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Padrasto conta como menina de 11 anos matou a mãe: ‘Emboscada’

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Mulher foi morta na quinta (27), em Vila Velha; criança confessou ter matado mãe a facadas com ajuda do namorado, de 14 anos

‘É uma criança de apenas 11 anos de idade. Conversando com ela, chega a dar uma dor’, disse o delegado responsável pelo caso
FOLHA VITÓRIA

O caso da menina de apenas 11 anos que matou a própria mãe com a ajuda do namorado, de 14 anos, em Vila Velha, no Espírito Santo, teve novos esclarecimentos por parte do padrasto da garota, também vítima de agressões.

Segundo o padrasto, pouco após a morte, que ocorreu quando ele chegava do trabalho, na noite desta quinta-feira (27), ele seguiu pelo corredor de casa sem, até então, ver ninguém.

“Olhei para a esquerda, e estava minha enteada; quando olhei para ela, o rapaz começou a me dar pauladas com um taco de beisebol. E aí ela veio para cima com faca e garrafa”, disse.

“A primeira pancada foi muito forte e eu quase caí. Se eu caísse, tenho certeza que iriam me matar. Consegui chegar ao portão para pedir socorro, chegou muita gente, e o povo, a princípio, não entendeu, achou que eu que tinha cometido o crime, não ia achar que foram as crianças. Então os vizinhos começaram a dizer que iriam me matar”, continuou.

Segundo o delegado encarregado das investigações sobre o caso, Marcelo Nolasco, a filha da mulher morta tem apenas traços infantis, o que choca ainda mais.

“É uma criança de apenas 11 anos de idade. Conversando com ela, chega a dar uma dor, ela é uma criança com vozinha fina, uma menininha, não é uma adolescente com aparência de mulher”, disse.

‘Ela, pelo visto, orquestrou a morte da mãe’, disse o delegado
Folha Vitória

“Ela, pelo visto, orquestrou a morte da mãe, planejou com o namorado. Eles chamaram a mãe, fizeram uma emboscada e a mataram a facadas. Um garoto de apenas 14 e ela de apenas 11”, disse a autoridade policial.

Vizinhos queriam linchar padrasto

O padrasto havia chegado do trabalho depois da morte da esposa e contou que correu e desceu as escadas da casa, que fica no 2º andar, e seguiu até o portão de acesso à rua. Do lado de fora, vizinhos queriam agredi-lo, achando que ele tinha matado a esposa.

“A menina gritava alto: ‘Você matou a minha mãe! Você matou a minha mãe’. Fiquei com medo de as pessoas me lincharem. E eu não podia subir a escada porque os dois estavam lá e não deixavam”, contou o padrasto.

Segundo explicação de Nolasco, infelizmente é um padrão a violência do homem contra a mulher, então era esperado que esse fosse o pensamento inicial. “Nesse caso, morreu uma mulher, mas foi totalmente fora do padrão, sendo ainda mais assustadora a história. Ele alega que a mãe não aceitava o namoro, e estavam namorando havia 2 meses e meio”, afirmou.

Segundo a autoridade, a criança não aceitava o fato de a mãe reclamar de coisas absolutamente banais, como mandar lavar o copo, escovar os dentes, arrumar a cama e outras atividades que são normalmente cobradas de uma criança.

Menina disse em diário que mataria a mãe

A menina de 11 anos que confessou ter matado a própria mãe com a ajuda do namorado, de 14 anos, registrou em um diário a ideia do assassinato. Em uma das páginas, ela escreveu que mataria os pais para poder ficar com o namorado.

Na quarta-feira (26), a garota deixou um registro no diário que dizia: “Eu estou completamente apaixonada por um garoto. A gente vai matar meus pais para ficar juntinhos”.

Padrasto diz que tratava a menina como filha

O homem, também vítima, contou que, apesar do pouco tempo em que estava com a mãe da menina, pouco mais de dois anos, tratava a menina como filha.

“A gente estava junto e eu a criei como uma filha. Estou destruído por dentro. Isso que vocês estão vendo por fora não é nada. Meu coração está destruído e vai demorar para sarar”, afirmou a vítima.

A Polícia Militar chegou pouco depois do ocorrido. Feridos, o padrasto e o menino foram encaminhados ao Hospital Estadual Antonio Bezerra de Faria. Já a menina foi levada pelo Conselho Tutelar para a casa dos avós maternos.

Investigadores da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa foram até o hospital, e o garoto acabou confessando o ato. Após o atendimento, ele foi conduzido para a delegacia, onde prestou depoimento.

Namorado da criança responderá por ato análogo ao homicídio qualificado por motivo fútil e com traição
FOLHA VITÓRIA

Menina foi levada pelo Conselho Tutelar para a casa dos avós maternos
FOLHA VITÓRIA

Em depoimento, o garoto disse o que teria motivado o assassinato: a namorada teria sido abusada pelo pai quando era mais nova e queixava-se de que a mãe pegava no pé com relação a algumas tarefas do dia a dia.

