Brasil
Renovação do Senado tem escassez de candidatos da esquerda e excesso da direita
próxima eleição para o Senado promete ter um peso ainda maior para Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2026, pois dois terços das 81 cadeiras da Casa serão renovados

Plenário do Senado: renovação em 2026 envolve excesso de candidatos da direita e escassez na esquerda. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Fustigada pelo desempenho abaixo das expectativas nas eleições municipais e com dificuldades flagrantes de renovação, a esquerda se movimenta para não amargar um novo fracasso na disputa pelo Senado em 2026. O campo liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) carece de nomes competitivos para a disputa, enquanto a direita lida com um congestionamento de candidatos nos principais estados do país.
A próxima eleição para o Senado promete ter um peso ainda maior para Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2026, pois dois terços das 81 cadeiras da Casa serão renovados. Um aliado de Lula relatou ao Estadão ter ouvido do presidente que é preciso impedir os bolsonaristas de formarem uma superbancada no Senado, o que os ajudaria a impulsionar pedidos de impeachment contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), hoje travados na Casa. Para isso, diz, “Lula só vai investir em quem for ganhar”, seja da esquerda ou não.
No Estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, Bolsonaro declarou que uma das indicações ao Senado ficará sob sua responsabilidade, enquanto a outra caberá ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A escolha do ex-presidente será pelo seu filho, o hoje deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). Já o nome a ser indicado por Tarcísio permanece indefinido, mas aliados especulam que possa ser o ex-governador Rodrigo Garcia, que deixou o PSDB e atualmente está sem partido.
No campo bolsonarista, a lista de pretendentes tem ainda outros nomes. O deputado federal Ricardo Salles trocou o PL pelo Novo para garantir sua presença no páreo. Guilherme Derrite (PL), secretário de Segurança Pública de Tarcísio, também não esconde a intenção de se candidatar e negocia uma possível volta ao PP para pleitear a vaga.
Em São Paulo, a esquerda não dispõe da mesma abundância de candidatos, e, hoje, o nome mais competitivo é o do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que disputou a Prefeitura de São Paulo e foi derrotado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). No entanto, aliados de Boulos ponderam que a eleição para o Senado não é tão certa quanto sua reeleição para a Câmara, onde garantiria uma vitória com folga.
Um dos empecilhos para uma eventual candidatura de Boulos ao Senado, alertam aliados petistas, é a preocupação com a superação da cláusula de barreira por parte do PSOL. Em 2026, de acordo com a reforma eleitoral aprovada em 2017, os partidos precisarão eleger 13 deputados federais em pelo menos nove Estados, e somar 2,5% dos votos em nível nacional para continuar tendo acesso ao fundo partidário.
Eleito o deputado federal mais votado de São Paulo em 2022, com mais de 1 milhão de votos, Boulos pode se tornar peça-chave para que o PSOL mantenha acesso ao financiamento da estrutura partidária — o que inviabilizaria sua candidatura ao Senado.
Lideranças do PT dizem que o partido pode ser levado a apoiar nomes da direita moderada para o Senado a fim de barrar bolsonaristas radicais. Legendas como MDB, PSD e União Brasil, que se juntaram a Lula para a formação do governo, são vistas como peças importantes do xadrez para criar esse “cordão sanitário” contra o PL.
“Além de elegerem prefeitos em cidades importantes, eles (bolsonaristas) conseguiram projetar lideranças com resultados expressivos, caso de Belo Horizonte, Goiânia e Fortaleza. O jeito de enfrentar isso é a gente procurar produzir uma frente até mais ampla de partidos que elegeram o presidente Lula. E, a partir daí, organizar palanques que possam nos permitir fazer frente ao avanço da extrema direita”, diz Kiko Celeguim, presidente do PT de São Paulo.
Celeguim, no entanto, defende esperar “a poeira das eleições municipais baixar” antes de estreitar essas articulações. Isso porque a disputa eleitoral acirrou ânimos entre lideranças partidárias do círculo próximo ao PT, como o MDB de Baleia Rossi. Durante a disputa pela Prefeitura de São Paulo, a participação da primeira-dama Janja da Silva em um vídeo que relembrou o boletim de ocorrência registrado pela esposa de Ricardo Nunes contra o marido em 2011 irritou a cúpula emedebista.
