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Policial entra com ação por assédio moral e denuncia falta de interesse da Segurança Pública em manter grupo tático de combate ao crime

Grupo Tático da Polícia Civil durante missão na qual capturaram membros do “Novo Cangaço” que vieram do MT para roubar bancos no Acre/Foto: Cedida
O agente de Polícia Civil Jucelino Oliveira Rodrigues de Queiroz ingressou com ação na Justiça acreana alegando assédio moral por parte da cúpula da Segurança Pública e pedindo reparação legal para o referido dano. O policial, que coordenava o Grupo de Operações Táticas dentro da Polícia Civil, que entre outras coisas desbaratou quadrilhas inteiras e chegou a apreender mais de 115 quilos de drogas em uma única abordagem, denunciou também que o fim do grupo foi um ato deliberado da cúpula da Secretaria de Polícia Civil com aval da Secretaria de Segurança Pública do Acre.
Queiroz denunciou, ainda, uma espécie de guerra de egos por parte de delegados de Polícia Civil que prejudica o trabalho da segurança pública e supostos abusos cometidos contra agentes de polícia.
Em um processo recheado de provas, como conversas de textos e áudios mantidos pelo aplicativo WhatsApp, Queiroz acusa um dos delegados que chegou a ser chefe da sua equipe, Nilton Boscaro, de ameaças e coação para que o Grupo de Operações Táticas da Polícia Civil deixasse de existir.
“Porém, todas as tentativas de orientá-lo sobre a forma como ele tratava a equipe, e ao desgaste que tal atitude estava causando não foram levadas em consideração, pelo contrário, ele continuou coagindo e agora ameaçando a todos de serem apresentados, de forma que todos os nossos esforços empenhados até ali seriam em vão”, diz trecho do dossiê montado pelo policial e anexado em processo judicial.
O policial civil diz no dossiê que para tentar desarticular o grupo de elite da Polícia Civil, Nilton Boscaro chegava a subtilizar o serviço de agentes os colocando para averiguar até roubo de malhadeira do sogro do governador. O agente também afirma que Boscaro se recusava a liberá-los quando outros delegados os solicitavam para que os supostos “delegados adversários” não tivessem sucesso nas operações.
“A equipe estava unida e bem entrosada, treinando e, sempre que possível na ausência do delegado Nilton, participávamos de missões importantes, mas quando ele retornava voltava a subutilizar o grupo colocando-nos para realizar missões de cunho político para tentar se restabelecer dentro da instituição, missões que fugiam à especialização da equipe, isso em detrimento de missões que realmente necessitavam do nosso tipo de conhecimento específico e emprego de pessoal especializado. Deixava inclusive de atender a solicitações de outros delegados que nos solicitavam para missões de alto risco, simplesmente por considerar os delegados como adversários na disputa pessoal para ascender a cargos de chefia dentro da instituição. Confirmando a subutilização do grupo somente quando era conveniente para sua promoção pessoal. As missões iam desde a furto de malhadeira do sogro do governador a golpe de venda de panelas sofrido por um amigo do secretário de Polícia Civil”, diz.
O agente de polícia afirma, ainda, que as perseguições feitas por Boscaro incluiu recolher armas e viaturas que a equipe usava e, posteriormente, separou os membros da equipe, enviando-os a delegacias diferentes.
“Não satisfeito, recolheu as munições, liberadas por ele, as quais estavam destinadas à participação dos policiais Roosewelt e Mendes no VII Curso de Entradas Táticas que foi realizado em Brasília, ministrado por uma das unidades mais conceituadas do país e da América Latina, a Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil do Distrito Federal DOE/PCDF”, conta.
Queiroz denuncia, ainda, que mesmo a equipe tendo treinamento especial todos foram mandados para delegacias de forma aleatória, subtilizando os referidos treinamentos.
“Um fato de que merece destaque é que apenas um dos policiais foi lotado numa das delegacias especializadas, as quais seriam as mais indicadas para a melhor utilização do material humano qualificado que ali estava sendo dispensado. Também, como forma de punição, todas as viaturas em posse dos policiais, mesmo as que estavam cedidas pela Justiça como fiel depositário e com a manutenção às custas do próprio policial, foram recolhidas”, conta ao relatar que o secretário de Policia Civil, Carlos Flávio, tomou partido pela lado dos delegados em detrimento aos agentes.
Queiroz diz, ainda, que por desabafar em um grupo nacional de policiais foi alvo de uma sindicância instaurada pela Secretaria de Polícia Civil.
“Quando a publicação chegou ao conhecimento do secretário Carlos Flávio, a qual mesmo sem haver qualquer palavra ofensiva ou de baixo calão na referida publicação, motivou uma sindicância contra mim apedido do próprio secretário como forma de retaliação. Inclusive utilizaram apenas o primeiro print aqui em destaque, deixando de lado as referências ao comprometimento, à dignidade, ao profissionalismo, à honra, e acima de tudo que estávamos fazendo o que acreditávamos ser o melhor para o bem da Polícia Civil, onde estávamos abrindo mão de vantagens e privilégios em prol de um objetivo maior”, diz.

