Daniel se dedicou no tratamento de seu filho e reclama do descaso por parte do Estado pelo TFD – Foto: Alexandre Lima
Alexandre Lima, de Brasiléia/Acre
A saúde de primeiro mundo que tanto pregava o governo do PT no Acre nos últimos anos, se pode dizer que é uma farsa em quase todos os municípios do Estado e que está quebrando barreiras por parte da atual da Secretaria de Saúde que controla o Tratamento Fora do Estado.
As reclamações tem de todas as formas e vem aumentando, uma vez que famílias estão tendo que ir para o estado vizinho de Rondônia passar meses realizando o tratamento de radioterapia em Porto Velho (Capital), pelo fato do único aparelho estar quebrado e não tem data para voltar a funcionar.
O desabafo é de um pai, Daniel Jinkings de Melo (48), professor da rede estadual, que descobriu no início deste ano, quando teve que levar às pressas seu filho Daemerson Oliveira Jinkings de Melo (24), em coma para Rio Branco sob suspeita de meningite, e descobrir que seu ente estava com um tumor no cérebro.
Daemerson já é pai de duas filhas gêmeas e sonha em cursar direito para ser juiz. Sua agonia aumentou quando soube que teria que ir para Porto Velho fazer o tratamento de radioterapia por quase três meses.
Após conseguir as passagens aéreas, soube que ao desembarcar do avião, tudo seria por sua conta e assim foi. Daniel teve que acompanhar seu filho até a semana passada, ao retornar para Brasiléia e já tem data marcada para voltar.
“Fui discriminado em Porto Velho quando uma pessoa disse: Vocês não tem saúde de primeiro mundo? O que está fazendo aqui? Mas tive que aguentar por meu filho e o pessoal do TFD daqui nunca disseram que teria uma ajuda de custo”, disse o pai.
Daemerson (d), sonha em se formar em direito e ser juiz após se curar do tumor em sua cabeça – Foto: Alexandre lima
Daniel comentou que irá procurar a justiça para ser ressarcido dos pouco mais de R$ 4 mil reais que gastou. Irá levar o caso ao Ministério Público do Estado, “já que tiveram força para parar o Telexfree no Brasil, por que não tem força para obrigar o Governo do Acre a concertar uma máquina?”, desabafou.
Seu filho apresenta uma grande cicatriz no lado esquerdo do pescoço por onde teve introduzido uma sonda, além de passar o quase o dia todo deitado no sofá, ou na cama, devido um cansaço constante. Em Rondônia, ficou quase todo o tempo deitado sem ver a luz do dia, e ainda não sabe que tipo de tumor tem em sua cabeça.
Com o ganho de pouco mais de R$ 2000 reais como professor, Daniel que ainda está tentando reconstruir sua casa, quer que as autoridades intercedam nesses casos, pois é muito sofrimento para famílias que não tem condições de pagar esse tratamento.
O pai estará indo à Capital para ver o motivo que ainda não deram o retorno e saber se seu filho vai voltar na data marcada e continuar o tratamento. Daemerson só quer voltar a ter uma vida normal e voltar a estudar.
Com o avô, as netas gêmeas Ágata e Ayla, de um ano e meio, são apenas observadas pelo pai acamado – Foto: Alexandre Lima