“Isso está muito incipiente. A gente acabou de sair da eleição. Tem lugares em que partidos que compuseram essa frente do presidente Lula e outros que a gente gostaria que estivessem conosco acabaram de se enfrentar. Então é preciso que haja um período de acomodação”, diz Celeguim.
O senador Humberto Costa (PT-PE), coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral do PT, afirma que o partido vai atribuir uma prioridade especial à eleição para Câmara e para Senado, mas que a estratégia ainda será discutida.
“A eleição do Senado é de grande importância. Vamos ter 54 vagas em disputa. A extrema direita já tem um número razoável de senadores e está trabalhando para conquistar uma maioria que permita rejeitar indicação para o Supremo, votar leis para fragilizar a democracia e implantar a pauta conservadora. É muito importante que a gente possa ter uma maioria no Senado, mesmo que não seja de petistas”, afirma ele.
A disputa fora de São Paulo
No Rio de Janeiro, berço do clã Bolsonaro, Flávio Bolsonaro é dado como certo na disputa pela reeleição. Em entrevista ao portal Metrópoles, ele afirmou que o governador Cláudio Castro (PL) e o senador Carlos Portinho (PL-RJ) precisarão chegar a um acordo sobre quem ficará com a segunda vaga na chapa.
A disputa no Rio promete ser desafiadora para o PT. No entanto, ao contrário de São Paulo, há mais opções de candidatos. A expectativa é que o prefeito reeleito Eduardo Paes (PSD) concorra ao governo, enquanto o PT deve buscar a indicação para a sua vice ou para uma das vagas ao Senado. A deputada federal e ex-governadora Benedita da Silva (PT-RJ) tem dito a interlocutores sua intenção de disputar o Senado. Outra alternativa é o prefeito de Maricá (RJ), Fabiano Horta (PT), reeleito este ano.
O bolsonarismo e a direita contam com nomes fortes em boa parte do País. No Paraná, o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) e o governador Ratinho Junior (PSD), que está em seu último mandato, estão entre os cotados. Cristina Graeml (PMB), que disputou o segundo turno da eleição em Curitiba, também diz que pode entrar no páreo.
No Distrito Federal, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) já é presença certa na eleição para o Senado, enquanto a segunda vaga é disputada entre o governador Ibaneis Rocha (MDB) e a deputada federal Bia Kicis (PL-DF). Bolsonaristas também mencionam como possíveis candidaturas competitivas o ex-ministro Gilson Machado, em Pernambuco; o deputado federal Zucco (PL), no Rio Grande do Sul; e a deputada federal Julia Zanatta (PL), em Santa Catarina.
Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral, Romeu Zema (Novo) rejeita concorrer ao Senado e aposta suas fichas em uma composição para a Presidência. Segundo aliados, o candidato de seu grupo será Marcelo Aro, atual secretário da Casa Civil de Minas. O deputado federal Nikolas Ferreira e o deputado estadual Bruno Engler, ambos do PL, seriam nomes competitivos do bolsonarismo, mas não podem disputar o Senado por terem menos de 35 anos.
O senador Cleutinho Azevedo (Republicanos), outro expoente bolsonarista e cujo mandato vai até 2031, cogita concorrer ao governo de Minas, deixando o grupo, hoje, sem opções claras. Um dos nomes lembrados é o do deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG), que teria o apoio de Cleitinho.
Minas costuma ocupar centralidade nas eleições, por ser o segundo Estado mais populoso, com mais de 16 milhões de eleitores. O mau desempenho petista em Belo Horizonte, onde o candidato Rogério Correia terminou a disputa em sexto lugar, com 4,37 % dos votos, preocupa o partido para 2026.
Com a avaliação de que Correia saiu menor do que entrou, uma ala da sigla defende o nome do deputado federal Reginaldo Lopes para o Senado. O presidente estadual do PT, Cristiano Silveira, no entanto, lembra que em 2022 chegou a ser pré-candidato e teve de retirar a candidatura após uma articulação de Lula para apoiar Alexandre Silveira, do PSD. O cenário pode vir a se repetir.
“Na próxima eleição (ao Senado) são duas vagas, e creio que o PT indicará ao menos uma. Mas não descarto (apoiar um nome mais à direita). Veja que em BH, para derrotar a extrema direita e o PL, apoiamos Fuad Noman. Tudo dependerá dos diálogos e entendimentos em 2026″, afirma ele.