Equipe durante operação que capturou um estuprador que mantinha uma garota de 13 anos sob cárcere. A missão foi a pedido do MPE e rendeu até um elogio
Operação Visibilidade, jogo político e interesses eleitoreiros
O agente Queiroz afirma também que após o esfacelamento do Grupo Tático da Polícia Civil, os agentes foram obrigados a integrarem a Operação Visibilidade que oficialmente seria desencadeada para reduzir o número de crimes cometidos no Acre, mas que escondia, segundo ele, a intenção velada de promover o então secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, que era pré-candidato a vice na chapa de governador comandada por Marcus Alexandre, PT.
“Entrei para um grupo de policiais voluntários que participariam de operações de reforço no policiamento ostensivo da capital, denominado “Operação Visibilidade”, que tinha como objetivo principal aumentar a sensação de segurança das pessoas até o final de outubro, quando se encerraria o processo eleitoral. Melhorando assim a imagem do candidato ao governo do partido da situação, o qual tem como vice um delegado de Polícia Civil”, diz, a respeito da operação desencadeada no início de 2018.
Queiroz afirma que continuou sendo perseguido e foi retirado da Operação Visibilidade de forma abrupta.
“No dia 16 de agosto de 2018, sem motivo aparente, recebi uma ligação do gabinete do secretário avisando que eu estava fora de um grupo denominado “Operação Visibilidade”, o qual é formado por policiais voluntários que participam do reforço no policiamento ostensivo da capital e que ganham uma ajuda financeira, através de banco de horas para complementar a renda. Ressaltando que, mesmo sendo a área onde sou mais bem preparado tecnicamente por já ter sido policial militar, e ainda possuir vários cursos na área operacional, dentre eles o de operações especiais o qual teve um módulo de patrulha urbana com uma das unidades policiais mais bem preparadas para o combate urbano do mundo, a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), sediada na cidade do Rio de Janeiro, nada disso foi levado em consideração, apenas o ato pessoal do secretário de polícia civil, atropelando os princípios da administração pública”, diz.
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Caveira do Bope-RJ, coronel André Batista faz palestra sobre liderança em Brasileia
O Acre recebe, nesta sexta-feira, 5, o coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro, André Batista, para ministrar a palestra Liderança – Ações sob Pressão, Construindo Tropas de Elite. Integrante do Batalhão de Operações Policias Especiais (Bope) e coautor dos livro Elite da Tropa I e II, que deram origem ao filme Tropa de Elite, o oficial veio ao estado a convite do governo do Acre para participar da edição do programa Desperte a Liderança que Existe em Você, em Brasileia.