O padrasto afirma que a companheira era uma mãe zelosa. Disse ainda que a enteada não tinha o pai presente e que desde que começou a se relacionar com a mãe dela, há mais de dois anos, tratava a menina como uma filha.

A menina também foi conduzida para a delegacia. Familiares, porém, não compareceram. Por volta das 10 horas desta sexta-feira (28), ela foi levada para o Conselho Tutelar. O delegado explica que, por causa da idade, ela não vai responder pela morte da mãe.

“Não existe hipótese legal de apreensão de criança, mesmo que cometa crime bárbaro, como foi esse caso. O adolescente ainda é de alguma forma culpável, na forma do estatuto da criança e do adolescente. Ele foi autuado em flagrante por ato infracional assemelhado ao crime de homicídio e será encaminhado ao Iases. Quanto à criança, o procedimento será junto à Vara da Infância e do Conselho Tutelar”, finalizou.

O namorado da criança responderá por ato análogo ao homicídio qualificado por motivo fútil e com traição, emboscada ou recurso que dificulte ou impossibilite a defesa da vítima.

 

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‘Eles são a minha vida’: a luta de uma mãe solo indígena do Acre para conciliar família e a carreira acadêmica

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Alessandra Manchinery se tornou doutora em geografia em abril deste ano e diz que não teria alcançado as conquistas acadêmicas sem o amor dos filhos. Ela enfrentou racismo e dificuldades logísticas, mas também contou com uma rede de apoio

Estudante, mãe e doutora: os papeis que definem Alessandra Manchinery. Foto: Arquivo pessoal/Reprodução/Rede Amazônica Acre

Em 1998, uma jovem indígena do Acre, de 14 anos, decidiu que iria lutar pelo seu direito a educação. Foi então que Alessandra Manchinery saiu da capital do estado, Rio Branco, rumo a Brasília. Entretanto, foi aí que ela começou a precisar demonstrar a resiliência que se tornaria uma de suas principais características.

Isto porque, ao tentar estudar no Distrito Federal, ela não conseguiu ingressar em uma instituição, por conta de uma pendência de documentos.

Ela possuía apenas o Registro Administrativo de Nascimento de Indígena (Rani), e precisou voltar a Rio Branco para solicitar o registro civil. E foi em seu estado de origem que ela seguiu em busca de formação.

“Eu comecei a passar preconceito, racismo na cidade de Rio Branco, [ouvia] que o indígena não pode estar na mesma localidade, no mesmo espaço que os não indígenas. Então houve todo esse processo pragmático de racismo durante o meu proc

Alessandra Manchinery é doutora em geografia e mãe de Yomako, de nove anos, e Himiri, de cinco. Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Carreira e maternidade

Alessandra se formou bacharel em geografia pela Universidade Federal do Acre (Ufac) em 2014, se tornou mestre na área em 2019, pela Universidade Federal de Rondônia (Unir), onde também conquistou o doutorado, no mesmo campo de pesquisa, em abril deste ano.

Durante a trajetória de luta pela formação acadêmica, Alessandra também se tornou mãe. Foi aí que contou com uma rede de apoio em sua missão mais importante: cuidar dos filhos. As duas crianças, Yomako e Himiri, de 9 e 5 anos, respectivamente, se tornaram as conquistas mais celebradas pela mãe.

“Foi bem pesado, porque ser mãe naquele momento era quase impossível. Estudar, trabalhar, fazer os trabalhos de sala de aula, então praticamente ou eu tinha que deixá-la na creche, porque ela ficava na creche, e aí nossa aula era o dia todo, quando chegava, 9h ou 10h, eu saía correndo. E eu tinha a ajuda de uns colegas, que buscavam [a filha]. Então foi assim o processo que eu consegui finalizar”, falou.

Filhos demonstram gratidão por Alessandra Manchinery. Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

‘Eles são minha vida’

Ela ressalta que embora o doutorado tenha representado uma importante conquista acadêmica, os filhos são sua maior prioridade. Ela brinca que o doutorado surgiu como seu terceiro filho, além de também ser um ritual simbólico, que ratifica sua posição como acadêmica e pesquisadora.

Por outro lado, mesmo com todo esforço necessário para criar duas crianças enquanto construía uma vida acadêmica sólida, ela considera que o amor dos filhos serviu de força para continuar, e que não teria conseguido se tornar a profissional que é sem eles.

“Então eles são, vamos dizer, a minha vida, meu braço esquerdo e meu braço direito. Então sem eles, eu considero que eu não tinha finalizado até a pesquisa do doutorado”, avalia.

E, claro, o carinho é retribuído para os filhos. “Feliz das mães, eu desejo muita sorte para a minha mãe, eu amo a minha mãe”, diz Yomako. “Eu amo a minha mãe, ela dá tudo para a gente”, completa Himiri.

