Gestores e comunidade buscam resposta para alagação
Os moradores culpam uma obra onde fica a entrada de veículos da indústria como a principal responsável pelo alagamento. O local tem dois tubos de concreto, mas são pequenos e não conseguem dar vazão à água que vem em grandes quantidades.
Segundo a comerciante Maria Feitosa, a entrada de veículos virou uma grande barragem. Como a água fica acumulada, ela termina invadindo a vila. A comerciante que, mora há 20 anos no local, mostrou para nossa equipe: móveis, cimento e roupas, tudo perdido. Com medo de ver o prejuízo ampliado, colocou o freezer em cima de troncos de árvore.
“No sábado, tivemos as casas invadidas pelas águas e esse pessoal da Peixes da Amazônia ainda nega que é responsável. É claro que são. Antes isso não acontecia”, reclamou.
Uma baixada que fica entre a rodovia e a vila serve para escorrer a água dos igarapés que ficam próximos à vila.
No sábado, os moradores pediram ajuda à Prefeitura de Senador Guiomard que enviou um trator que retirou o barro onde fica a entrada de veículos da indústria. Só assim a água que estava represada seguiu o curso normal até chegar ao Rio Iquiry.
A direção da Peixes da Amazônia disse que o problema não é a entrada da indústria. No sábado, o igarapé São João encheu tanto que cobriu o ramal e toda a vegetação. Em determinado ponto, um bueiro faz com que o igarapé mude seu curso para o outro lado da estrada, justamente onde ficam a vila e a indústria.
Nesse local, fica a junção dos dois igarapés. A fazenda em frente fica tomada por água. Nessa terça-feira, três dias depois, o proprietário precisa arriscar no meio da lama para chegar em casa.
Para Inácio Moreira, diretor-presidente da Peixes da Amazônia, existe a denúncia de que um fazendeiro fez uma barragem e isso faz a água acumular e alagar as casa da vila. “Montamos uma comissão com vereadores de Senador Guiomard e a prefeitura para buscar respostas quanto a esse problema. Vamos ver se houve alguma mudança no trajeto normal do igarapé”, explicou.
Os moradores continuam colocando a culpa na indústria e ameaçam buscar na Justiça a reparação pelos danos causados. Essa é a segunda vez esse ano que a vila é invadida pela água.
A Peixes da Amazônia quer descobrir onde está o problema e resolver o mais rápido possível para evitar mais transtornos. Novos bueiros serão colocados para evitar que o local se torne uma barragem e que garanta a entrada dos veículos para a indústria que vende semanalmente uma carreta de peixe para o Peru.
ADAÍLSON OLIVEIRA (FOTO: TV GAZETA)