe Freire/Secom
Além disso, os recém-nascidos que falharam na Triagem Auditiva Neonatal (TAN), popularmente conhecida como “teste da orelhinha”, já possuem vaga garantida para realizar o reteste pelo Estado. “O paciente não fica desassistido”, destaca Cinthia.
Por serem realizados por intermédio da Sesacre, todos os serviços oferecidos são gratuitos. Para garantir o atendimento especializado em otorrinolaringologia no CER III, o paciente deve, inicialmente, procurar uma unidade básica de saúde (UBS) em seu município. Dessa forma, o médico fará o encaminhamento ao especialista. Após isso, todo o tratamento subsequente é realizado no Centro Especializado em Recuperação.

Pacientes de todo o estado realizam consultas no Centro Especializado em Reabilitação. Foto: Felipe Freire/Secom
Aparelho auditivo
Apesar da grande variedade de atendimentos oferecidos, o principal serviço presente no programa se dá por meio dos aparelhos de amplificação sonora individual (Aasi). Dados levantados pela administração da unidade mostram que mais de sete mil pares foram entregues entre 2021 e 2024.

Mais de sete mil pares de aparelhos de amplificação sonora individual foram entregues entre 2021 e 2024. Foto: Felipe Freire/Secom
Para o otorrinolaringologista e médico responsável pelo Saúde Auditiva no CER III, Santiago de Melo Júnior, esses instrumentos tecnológicos desempenham um papel fundamental na vida de todas as pessoas que sofrem com alguma complicação na escuta.
“O impacto é sensacional, porque os pacientes, principalmente os idosos, quando começam a ter uma perda de audição, se isolam. Esse isolamento não traz só o problema social, mas também o cardíaco e o psicológico. Com o advento do aparelho, o cidadão volta para a sociedade e para o convívio com a família, que é o principal”, observa o médico.
O profissional destaca, ainda, a importância de um projeto como esse na rede pública de saúde, tendo em vista o valor elevado do equipamento: “O Estado vem dando continuidade ao programa e isso é importante, porque são pacientes que não possuem condições financeiras de comprar. O aparelho vem evoluindo com o tempo e possui um preço inacessível para muitos”.
A população também tem garantida, por parte do Estado, a manutenção dos dispositivosem caso de dano. Dessa forma, os beneficiados se mantêm assistidos durante todo o processo de adaptação ou melhora do quadro clínico.

O programa também oferece manutenção aos Aasi. Foto: Felipe Freire/Secom
O profissional destaca, ainda, a importância de um projeto como esse na rede pública de saúde, tendo em vista o valor elevado do equipamento: “O Estado vem dando continuidade ao programa e isso é importante, porque são pacientes que não possuem condições financeiras de comprar. O aparelho vem evoluindo com o tempo e possui um preço inacessível para muitos”.
A população também tem garantida, por parte do Estado, a manutenção dos dispositivosem caso de dano. Dessa forma, os beneficiados se mantêm assistidos durante todo o processo de adaptação ou melhora do quadro clínico.

Raimundo Nonato ressaltou a importância do Saúde Auditiva em sua vida. Foto: Felipe Freire/Secom
Promoção de dignidade
O aposentado Raimundo Nonato nasceu com o canal auricular estreito e, desde a infância, tinha dificuldades para ouvir. Ao saber do programa Saúde Auditiva, identificou a oportunidade de escutar com mais clareza e, pela primeira vez, passar a conviver em sociedade com mais conforto e dignidade.
“Eu fui orientado a comprar um aparelho, só que não tenho condições financeiras suficientes. O programa facilitou muito, porque logo fiz o molde e já vim retirar. O tempo de espera foi bastante rápido”, contou.
Ao garantir o equipamento sonoro, o aposentado afirmou que sua vida será transformada, pois a comunicação com as pessoas, algo fundamental para todo ser humano, vai melhorar: “Tenho certeza que sim”.
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