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Produção de café no Acre deve crescer 60% em 2025, diz IBGE
Em relação a 2024, o IBGE estima que o maior crescimento da produção deverá ser a do Acre (59,8%). Deve crescer também, no Espírito Santo (5,6%), na Bahia (7,5%), em Minas Gerais (0,4%), em São Paulo (5,7%) e no Pará (22,6%), e decrescer em Rondônia (-7,8%), no Mato Grosso (-15,3%), no Amazonas (-28,0%) e no Ceará (-33,3%).

Rendimento médio esperado para o Acre, na safra de 2025 de 3.051 kg/ha é superior em mais de 17% ao esperado para a média brasileira. Foto: internet
Com Cafeicultura
A segunda estimativa do IBGE, realizada no mês de dezembro de 2024, para a produção de café canephora do Brasil, para 2025, foi de 1.058.852 toneladas, um crescimento de 3,4% em relação ao volume produzido em 2024 (1.024.120 toneladas).
As duas principais espécies de café cultivadas no Brasil são a arábica e a canephora. Apesar de ambas serem do mesmo gênero, as características dessas espécies apresentam diferenças. No Acre é produzido a espécie canephora, que, conforme o Blog Rehagro, possui maiores teores de cafeína e sólidos solúveis, por isso é mais utilizada para produção de café solúvel. No entanto, a espécie apresenta menores teores de açúcar. Os seus grãos são muito utilizados em “blends” (misturas) de cafés.
Na tabela a seguir constam os indicadores da estimativa da produção do café canephora, no Acre, para o ano de 2025. A tabela também contém informações sobre a safra de 2024.Verifica-se que, após crescer somente 7,7% no período 2023/2024, a estimativa é que, em 2025, a produção possa crescer quase 60% em relação a 2024. Esse crescimento estimado para o Acre é17 vezes maior que o percentual estimado para o crescimento da produção no Brasil (3,4%.
Verifica-se que as expectativas para o crescimento do produto se dão em função do crescimento das áreas plantadas (55,5%) e colhidas (44,7%) e do rendimento médio, em relação a 2024, que deve crescer 10,5% motivado pelos maiores investimentos em tratos culturais e insumos, uma vez que os preços do produto estão com boa rentabilidade.
É importante destacar que o rendimento médio esperado para o Acre, na safra de 2025 de 3.051 kg/ha é superior em mais de 17% ao esperado para a média brasileira (2.598 kg/ha), demostrando o potencial de competitividade do café acreano.

A irregularidade do clima aliado a uma demanda maior pela exportação do café brasileiro foi responsável pelos aumentos dos preços, tanto do café arábica quanto do café canephora, que alcançaram recordes em 2024. Os preços do café canephora (conilon e robusta) normalmente acompanham os preços do arábica, pois são utilizados em misturas para formar o denominado “blend”, bebida preferida pelo mercado interno. Segundo o CEPEA/ESALQ/USP, a saca do café canephora (conilon), à vista, fechou dezembro de 2024 em R$ 1 832,57, aumento de 2,72% no mês. Na moeda norte-americana, a saca de 60 kg foi cotada a U$ 296,53. Os preços são considerados bons pelos produtores, resultado de uma maior demanda pelo café brasileiro no exterior, refletindo também preocupações em relação ao volume da próxima safra, notadamente quanto às incertezas do clima e aos níveis de exaurimento das plantas ao final da colheita da safra atual.
Em relação a 2024, o IBGE estima que o maior crescimento da produção deverá ser a do Acre (59,8%). Deve crescer também, no Espírito Santo (5,6%), na Bahia (7,5%), em Minas Gerais (0,4%), em São Paulo (5,7%) e no Pará (22,6%), e decrescer em Rondônia (-7,8%), no Mato Grosso (-15,3%), no Amazonas (-28,0%) e no Ceará (-33,3%).
Com alta de 5%, a estimativa da safra do Acre de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2025 deve chegar a 196 mil toneladas
A safra acreana de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2025 deve somar 196 mil toneladas, uma alta de 5% em relação a 2024, com 9 mil toneladas a mais, de acordo com o 3º prognóstico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo IBGE no dia 14/01.
O acréscimo da produção deve-se à estimativa prevista, principalmente, para o milho (2ª safra) (35,8% ou 11,6 mil t, a soja (5,8% ou 3,5 mil t) e para o feijão (10,8% ou 276 t). O arroz foi estimado com estabilidade na produção (-0,5% ou -23 t), enquanto para o amendoim foi previsto um declínio de 20% ou -12 t e o milho (1ª safra) com um declínio de 7% ou 11,6 t.
Na tabela a seguir constam as principais informações sobre os dois produtos que o IBGE estima que apresentarão os maiores crescimento na produção acreana de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2025. Destaques para o milho (2ª safra e a soja).

