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Queimadas: MPF em Rondônia notifica União para contratação urgente de mais 450 brigadistas
Diversas Unidades de Conservação estão sendo atingidas por incêndios florestais de grandes proporções, a exemplo do Parque Estadual de Guajará-Mirim, que enfrenta queimadas há mais de um mês

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O Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia recomendou à União que libere verba para contratação urgente de mais 450 brigadistas, inclusive mediante abertura de créditos extraordinários, se for o caso, considerando a urgência decorrente da evidente calamidade pública vivenciada pelas queimadas. Como alternativa, a União pode disponibilizar à Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) servidores das forças armadas, na mesma quantidade, que sejam treinados e possam combater incêndios, sob coordenação do Ibama.
Outro ponto da recomendação do MPF à União é que sejam disponibilizados três helicópteros equipados e específicos para auxiliar no combate aos incêndios, inclusive mediante requisição administrativa, diante do iminente perigo público, se for necessário.
A União tem prazo de cinco dias para responder se vai ou não acatar a recomendação, mais cinco dias para apresentar documentos que comprovem o cumprimento.
Setembro, pior mês – O MPF aponta que, pelo histórico de queimadas disponibilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), há piora da situação em setembro. Desde 2012, com exceção dos anos de 2019 e 2021, as queimadas ocorridas em setembro superaram, e muito, os demais meses. Para o órgão, é urgente a adoção de medidas para minimizar os danos ao meio ambiente e à saúde da população.
Dados do Inpe apontam que, de janeiro a 19 de agosto de 2024, a Amazônia registrou 42.307 focos de fogo, sendo que, desse total, 11.434 focos correspondem ao mês de julho e 17.348 aos primeiros 19 dias de agosto, superando os dados de anos anteriores, desde 2005.
O monitoramento da qualidade do ar constatou que Porto Velho atingiu pico de 442 μg/m³ de MP2.5 (partículas inaláveis finas) no dia 15 de agosto, estabelecendo-se ao longo do dia em patamar médio de 255 μg/m³ MP2.5. O parâmetro aceitável é entre 25 e 60 μg/m³ de MP2.5, conforme Resolução Conama nº 491. Em nova consulta no dia 20 de agosto, verificou-se que a qualidade do ar continuava em níveis alarmantes na capital de Rondônia.
Os dados indicam que a população de Porto Velho pode estar inalando partículas finas em quantidade muito acima do máximo permitido. A fumaça produzida pelas queimadas contém partículas de monóxido de carbono, substância que, quando inalada, se liga à hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue, ocasionando a interrupção da oxigenação dos tecidos do corpo, gerando graves riscos à saúde, com manifestação de sintomas leves em casos de inalação mínima, porém potencialmente letal quando a intoxicação persiste e a quantidade inalada atinge níveis elevados.
A fumaça das queimadas na região amazônica provoca danos à saúde da população, suscetível a contrair ou agravar doenças respiratórias, problemas oftalmológicos, doenças dermatológicas, gastrointestinais e cardiovasculares, principalmente os idosos e crianças, os quais necessitam de atenção especial, de acordo com o Estatuto do Idoso e Estatuto da Criança e do Adolescente.
A névoa de fumaça impacta o fluxo da malha aérea com a interdição de pista, desvios e cancelamentos de voos, em razão da redução de visibilidade, permeando de forma negativa segmentos empresariais e econômicos da região. Situação que já ocorreu no mês de agosto.
Diversas Unidades de Conservação estão sendo atingidas por incêndios florestais de grandes proporções, a exemplo do Parque Estadual de Guajará-Mirim, que enfrenta queimadas há mais de um mês, com grande parte de sua área total atingida pelo fogo, segundo dados do “Painel do Fogo” do Centro Gestor e Operacional de Proteção da Amazônia (Censipam).
Notícias relatam que a neblina produzida pelas queimadas na Amazônia já afetam, desde 16 de agosto, cidades dos sul e sudeste do país, especialmente nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A Superintendência do Ibama em Rondônia conta apenas com o efetivo de 205 brigadistas, distribuídos em 8 brigadas, para realizar a contenção de focos de queimadas, sendo a equipe insuficiente para atender as demandas que o período requer, e, segundo a própria instituição, há necessidade da contratação de mais 450 brigadistas e composição de 15 brigadas, além de outros três helicópteros específicos para combate de incêndios.
