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Profissionais da rede municipal de ensino entram em greve em Cruzeiro do Sul

Categoria cobra da prefeitura do interior do Acre aplicação do reajuste do piso salarial para 2023 de quase 15% anunciado pelo Ministério da Educação no início do ano.

Profissionais da rede municipal de ensino entram em greve em Cruzeiro do Sul — Foto: Rayza Lima/Rede Amazônica

Os profissionais da rede municipal de ensino de Cruzeiro do Sul entraram em greve nesta sexta-feira (2), no interior do Acre. A principal reivindicação da categoria é o reajuste de 14,9% referente novo piso salarial anunciado pelo Ministério da Educação no início deste ano.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no município, Pedro Lima, afirmou que a prefeitura até o momento não apresentou nenhuma proposta para o pagamento do piso nacional do magistério aos profissionais do município. Segundo ele, a decisão para a deflagração da greve, por tempo indeterminado, foi tomada em assembleia da categoria ocorrida nessa quinta-feira (1).

“Quem vai dizer quando termina [a greve] é a gestão municipal, quando apresentar uma proposta de pagamento do piso aos nossos profissionais. Nossa greve é justa e necessária para o momento que estamos vivendo. O piso nacional do magistério foi anunciado pelo governo federal ainda em janeiro e a prefeitura de Cruzeiro do Sul vem com a história que está se planejando para pagar esse piso, mas ainda sem uma data definida, isso incomoda muito os profissionais, não há mais tempo para esperar, precisamos que a gestão termine esse planejamento e apresente o calendário de pagamento.

O secretário de Educação em Cruzeiro do Sul, Amarizio Saraiva informou que a prefeitura não tem condições financeiras, no momento, para arcar com o reajuste pedido pela categoria.

Saraiva também lembrou que a gestão já atendeu a várias das pautas da categoria, como elevação da carga horária dos servidores para 30 horas, o que segundo ele, gerou aumento de salário, entre outros.

“Desde janeiro temos conversado com o sindicato, implementamos aquilo que foi pedido no ano passado. Para se ter uma ideia, na nossa gestão, o professor já teve um aumento de 52% com atualização do piso, elevação para 30 horas da carga horária e nosso professor provisório, de 2020 para cá, teve um aumento de 73% no seu salário. Então, o professor recebia R$ 1.220 e hoje recebe R$ 2.220. Mas, o sindicato está buscando piso nacional. Ninguém está se negando a pagar, mas hoje a Educação de Cruzeiro do Sul não tem condições de pagar esse piso, pelas sucessivas quedas que estamos tendo nos repasses do governo federal”, disse Saraiva.

De acordo com o gestor municipal, caso o piso nacional seja aplicado, a prefeitura vai acabar tendo que fechar as escolas, uma vez que vai afetar no pagamento de merenda, transporte e outras despesas.

“Não se pode fazer essa atualização do piso, porque não é só pagar salário, se não teremos recurso para merenda escolar, transporte, pagar alugueis, vai acabar tendo que fechar as escolas. Não dá para gastar tudo do Fundeb com salário. O aumento que foi dado no nosso plano de cargo e carreira foi maior que o governo federal deu agora no piso. Nosso aumento foi de em torno de 20% para os servidores e o governo federal repassou em janeiro 14,95%, mas o dinheiro não veio proporcional”, afirmou o secretário.

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Publicado por
G1 Acre