A Polícia Civil do Acre tenta identificar o grupo que invadiu a delegacia da cidade de Capixaba, no interior do estado, na quinta-feira (27), para linchar um preso suspeito de matar um casal de idosos. De acordo com o delegado da cidade, Marcos Cabral, os populares podem ser indiciados por homicídio e dano ao patrimônio público.
Uma equipe da Rede Amazônica Acre esteve na delegacia nesta sexta-feira (28) e mostrou a destruição causada pelo grupo.
Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra o momento em que os populares invadiram a delegacia e quebraram a porta da cela do suspeito. Nas imagens, é possível ver muitas pessoas com marretas e pés-de-cabra tentando quebrar a fechadura da cela onde o suspeito estava.
Elison de Souza Santos, de 19 anos, foi retirado de dentro da cela pelos populares e linchado até a morte. Segundo delegado, ele foi morto a golpes de foice e facão.
O delegado da cidade informou que depois de perceber a movimentação de pessoas em frente à delegacia, foi solicitado apoio da Polícia Civil e do Batalhão de Operações Especiais em Rio Branco.
“Durante a permanência do investigado nas dependências da delegacia, aglomerou-se uma multidão na frente do local. Logo que soube da aglomeração, fizemos as medidas emergenciais de solicitar apoio e reforço para fazer a contenção. Contudo, devido à distância da capital até capixaba, não deu tempo para chegarem antes da invasão”, disse o delegado.
A polícia instaurou um inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato e, de acordo com o delegado, as pessoas que participaram diretamente do fato vão ser identificadas e responsabilizadas pelos crimes.
Um casal foi morto a tiros em uma residência na quarta-feira (26), no Ramal Brasil Bolívia, zona rural do município de Capixaba, no interior do Acre. As vítimas foram identificadas como Francisco Oliveira, de 69 anos, e Sebastiana Mendes, de 58.
Uma testemunha que estava com Oliveira momentos antes do crime disse que estavam trabalhando no roçado quando ouviram um disparo de arma de fogo e o idoso foi para casa para ver o que tinha acontecido.
Minutos depois, a testemunha, que não teve o nome revelado, disse que ouviu mais um disparo e correu para avisar aos vizinhos que poderia ter sido com Oliveira. Conforme a polícia, Sebastiana estava dentro de casa, caída e com um tiro no rosto. Já Oliveira estava a cerca de 50 metros da casa, com um tiro no tórax e encoberto de folhas de árvore.