É importante destacar que as exportações da soja acreanas para o mercado externo representaram 25% do total exportado, com valor de US$ FOB de 21,8 milhões. Já o milho (2ª safra) apresentou uma participação de somente 1,4%, com um valor de US$ FOB de 1,2 milhão. O reduzido valor das exportações do milho está diretamente ligado à queda da produção no ano passado, que apresentou um declínio de 33,7% em relação à safra de 2023.
Além do mais, no Acre, em 2024, observou-se uma queda de 3% na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em relação ao ano de 2023. A queda se deu em função da baixa na produção do milho (2ª safra) de 33,7%. Então, mesmo a produção da soja aumentando 32,4% no período, não impossibilitou a queda local para o grupo de cereais. O IBGE espera para 2025, um pequeno crescimento da safra de soja, e uma boa recuperação da safra do milho de 2ª safra.
A mandioca, o café e a soja demostram grande viabilidade econômica dentre os produtos de origem vegetal acreanos

Um dos critérios fundamentais para se análise da viabilidade de um produto em determinadas regiões é através do Rendimento médio. Este indicador mede quantos quilos se colhe por hectare do produto. Na tabela acima constam três produtos altamente competitivos do ponto de vista tecnológico, ou seja, desde que produzidos dentro de tecnologias já dominadas e difundidas, os produtores acreanos obterão um rendimento superior (mandioca e café) ou similar (soja), com aqueles obtidos pela média brasileira.
Deixei de mencionar que a banana possuí um rendimento ainda um pouco abaixo do brasileiro. Contudo, com um pouco mais de tecnologia, este produto pode rapidamente entrar no rol das culturas viáveis economicamente para ser produzida no Acre.
Como a soja é um produto que é viável apenas para as grandes propriedades. Conclui-se que, incentivar as plantações de mandioca (a cada ano mais decadente no Acre), do café e da banana para as pequenas propriedades rurais, pode ser uma boa política de emancipação econômica e de distribuição de renda para uma parcela significativa da sociedade acreana.
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Tesouro paga R$ 1 bilhão em dívidas de estados e municípios em novembro
Os maiores valores são referentes a dívidas pagas pelos estados do Rio de Janeiro (R$ 2,77 bilhões) e de Minas Gerais (R$ 1,45 bilhão), além de outros estados e municípios. Em 2025, a União já recuperou R$ 247,47 milhões em contragarantias

No acumulado do ano, os governo federal já pagou R$ 9,59 bilhões em débitos dos Estados e municípios. Foto: Reprodução
A União pagou R$ 1,05 bilhão em dívidas atrasadas de estados e municípios em novembro, segundo o Relatório de Garantias Honradas pela União em Operações de Crédito e Recuperação de Contragarantias, divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Tesouro Nacional.
No acumulado do ano, já são R$ 9,59 bilhões de débitos honrados de entes federados. Em 2024, o valor chegou a R$ 11,45 bilhões de dívidas garantidas pela União.
Do total pago no mês passado, R$ 704,81 milhões são débitos não quitados pelo estado do Rio de Janeiro; R$ 227,80 milhões do Rio Grande do Sul; R$ 75,32 milhões de Goiás; R$ 35,66 milhões de Minas Gerais; R$ 9,64 milhões do município de Parauapebas (PA); R$ 116,15 mil de Paranã (TO); e R$ 76,47 mil de Santanópolis (BA).
Desde 2016, a União pagou R$ 85,04 bilhões em dívidas garantidas. Além do relatório mensal, o Tesouro Nacional disponibiliza os dados no Painel de Garantias Honradas.
As garantias representam os ativos oferecidos pela União – representada pelo Tesouro Nacional – para cobrir eventuais calotes em empréstimos e financiamentos dos estados, municípios e outras entidades com bancos nacionais ou instituições estrangeiras, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Como garantidora das operações, a União é comunicada pelos credores de que não houve a quitação de determinada parcela do contrato.
Recuperação de garantias
Caso o ente não cumpra suas obrigações no prazo estipulado, o Tesouro compensa os calotes, mas desconta o valor coberto de repasses federais ordinários – como receitas dos fundos de participação e compartilhamento de impostos, além de impedir novos financiamentos. Sobre as obrigações em atraso incidem ainda juros, mora e outros encargos previstos nos contratos de empréstimo, também pagos pela União.
Há casos, entretanto, de bloqueio na execução das contragarantias pela adoção de regimes de recuperação fiscal, por meio de decisões judiciais que suspenderam a execução ou por legislações de compensação das dívidas. Dos R$ 85,04 bilhões honrados pela União, cerca de R$ 77,46 bilhões se enquadram nessas situações.
Desde 2016, a União recuperou R$ 5,9 bilhões em contragarantias. Os maiores valores são referentes a dívidas pagas pelos estados do Rio de Janeiro (R$ 2,77 bilhões) e de Minas Gerais (R$ 1,45 bilhão), além de outros estados e municípios. Em 2025, a União já recuperou R$ 247,47 milhões em contragarantias.
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Estudo da Ufac aponta que segurança na posse da terra reduz o desmatamento no Acre
A análise feita considerou dois indicadores principais: a proporção da área desmatada em cada imóvel e a probabilidade de cumprimento do Código Florestal