Para o MPF, as medidas adotadas até agora pelos órgãos competentes mostraram-se insuficientes na contenção dos avanços das queimadas na região. O órgão aponta que a omissão do Poder Público em tomar as medidas necessárias para precaver danos ambientais, por meio de políticas públicas preventivas e do exercício eficaz do poder de polícia administrativa, impõe sua responsabilização solidária pelos danos que venham a ser causados ao meio ambiente.
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Sobrevivente cita atraso e pressa do motorista antes do acidente com ônibus que matou 11 em MG: ‘Falou que iria acelerar para chegar logo’

Militares que atenderam o acidente na MGC-223, em Araguari, ouviram relatos parecidos de outros passageiros. Motorista foi levado para a delegacia para prestar esclarecimentos e liberado em seguida. Ao todo, 36 passageiros ficaram feridos.
Um dos 53 passageiros que estavam no ônibus que tombou na MG-223 entre Araguari e Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, relatou pressa do motorista antes do acidente que deixou onze pessoas mortas e 36 feridas, na madrugada desta terça-feira (8). A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) informou ao g1 que outros passageiros alegaram o excesso de velocidade.
O engenheiro mecânico Alessandro Ártico afirmou que o ônibus teria saído atrasado da rodoviária de Goiânia, em uma das paradas que fez após sair de Anápolis (GO) com destino a São Paulo (SP), e que o ônibus estava em alta velocidade na hora do acidente.
“Nós saímos já com atraso, o motorista, na imprudência, estava em alta velocidade. Ele chegou a declarar em uma parada que iria acelerar para tirar o atraso, iria pisar no acelerador. No momento do acidente, dentro do ônibus, era uma cena de terror, braços amputados, crânios esmagados, crianças chorando”, relembrou Alessandro.
O motorista não sofreu ferimentos. Ele não teve o nome divulgado. A Polícia Civil informou que conduziu o motorista para a delegacia de plantão de Araguari para prestar depoimento e que depois ele foi liberado, pois, segundo a polícia, não havia elementos para a prisão e porque o motorista prestou socorro às vítimas. As circunstâncias do acidente ainda são apuradas.
Foram solicitadas ao Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) imagens do radar de velocidade no trecho.
A Polícia Civil informou que o motorista foi conduzido para a delegacia de plantão da Polícia Civil de Araguari para prestar depoimento. Ele foi liberado, pois, segundo a polícia, não havia elementos para a prisão, além de o motorista ter prestado socorro às vítimas. As circunstâncias do acidente ainda são apuradas.
O ônibus pertence à viação Real Expresso. O g1 questionou a empresa sobre a suposta conduta do motorista, que informou que segue colaborando com as autoridades para investigar e esclarecer todos os detalhes do acidente. Leia na íntegra abaixo.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que o ônibus estava com a documentação e os cadastros regulares para o transporte interestadual de passageiros. Disse ainda que instaurou processo administrativo para monitorar o caso e fornecerá todas as informações necessárias às autoridades de segurança pública para apoiar as investigações.
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Araguari, duas crianças de 2 e 4 anos estão entre as vítimas. Os feridos foram levados para hospitais da região. Entre eles, cinco estão em estado grave, ainda segundo os bombeiros. Não há informações sobre o estado de saúde dos outros sobreviventes.
Onze pessoas, incluindo crianças, morreram na MG-223
Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o ônibus saiu de Anápolis (GO) às 20h30 de segunda-feira (7) e seguia para São Paulo (SP). Durante o trajeto, por volta das 3h40, o motorista teria perdido o controle do veículo no trecho conhecido como “Trevo do Queixinho” , capotou e o veículo foi arrastado até tombar.
Entre os onze mortos, estão duas meninas de 2 e 4 anos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Araguari, elas eram irmãs de um bebê de seis meses que segue internado no Hospital Sagrada Família junto à mãe das crianças, que sofreu um ferimento na cabeça.
Durante o tombamento, muitas vítimas foram arremessadas para fora do ônibus.
“O veículo, ao capotar, ele ejetou diversos passageiros. A grande maioria desses passageiros, infelizmente, evoluíram para óbito. Os indícios levam a crer que aqueles passageiros que foram ejetados, infelizmente e fatalmente, estavam sem o cinto de segurança”, disse o major do Corpo de Bombeiros, Fabrício Silva Araújo.