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Ex-deputado Daniel Silveira pede ‘saidinha’ de Páscoa a Alexandre de Moraes
Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar

Ex-deputado Daniel Silveira pediu para deixar a prisão na Páscoa. Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara
O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) pediu autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para deixar temporariamente o regime semiaberto e passar a Páscoa com a família. Cabe ao ministro Alexandre de Moraes decidir se autoriza ou não a “saidinha”.
A defesa argumenta que ele já cumpriu mais de um sexto da pena – um dos requisitos previstos na Lei de Execuções Penais para a concessão do benefício. O outro é o bom comportamento, que segundo seus advogados ele também já comprovou ao se dedicar ao trabalho e a atividades acadêmicas.
“Durante o período de reclusão, o reeducando dedicou-se de maneira constante ao trabalho e aos estudos conforme se atesta no (e-doc 603/604), desenvolvendo atividades produtivas que contribuíram significativamente para a sua ressocialização”, diz o pedido.
Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar.
O ex-deputado chegou a ser colocado em liberdade condicional, mas voltou a ser preso na véspera do Natal por descumprir o horário de recolhimento domiciliar noturno (de 22h às 6h) estabelecido como contrapartida para a flexibilização do regime de prisão.
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Projeto de lei torna crime a perturbação da paz com pena de até 2 anos de prisão
O autor da proposta, deputado Kim Kataguiri (União-SP), afirma que a atualização da norma é necessária para as autoridades agirem de forma eficaz contra eventos que causam transtornos à população

Deputado Kim Kataguiri alega que projeto torna mais claro identificar perturbação da paz. Foto: Pablo Valadare/Agência Câmara
Da Agência Câmara
O Projeto de Lei 4315/24 transforma em crime a perturbação da paz, que hoje é uma contravenção penal. A proposta define o crime da seguinte forma: organizar, promover ou executar evento não autorizado pelo poder público, em via pública ou em prédio particular, que cause transtorno à vizinhança pelo uso de som elevado ou aglomeração que impeça ou dificulte o trânsito de pessoas ou veículos.
A pena prevista é detenção de 6 meses a 2 anos, podendo aumentar em 1/3 até a metade se:
– o evento for realizado à noite;
– o evento for realizado em sábado, domingo ou feriado;
– houver a presença de crianças ou adolescentes no evento;
– o evento for organizado por associação criminosa ou milícia privada;
– o evento atrapalhar as atividades de escola ou hospital e outras consideradas essenciais.
Conforme a proposta, incorre nas mesmas penas:
– o artista de qualquer espécie que se apresenta no evento;
– a pessoa que cede, a título gratuito ou oneroso, equipamento sonoro para a realização do evento;
– a pessoa que participa, de qualquer modo, desse tipo de evento.
Contravenção penal
Atualmente, a Lei das Contravenções Penais pune com 15 dias a três meses de prisão e multa quem perturbar o trabalho ou o sossego alheios:
– com gritaria ou algazarra;
– exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com a lei;
– abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
– provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda.
Atualização necessária
O autor da proposta, deputado Kim Kataguiri (União-SP), afirma que a atualização da norma é necessária para as autoridades agirem de forma eficaz contra eventos que causam transtornos à população.
“Ao estabelecer penalidades claras e proporcionais, o projeto visa a reprimir a realização de eventos irregulares, promovendo um ambiente urbano mais seguro e harmonioso”, argumenta. A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votada pelo Plenário da Câmara. Para virar lei, a medida precisa ser aprovada pelos deputados e pelos senadores.
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Governo lança ações para enfrentar temperaturas extremas no Brasil
Para enfrentar as altas temperaturas, uma das ações é o Programa Cidades Verdes Resilientes, que tem o objetivo de aumentar a qualidade ambiental e preparar os municípios para lidar com a mudança do clima

Ministério do Meio Ambiente adota medidas para reduzir impacto das altas temperaturas. Imagem: YouTube
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima articula com os ministérios da Educação e da Saúde o enfrentamento das ondas de calor que atingem o país. O objetivo é alertar a população sobre os cuidados necessários para lidar com a elevação das temperaturas e viabilizar ações para minimizar seus impactos, principalmente nas escolas.