O levantamento foi feito por um profesora da Universidade Federal do Acre/Foto: Alexandre Noronha/Varadouro
Um estudo liderado pelo professor João Paulo Santos Mastrangelo, do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza (CCBN) da Universidade Federal do Acre (UFAC), aponta que propriedades rurais com maior segurança na posse da terra apresentam menores taxas de desmatamento e maior cumprimento do Código Florestal no Acre. A pesquisa foi publicada na revista científica internacional World Development e analisa a relação entre governança fundiária e desmatamento na Amazônia brasileira.
O trabalho utilizou uma base de dados inédita com informações de 35.067 imóveis rurais privados registrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR) no Acre. Juntas, essas propriedades somam cerca de 5,9 milhões de hectares, o equivalente a 36% do território estadual. O estudo avaliou o desmatamento ocorrido entre 2009 e 2018, período marcado tanto pela queda quanto pela retomada das taxas de desmatamento na Amazônia.
A análise considerou dois indicadores principais: a proporção da área desmatada em cada imóvel e a probabilidade de cumprimento do Código Florestal, que na Amazônia, em regra, limita o desmatamento a 20% da área das propriedades rurais. O estudo também diferenciou imóveis com situação fundiária regular daqueles com ocupações irregulares.
Como critério de segurança na posse da terra, os pesquisadores adotaram a ausência de sobreposição de polígonos no CAR, ou seja, a inexistência de disputas aparentes por uma mesma área. Propriedades sem sobreposição foram classificadas como tendo maior segurança fundiária, enquanto aquelas com áreas sobrepostas foram consideradas em situação de insegurança.
Os resultados indicam que imóveis com maior segurança na posse apresentaram uma proporção de área desmatada entre 1 e 2,6 pontos percentuais menor em comparação a propriedades semelhantes com insegurança fundiária. Em termos relativos, o desmatamento pode ser até cerca de um terço menor em áreas onde não há disputa por terra.

Os pesquisadores cruzaram diversos dados durante a pesquisa/Foto: Reprodução
Por Vitor Paiva
Além disso, a segurança fundiária aumentou a probabilidade de cumprimento do Código Florestal. Entre propriedades que não haviam ultrapassado o limite de 20% de desmate até 2008, aquelas com maior segurança na posse registraram taxas de conformidade entre 5 e 11 pontos percentuais superiores às de imóveis com sobreposição de áreas. Mesmo entre propriedades que haviam desmatado além do limite antes de 2008 e foram anistiadas pela alteração do Código Florestal em 2012, a segurança na posse esteve associada a menor expansão do desmatamento após o período de anistia.
Para chegar aos resultados, os autores aplicaram diferentes métodos econométricos, incluindo modelos com efeitos fixos por proprietário e técnicas de ponderação por escore de propensão, capazes de controlar diferenças observáveis e não observáveis entre os imóveis analisados. A consistência dos resultados entre os modelos reforça a evidência de um efeito causal da segurança fundiária na redução do desmatamento.
O estudo destaca que a simples emissão de títulos de terra não garante, por si só, a conservação florestal, se não houver uma governança fundiária eficaz, capaz de coibir sobreposições, grilagem e conflitos pela terra. Nesse contexto, o Cadastro Ambiental Rural é apontado como uma ferramenta central não apenas para o monitoramento ambiental, mas também para identificar avanços e fragilidades na gestão fundiária da Amazônia.
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Municípios do Acre podem aderir a ‘Plano Federal de Cuidados’ após portaria publicada pelo governo
Portaria estabelece regras para que gestores locais elaborem planos de cuidados em até um ano; adesão é voluntária e sem repasse de recursos

A medida regulamenta a implementação da Política Nacional de Cuidados, instituída por lei em 2024. Foto: captada
Os municípios acreanos, assim como os demais do país, estão autorizados a aderir voluntariamente ao Plano Nacional de Cuidados após a publicação da Portaria nº 1.134/2025, no Diário Oficial da União desta segunda-feira (15).
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) publicou nesta segunda-feira (15) a portaria que regulamenta a adesão voluntária de estados, Distrito Federal e municípios ao Plano Nacional de Cuidados. A medida detalha os procedimentos para que os entes federativos implementem a Política Nacional de Cuidados, criada por lei em 2024.
De acordo com a Portaria nº 1.134/2025, os governos interessados deverão indicar um órgão gestor e um coordenador responsável por elaborar um diagnóstico territorial, ouvir a sociedade civil e formular um plano local alinhado às diretrizes nacionais. O coordenador também participará de capacitações promovidas pelos ministérios do Desenvolvimento Social e das Mulheres.
A adesão será formalizada por meio de um termo assinado eletronicamente, com vigência de 36 meses, prorrogável. Os planos locais devem ser instituídos em até 12 meses após a formalização. A portaria não prevê transferência de recursos financeiros, ficando as despesas a cargo dos orçamentos próprios.
O Plano Nacional de Cuidados tem caráter intersetorial, integrando políticas de saúde, assistência social, educação, trabalho e cultura, com o objetivo de garantir o direito ao cuidado ao longo da vida e promover a corresponsabilidade de gênero.

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