COM PÂMELA FREITAS, DA CONTILNET
Ao longo da história, todas as civilizações surgiram as margens de grandes rios. O Nilo no Egito, o Tigre e o Eufrates na Mesopotâmia, o Indo e o Ganges na Índia e o Amarelo na China. Com o rio Acre não foi diferente, em suas margens nasceram as cidade de Rio Branco, Xapuri, Brasileia, Epitaciolândia, Assis Brasil, Porto Acre além de cidades bolivianas e peruanas.
Até o início do século XX, a região do Acre pertencia a Bolívia. A chegada dos primeiros nordestinos, por volta de 1880, porém, logo mudou o cenário. Os imigrantes fugiam da seca que assolava o Nordeste e viram na região, então pouco explorada, uma oportunidade de melhorar de vida.
“Foi nesta data [6 de agosto] que as tropas acreanas tiveram sua primeira vitória sob a liderança de Plácido de Castro rumo à rendição boliviana. O 6 de agosto só passou a ser comemorado a partir de 1910, o que significa dizer que a data não assumiu a importância de hoje logo nos primeiros anos após a revolução”, explica o Eduardo Carneiro, professor de história e vice presidente da Academia Acreana de Letras.
A Revolução Acreana é um marco decisivo de posse de um dos estados mais valiosos da época. “A revolução é o início das idas e vindas do Acre para o Brasil. Entre a extração da borracha para exportação e interesses pessoais, o Acre foi protegido por seus seringueiros. Pessoas que viviam do que essa terra oferecia para eles”, conta a professora de história, Marsella Souza.
A ocupação do território acreano por brasileiros começou em 1880. No começo o governo boliviano não deu muita importância, por se tratar de uma região de difícil acesso e que até então, não possuía grande impactos econômicos para a Bolívia.
Só quando o coronel boliviano José Manuel Pando precisou se refugiar na região, depois uma tentativa de golpe, que percebeu o tamanho da presença brasileira e buscou alertar o governo.
“A revolução não passou de um conflito armado em defesa da propriedade privada dos seringalistas e do monopólio da cobrança de imposto sobre a produção da borracha pelo Governo do Amazonas. Eles precisavam mobilizar a opinião pública nacional em favor da causa, e, por isso, fizeram uso do patriotismo em seus discursos”, afirma Carneiro.