Além dos trabalhadores, o DDT pode ter contaminado também o lençol freático e o solo (Foto: divulgação)
Adaílson Oliveira, da TV Gazeta
Enquanto a Justiça começa a divulgar as primeiras sentenças favoráveis aos ex-guardas da Sucam, por contaminação do DDT – (Dicloro difenil tricloroetano), a Fundação Nacional de Saúde assina termo de cooperação técnica com IFAC – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre para verificar o nível de contaminação do solo de 16 municípios.
A superintendência da Funasa já recebeu a notificação de mais de 500 processos de indenização dos ex-guardas da Sucam. Apesar de algumas sentenças favoráveis a esses trabalhadores, muitos já falecidos, a Funasa ainda não recebeu determinação para cumprimento de sentença.
Os ex-guardas da Sucam alegam que o contato com o DDT, o inseticida usado no combate ao mosquito da malária, trouxe complicações para a saúde, principalmente casos de câncer. A Advocacia Geral da União está fazendo a defesa a fundação, que está recorrendo de todas as decisões.
Segundo a superintendente Renata Silva Souza, são muitos os pedidos de indenização, mas, antes, é preciso analisar quem realmente trabalhou com DDT e foi contaminado por ele.
O DDT foi usado no combate ao mosquito da malária nas décadas de 60, 70 e 80. Os guardas viajavam todo o interior do Estado e aplicavam o inseticida nas casas e quintais. O método usado no passado, sem nenhuma norma de segurança, hoje traz uma série de problemas: além da contaminação dos trabalhadores pode ter atingido também o solo.
Os 16 municípios que serão pesquisados foram os maiores alvos do combate à malária. Na época o inseticida pode ter atingido o lençol freático e contaminado animais que foram passando o DDT para outros seres, principalmente aqueles que faziam parte de uma cadeia alimentar. Ainda não existe um data para o início da pesquisa de solo, mas os dados vão dizer o quanto o DDT afetou a saúde de quem teve contato.