Em janeiro, a média de temperatura global esteve 1,75ºC acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), de acordo com o Copernicus, observatório climático da União Europeia.
O Brasil sofre os efeitos do aquecimento global, entre eles, o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor severas. Há previsão de temperaturas intensas para as próximas semanas, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em especial para o Sul do país. Em alguns municípios, os termômetros devem registrar mais de 40°C.
Para enfrentar as altas temperaturas, uma das ações é o Programa Cidades Verdes Resilientes, que tem o objetivo de aumentar a qualidade ambiental e preparar os municípios para lidar com a mudança do clima.
O programa é implementado a partir de ações baseadas em seis eixos temáticos: áreas verdes e arborização urbana; uso e ocupação sustentável do solo; infraestrutura verde e azul e soluções baseadas na natureza; tecnologias de baixo carbono; mobilidade urbana sustentável e gestão de resíduos urbanos.
No guarda-chuva do programa, está a iniciativa AdaptaCidades, que fornecerá apoio técnico para que estados e municípios desenvolvam planos locais e regionais de adaptação. Ao aderir ao projeto, os governos estaduais devem indicar dez municípios com alto índice de risco climático para receber a capacitação. Também podem ser beneficiados consórcios intermunicipais e associações de municípios em caráter excepcional. A aprovação das indicações será feita pelo MMA com base em critérios técnicos, considerando o risco climático e o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Até o momento, 21 estados já participam da iniciativa.
Cidades Verdes Resilientes e AdaptaCidades estão alinhados ao Plano Clima, que será o guia das ações de enfrentamento à mudança do clima no Brasil até 2035. Em elaboração por 23 ministérios, sob a presidência da Casa Civil e a coordenação do MMA, o plano tem um dos eixos voltados à adaptação dos sistemas naturais e humanos aos impactos da mudança do clima. O segundo pilar é dedicado às reduções de emissões de gases de efeito estufa (mitigação), cujas altas concentrações na atmosfera causam o aquecimento do planeta.
Além das Estratégias Nacionais de Mitigação e Adaptação, o Plano Clima será composto por planos setoriais: são sete para mitigação e 16 para adaptação. Traz ainda Estratégias Transversais para a Ação Climática, que definirão meios de implementação (como financiamento, governança e capacitação) e medidas para a transição justa, entre outros pontos.
O MEC tem retomado as atas de registro de preços do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que oferecem ganhos de escala, produtos padronizados e de qualidade aos entes federados, que ficam desobrigados a realizar processos licitatórios próprios (podendo aderir a ata da Autarquia). Já está disponível ata de registro de preços para compra de ventiladores escolares e está prevista ata para aparelhos de ar-condicionado ainda no primeiro semestre de 2025.
Além das ações coordenadas pelo governo federal, planos de contingência para período de extremo calor devem ser desenvolvidos por cada rede de ensino, considerando o princípio constitucional da autonomia federativa e as realidades locais.
Cuidados e dicas
As ondas de calor são caracterizados por temperaturas extremamente altas, que superam os níveis esperados para uma determinada região e época do ano. Esses períodos de calor intenso podem durar dias ou semanas e são exacerbados pelo aquecimento global, que tem aumentado tanto a frequência quanto a intensidade do calor em várias partes do mundo.
Esses episódios são potencializados em áreas urbanas devido ao efeito das ilhas de calor, fenômeno em que a concentração de edifícios, concreto e asfalto retém mais calor e aumenta ainda mais as temperaturas.
A saúde de toda a população pode ser afetada nessas situações, em especial os mais vulneráveis — como idosos; crianças; pessoas com problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação; diabéticos; gestantes; e população em situação de rua. O calor excessivo pode causar tontura; fraqueza; dor de cabeça; náuseas; suor excessivo; e alterações na pele. Ao notar esses sintomas, é essencial buscar ajuda médica.
Entre os cuidados para se proteger, é recomendável beber água regularmente, ainda que sem estar com sede; evitar exposição ao sol das 10h às 16h; usar roupas leves, chapéu e óculos escuros; refrescar-se com banhos frios e utilizar toalhas úmidas; e nunca deixar pessoas ou animais em veículos fechados.
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