Ao desembarcar no aeroporto de Rio Branco, coronel André Batista é recepcionado pelo secretário de governo, Luiz Calixto e o assessor da Sejusp, tenente Nil. Foto: Ascom/Segov
Ao desembarcar no Aeroporto Plácido de Castro, em Rio Branco, André Batista foi recepcionado pelo secretário de Governo, Luiz Calixto, o tenente Nil, assessor do gabinete do Secretário de Estado de Segurança Pública, e por um pelotão do Bope do Acre, que prestou continência e deu as boas-vindas ao oficial, símbolo nacional das operações especiais.
Na ocasião, Batista mencionou suas expectativas em participar do programa. “Será uma palestra sobre liderança, estratégia e tomada de decisão em momentos de alta pressão, temas que marcaram minha trajetória no Bope e que hoje aplico em desenvolvimento de equipes de alto rendimento em todo o país. Vamos falar sobre coragem propósito, disciplina e os pilares que constroem times fortes, preparados e alinhados. Será um encontro intenso, transformador e com espaço para interação”, afirmou.

Pelotão do Bope do Acre prestigia chegada do caveira do Rio de Janeiro em Rio Branco. Foto: Ascom/Segov
Para o secretário Luiz Calixto, a presença do coronel no estado ressalta a importância que o governo dá ao programa que tem como objetivo fortalecer lideranças nos mais diversos segmentos, além de estimular o surgimento de novos líderes. “Receber o coronel André Batista é uma oportunidade única. Ele traz uma bagagem extraordinária sobre liderança, tomada de decisão e preparo emocional. Esse conhecimento agrega muito às nossas equipes e ao público acreano”, destacou.
A palestra com André Batista integra a agenda de capacitações realizadas pelos Estado, por meio da Secretaria de Governo (Segov), com recursos de emendas parlamentares, que nesta edição será realizada nesta sexta-feira em Brasileia, no Centro Cultural Sebastião Dantas, a partir das 18 horas, com entrada gratuita e aberta à população em geral.
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Prefeitura de Rio Branco anuncia parceria com o Governo do Estado para recuperação de Ruas de Rio Branco

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Sebrae promove evento para conectar artesãos acreanos à lojistas do Sudeste e Nordeste

Evento integra o Projeto Comprador e conta com apoio de parceiros
Nos dias 3 e 4 de novembro, o Sebrae realiza o encontro de negócios do Projeto Comprador, com foco em conectar talentos do Acre a novas oportunidades de mercado. O evento acontece no formato B2B (Business to Business) e conecta 14 lojistas do Sudeste e Nordeste diretamente aos artesãos acreanos.
O Projeto Comprador contou com uma fase anterior, de capacitação com duração de quatro meses, beneficiando mais de 100 artesãos de dez municípios acreanos, incluindo representantes das etnias indígenas Puyanawa, Shanenawa, Apuriã, Huni Kuin e Marubo.
De acordo com o analista do Sebrae no Acre, Aldemar Maciel, o projeto contou com uma metodologia específica desenvolvida para os artesãos. “As capacitações consistem na modelagem de negócios, gestão da produção, precificação e comercialização, preparando o artesão para fazer negócios com esses compradores”, explicou.

A líder indígena Eni Shanenawa destacou sua satisfação em participar da iniciativa para que as pessoas conheçam a ancestralidade do Povo Shanenawa. “Agradeço ao Sebrae por esse momento tão importante em que nós estamos aqui, como indígenas, para mostrar os nossos artesanatos. É de grande importância para nós que as pessoas levem nossos produtos para fora do estado, porque a sociedade vai ter esse conhecimento da importância do artesanato indígena e do artesanato acreano”, disse.
Pela primeira vez no Acre, a representante da Loja do Museu de Arte de São Paulo (MASP), Adélia Borges, destacou as belezas da produção acreana. “Essa bioeconomia que a gente vê aqui é uma produção muito linda, cheia de significados culturais. Cada peça que vemos aqui é um trabalho enorme que o artesão faz. Nós somos uma loja em um museu importante e os produtos acreanos fazem um sucesso enorme, principalmente com os estrangeiros”, destacou.

O encontro conta com a parceria da Prefeitura Municipal de Rio Branco, Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (SETE), Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ), Universidade Federal do Acre (Ufac), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a GolLog.







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