Por que o Brasil é um país tão vulnerável a interesses pessoais? – 3
Dando sequência ao exposto no texto anterior, mencionamos a educação direcionada a valores que prestigiem o interesse comunitário. Poderíamos falar em educação cívica, mas o termo parece ter adquirido uma pecha de algo previamente direcionado a uma ideologia superada e autoritária.
Isso, essa aversão a essa educação cívica, também demoniza outro conceito, o de patriotismo. Este último já foi objeto, há mais de 20 anos, de uma pesquisa mundial, envolvendo, portanto, diversos países. Nesta enquete, se colocavam diversos pontos para que a pessoa de um dado país respondesse o seu “grau de orgulho” relativa à sua terra.
Envolvia democracia, economia, Forças Armadas, segurança social, esportes, desempenho científico. Curiosamente, países ainda em desenvolvimento como África do Sul, Irlanda e Venezuela se mostraram altamente patrióticos, levando-nos a pensar que a base cultural realmente joga um papel importante na formação de toda uma base de valores compartilhados por uma nação, por um povo.
E por que o patriotismo é importante no contexto? Na verdade, ele pode ser relevante. Não é algo obrigatório, mas talvez seja um começo. O Japão foi completamente destruído quando finalizada a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), no entanto o país foi reconstruído por seu povo em pouco tempo, inclusive levando-o a ser hoje, 2024, a 4ª economia mundial.
Parece ainda incorreto justificar a bem-sucedida empreitada japonesa como algo fundado exclusivamente no dinheiro, até porque não havia dinheiro algum para os japoneses, derrotados no conflito. Mesmo em 2011, com uma destruição severa de várias regiões por um tsunami, atingindo inclusive a usina atômica de Fukushima, a reconstrução foi integral, imediata e, importante, com muito trabalho voluntário.
Temos em nossa formação esse sentido do “salve-se quem puder” e também algo como “aproveita, se você não faz, outro faz”. Sim, é verdade. Não há como negar isso. Só isso, no entanto, não nos define.
A duras penas, e alguns diriam “aos trancos e barrancos”, conseguimos conquistar muitas coisas como povo. Nossa expectativa de vida era de 52,5 anos em 1960. Em 2010 essa mesma expectativa era de 73,4 anos e em 2022 alcançamos 75,5 anos. Isoladamente, não é um dado para explicar tudo, mas mostra evolução num ponto importante.
A ideia aparentemente tão presente em nosso imaginário como povo de tomar vantagem em tudo e buscar um privilégio como meta de vida, parece estar cada vez mais em xeque. O famoso “jeitinho” brasileiro é bem-visto quando expressa criatividade, bom humor e adaptação, mas já não goza da mesma condição quando significa abusar do próximo ou mesmo da sociedade em benefício próprio.
Episódios como a “Lava-Jato”, provavelmente a maior investigação de corrupção já registrada no mundo, deixou marcas em nossa sociedade de um modo geral. Positivas e não positivas. Essas marcas são relevantes porque o “sarrafo” da tolerância para ter se elevado e não dá pistas de que irá retornar ao patamar anterior.
O futuro está em construção desde já e prevê-lo é tarefa próxima do impossível. Mãe Dinah “viu” antes o acidente fatídico com a banda musical “Mamonas Assassinas”, já prever os desdobramentos de toda uma sociedade, é algo bem mais complexo. Podemos falar em tendências e essas indicam, ou parecem indicar, um quadro cada vez mais republicano, de prestígio ao interesse público. Ou é otimismo demais do colunista?
Para quem quiser acessar mais material meu e de outros pesquisadores, deixo aqui o link do Instituto Convicção, do qual faço parte.
Crime ocorreu em 2024, em Novo Hamburgo, Região Metropolitana de Porto Alegre
Kauana atacou a criança com diversos golpes de faca, no momento em que a menina repousava na cama • Reprodução/Redes sociais
A mãe acusada de matar a própria filha de sete anos a facadas, no Rio Grande do Sul, foi condenada a mais de 44 anos de prisão, nesta terça-feira (17). O crime aconteceu em 2024, em Novo Hamburgo, Região Metropolitana de Porto Alegre (RS).
O julgamento teve início às 9h, no Salão do Júri do Foro de Novo Hamburgo. Por volta das 22h30, após o Conselho de Sentença, composto por sete mulheres, responder aos quesitos e reconhecer a responsabilidade penal da ré, o magistrado definiu o tempo de pena em 44 anos, 5 meses e 10 dias de prisão, em regime fechado.
Kauana do Nascimento, de 32 anos, está presa desde agosto de 2024. Ela foi acusada de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, além de crime contra menor de 14 anos e contra descendente.
Durante depoimento, a ré afirmou que dificuldades financeiras e emocionais teriam provocado um quadro intenso de estresse e ansiedade, que culminou no crime. A mulher também disse não se lembrar de ter desferido os golpes contra a filha.
A decisão cabe recurso.
Relembre o caso
A denúncia aponta que Kauana teria atacado a filha com diversos golpes de faca, no momento em que a menina repousava na cama. A versão inicial apontada pela acusada era de que a filha teria caído da escada. A vítima morreu em decorrência de choque hemorrágico causado por ferimentos torácicos profundos.