Os trabalhos de resgate no local foram feitos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e bombeiros das cidades de Araguari, Tupaciguara e Uberlândia.
O que se sabe sobre os feridos
- O Corpo de Bombeiros de Araguari informou que dos 36 feridos, 18 foram levados para hospitais. Os outros 18 tiveram ferimentos leves e recusaram atendimento.
- Pelo menos 17 passageiros foram encaminhados para a UPA de Araguari, de acordo com a secretária municipal de Saúde, Thereza Griep. Desses, 13 ficaram na UPA e os outros quatro foram transferidos para hospitais da região. Nesta tarde, quatro ainda permaneciam internados.
- O Samu confirmou que cinco sobreviventes também foram levados em estado grave para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), dentre eles está uma gestante.
- O HC-UFU confirmou o atendimento a oito pacientes feridos no acidente, um deles, uma mulher com idade não informada, não resistiu e acabou morrendo após dar entrada na unidade.
O que diz a Real Expresso
“A Real Expresso lamenta profundamente o ocorrido às 3h24 da madrugada de hoje, envolvendo um de seus veículos na MG 223 próximo a Araguari. O ônibus, que havia saído de Anápolis (GO) às 20h30 de ontem com destino a São Paulo, transportava 53 passageiros. Desde a ocorrência, nossas equipes foram mobilizadas imediatamente, incluindo profissionais especializados, para prestar apoio no local e junto a familiares.
Até o momento foram confirmadas 11 vítimas fatais. Os feridos encontram-se em três hospitais locais como o Hospital da Universidade Federal de Uberlândia e UPA de Araguari ( muitos já receberam alta e outros serão em breve liberados).
Os demais foram liberados no momento do atendimento local e seguiram viagem. Estamos trabalhando em estreita colaboração com as autoridades responsáveis para investigar as causas do acidente e esclarecer todos os detalhes. Nesse momento estamos concentrados no apoio às vítimas e todo suporte às suas famílias.
Para familiares e pessoas que buscam mais informações sobre os passageiros, disponibilizamos nosso canal de atendimento 24 horas através do telefone 0800 728 1992, que está à disposição para fornecer todo o suporte necessário.”
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PF lança Operação Lockdown contra rede de pornografia infantil em Rondônia
Homem de Buritis é alvo de mandados após investigação por armazenar e distribuir material de abuso sexual de crianças e adolescentes
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (8/4) a Operação Lockdown para combater a aquisição, armazenamento e compartilhamento de material de abuso sexual infantojuvenil. A ação, concentrada em Buritis (RO), teve como alvo um indivíduo investigado por distribuir conteúdo criminoso na internet.
Com base em provas coletadas durante as investigações, a PF obteve autorização judicial para cumprir mandados de busca e apreensão e de prisão temporária contra o suspeito. Ele responde pelos crimes de posse e disseminação de pornografia infantil, que podem levar a penas severas conforme a legislação brasileira.
A operação faz parte dos esforços nacionais de combate à exploração sexual de menores e reforça o trabalho de inteligência da PF no monitoramento de redes criminosas na dark web e plataformas digitais. Novas informações devem ser divulgadas após a conclusão das diligências.
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PF desencadeia Operação Cisne Negro e apura desvio de R$ 100 milhões na Universidade de Roraima
Investigação mira servidores e ex-servidores por fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e esquema criminoso; bens de luxo e R$ 108 milhões em patrimônio são bloqueados
A Polícia Federal (PF) iniciou, nesta terça-feira (8), a Operação Cisne Negro, que investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos, fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Universidade Estadual de Roraima (UERR). Entre os alvos estão servidores e ex-servidores da instituição, acusados de causar um prejuízo superior a R$ 100 milhões aos cofres públicos.
De acordo com a PF, as investigações apontam superfaturamento em contratos com uma empresa de engenharia e o uso de empresas de fachada para viabilizar obras e serviços na universidade. Durante a ação, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de carros de luxo, aeronaves, cabeças de gado e o bloqueio de R$ 108 milhões em bens. As medidas foram autorizadas pela Justiça Estadual de Roraima.
A PF informou que a investigação continua em andamento e que novas medidas podem ser adotadas. Os nomes dos investigados ainda não foram divulgados oficialmente.
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