Pontes são fechadas em protesto por prisão de brasileiro

Evaristo foi preso, julgado e condenado em três dias na cidade de Cobija, lado boiviano – Foto: cedida/celular

Alexandre Lima

O camioneiro Moises Evaristo de Souza Neto, de 39 anos, se encontra preso no presídio de Villa Bush, localizado a 18 quilômetros da cidade Cobija, capital de Pando/Bolívia, após ser sentenciado a cumprir 30 dias de reclusão, por não ter se envolvido num acidente no lado boliviano.

Segundo foi levantado, Evaristo dirigia uma carreta que transportava brita e passava pela avenida localizada na parte alta da cidade, quando uma mulher (nome não identificado), tentou sair na sua moto que estava estacionada e se assustou, ao ponto de cair sozinha no mesmo local sem tocar na carreta, conforme testemunhas.

O veículo teria sido parado por terceiros alguns metros à frente, onde acusavam o motorista de ter atropelado a mulher gerando uma pequena confusão até a chegada de policiais que, sem entender o que se passava, deteve Moisés e o conduziu para a sede policial.

A ponte Wilson Pinheiro foi fechada na madrugada desta sexta em protesto. – Foto: Alexandre Lima

O episódio teria acontecido na segunda-feira, dia 23, e veio tomando ‘corpo’ até esta quinta-feira, dia 27. Neste período para que tudo fosse resolvido sem maiores problemas, representantes da empresa do caminhão se responsabilizaram em arcar com as despesas de tratamento da boliviana, além de do possível conserto da moto.

Pensando que tudo poderia ser resolvido em tempo hábil, Moisés se viu entrar num problema que não parece ter fim. Sem tomar banho desde sua entrada na delegacia, a esposa vem encontrando problemas em levar comida e até mesmo um colchão, não se sabe se recebeu.

Ponte da Amizade que liga a Bolívia pela cidade de Eptiaciolândia, foi fechada na noite desta quinta.

Amigos e familiares acusam os defensores públicos disponibilizados para o caso, de terem abandonado o brasileiro no meio do processo, para defender a boliviana e passar a cobrar $10.000 dólares americanos para que retirem o processo e soltem Moisés, sem qualquer garantia.

Anteriormente, os familiares da mulher teriam conversado com os amigos e parentes de Moisés e assumido que o brasileiro não tinha culpa e receberam B$1.000 bolivianos para que tudo fosse resolvido e libertassem Moisés.

Nesta quinta, para surpresa de todos, Moisés foi julgado por uma juíza e condenado a cumprir 30 dias no presídio de Villa Bush, com possibilidade de ficar mais meses até pagar a quantia exigida pelos advogados bolivianos.

Revoltados com o descaso das autoridades bolivianas e sem ajuda do consulado brasileiro na Bolívia, amigos e parentes resolveram protestar, fechando as duas pontes que ligam o Brasil à Bolívia, com intuito de chamar atenção das autoridades brasileira para o caso.

Assim que soube dos bloqueios, o delegado da Polícia Civil do Acre, Sérgio Lopes, se deslocou para a cidade de Cobija, na manhã desta sexta-feira (27), para conversar com autoridades daquele país, afim de tentar saber do caso e resolver o impasse, liberando o brasileiro e as duas pontes.

Mais informações a qualquer momento.

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Alexandre Lima