O corpo foi encontrado no corredor do prédio onde moravam.
Entre novembro e fevereiro, feixe de luz entra no Abismo Anhumas por meio de cavidade, revelando a beleza única do local
Luz do Sol invade Abismo Anhumas, em Bonito, no Mato Grosso do Sul • Daniel de Granville
Uma caverna a 72 metros abaixo do chão esconde uma experiência única na cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul. Entre os meses de novembro e fevereiro, a luz do Sol entra no Abismo Anhumas por meio de uma cavidade superior e revela a beleza natural do espaço.
O Abismo Anhumas é uma caverna com um lago do tamanho de um campo de futebol. Para acessar, é necessário fazer rapel em uma pequena fenda no chão.
O local impressiona pela água cristalina e pelas formações de até 20 metros de altura. Mas o espetáculo que acontece entre os meses de novembro e fevereiro tornam o Abismo Anhumas ainda mais especial. Veja o vídeo abaixo:
O Abismo Anhumas
O Abismo Anhumas foi uma das atrações mais especiais visitadas pela apresentadora Daniela Filomeno durante as gravações do CNN Viagem & Gastronomia em Bonito. Confira como é a visita no local no vídeo abaixo:
O espaço fica a 23 quilômetros do centro de Bonito e recebe cerca de cinco mil visitantes por ano, segundo a equipe do abismo.
A temperatura dentro da caverna permanece por volta dos 22°C durante o ano. A água é um pouco mais fria, a cerca de 18°C.
O rapel é feito com um sistema elétrico de elevação, que facilita o acesso dos visitantes. Dessa forma, crianças a partir de cinco anos de idade conseguem entrar na caverna. Segundo a equipe, “pessoas com alguma dificuldade de locomoção também podem conhecer o espaço.”
Depois de descer, o visitante chega a um deque flutuante no lago e pode escolher fazer um passeio de bote, snorkel ou mergulho com cilindro. Todas as atividades devem ser contratadas com agências de viagens.
Empresas interromperam voos internacionais de e para Caracas há duas semanas devido ao aumento da tensão militar com os Estados Unidos
Aviões da Copa Airlines no Aeroporto Internacional de Tocumen, na Cidade do Panamá • Aviões da Copa Airlines no Aeroporto Internacional de Tocumen, na Cidade do Panama, em março de 2020REUTERS/Erick Marciscano
A companhia aérea panamenha Copa Airlines anunciou, na terça-feira (16), a prorrogação da suspensão temporária de voos de e para Caracas até 15 de janeiro.
Segundo um comunicado divulgado pela empresa, eles aguardam que “a pista principal do Aeroporto Internacional de Maiquetía volte a funcionar, incluindo seu sistema de pouso por instrumentos”.
A Copa Airlines, assim como outras companhias aéreas, suspendeu suas operações há duas semanas devido ao aumento da tensão militar entre os Estados Unidos e a Venezuela.
Entretanto, para atender à alta demanda durante uma temporada de férias, a Copa Airlines anunciou que “aumentou a frequência de seus voos entre o Panamá e a cidade de Cúcuta, na Colômbia, que faz fronteira com o estado de Táchira, na Venezuela”.
Em meio às dificuldades entre a Venezuela e os EUA, diversas companhias aéreas estenderam a suspensão de voos para o país desde 21 de novembro, quando a FAA (Administração Federal de Aviação) dos EUA recomendou “extrema cautela” ao sobrevoar a Venezuela e o sul do Caribe devido ao que considera uma “situação perigosa” na região.
A situação se agravou ainda mais em 29 de novembro, quando Donald Trump declarou nas redes sociais que o espaço aéreo venezuelano permaneceria “completamente fechado”.
A companhia aérea espanhola Air Europa também prorrogou a suspensão de seus voos entre Madri e Caracas até 31 de dezembro, juntando-se à Iberia e à Plus Ultra, que já havia anunciado o cancelamento de operações de ou para a Venezuela até a mesma data.
As companhias aéreas internacionais que conectam à Venezuela ao mundo tiveram suas licenças suspensas por ordem do INAC (Instituto Nacional de Aeronáutica Civil da Venezuela).
Enquanto milhares de venezuelanos vivem em ansiedade e incerteza, vendem sua possibilidade de se reunirem com suas famílias para as festas de fim de ano comprometida, apenas as empresas locais Laser, Avior e a estatal Conviasa mantêm seus voos.
Na terça-feira (16), a FAA reiterou seu alerta às companhias aéreas comerciais sobre o “agravamento da situação de segurança”.
“As ameaças podem representar um risco potencial para aeronaves em todas as altitudes, inclusive durante sobrevoos, bem como durante as fases de chegada e partida do voo”, afirma o comunicado, acrescentando que o risco pode se estender a aeroportos e aeronaves em solo na região afetada.
Isso ocorre em meio à extrema tensão no Caribe, com o destaque militar dos EUA, um conflito que foi ainda mais complicado pelo anúncio de Trump na terça-feira de um “bloqueio total” de petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela.
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