Alessandra Manchinery é doutora em geografia e mãe de Yomako, de nove anos, e Himiri, de cinco. Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

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A força de dona “Raimundinha” – Mãe, cuidadora e exemplo de amor incondicional; aos 70 anos, idosa cuida de três filhos especiais

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Neste Dia das Mães, sua história nos lembra que ser mãe vai além da biologia. É resistência, é cuidado, é um tipo de amor que floresce mesmo quando tudo ao redor parece secar

Dell Pinheiro, do Notícias da Hora

Neste Dia das Mães, celebrado neste domingo, 11, a história de Raimunda Barroso da Silva, de 70 anos, carinhosamente chamada de “Raimundinha”, nos lembra que o verdadeiro significado da maternidade está na entrega diária, na luta silenciosa e no amor que resiste ao tempo e à adversidade.

Moradora do bairro Sobral, em Rio Branco, Dona Raimundinha é mãe de três filhos com deficiência: Silvando (48), Simone (42) e Vanuza (32). Desde 2006, eles frequentam a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Rio Branco, onde encontraram acolhimento, educação especial e um espaço de convivência.

Mas é no lar simples e alugado onde vivem, na Baixada da Sobral, que ‘mora’ a história mais comovente — a de uma mãe que nunca deixou de acolher os seus. Além dos filhos, Raimundinha também cuida do marido cadeirante, que perdeu as duas pernas em decorrência de complicações causadas pela Covid-19 e agravadas pela diabetes.

Com apenas dois benefícios do BPC (Benefício de Prestação Continuada) para sobreviver, a família enfrenta diariamente os desafios impostos pela pobreza e pela falta de acesso a direitos básicos.

“Eles levam sacola, levam vasilha… o que sobra do lanche a gente coloca e manda para eles. Bolacha, sobra de comida… E como são só adultos em casa, a necessidade vai apertando. A gente ajuda com cestas básicas sempre que pode. É o presente que mais os deixa felizes: uma cesta básica”, conta a assistente social Fabíola Freitas, da APAE de Rio Branco.

Dona Raimundinha, que participou ao lado dos filhos de uma homenagem feita para as mães na instituição de ensino especial na sexta-feira, 9, é descrita por toda a equipe da APAE como exemplo de força e resiliência. Mesmo diante das dificuldades, nunca deixou de estar presente nas atividades dos filhos, sendo presença constante e motivadora ao longo dos quase 20 anos de vínculo com a instituição.

“Ela é uma mãe que emociona a todos nós. Cuida dos filhos com muito carinho, está sempre disposta, nunca reclama. Mesmo com as dores, mesmo com as privações. É referência para todas as outras mães que passam pela APAE”, diz Fabíola.

A família ainda luta para conseguir novos benefícios que ajudem a aliviar a carga financeira. Um dos filhos ainda não teve o direito ao BPC concedido e aguarda decisão judicial. A realidade, no entanto, não tira a dignidade de Raimundinha, que continua sendo alicerce da casa, mesmo com saúde frágil e idade avançada.

Neste Dia das Mães, sua história nos lembra que ser mãe vai além da biologia. É resistência, é cuidado, é um tipo de amor que floresce mesmo quando tudo ao redor parece secar. Raimundinha é o retrato vivo de milhares de mulheres brasileiras que enfrentam a exclusão social com coragem, fé e afeto.
Se há um presente simbólico para homenageá-la, que seja o reconhecimento. E o desejo de que ela, e tantas outras mães, recebam o cuidado e o apoio que tanto merecem, e que oferecem todos os dias sem pedir nada em troca.

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Com determinação e liderança, mulheres na Segurança Pública equilibram atividade operacional e maternidade

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O amor de mãe se estende ao trabalho onde ela atua diretamente com jovens e crianças, no projeto ‘Acre Pela Vida’, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre( Sejusp)

Em uma profissão marcada por desafios constantes, as mães que atuam na linha de frente como profissionais de segurança são exemplos de inspiração. Essas mulheres representam não apenas suas respectivas áreas, mas também um símbolo de força, coragem e determinação que inspiram a todos ao seu redor.

Com o lema de ‘Vidas alheias e riquezas salvar’, major Francisca Fragoso dos Santos, iniciou sua carreira como bombeira militar aos 18 anos, na primeira turma de mulheres do Corpo de Bombeiros Militar (CBMAC), e desde muito nova se destacou por sua bravura e comprometimento. Hoje Francisca carrega no ventre uma das missões mais importantes da sua vida, sendo berço do amor e da vida, grávida de 7 meses do seu primeiro filho.

Ela que antes admirava as outras mães companheiras de profissão, hoje também é motivo de orgulho, por sua força e dedicação com o profissional e pessoal. “Eu sempre me inspirei nas mamães bombeiras militares, me perguntando se um dia eu ia conseguir ser como elas, sabe? Poder estar na missão de vidas alheias e riquezas salvar e também de ser mãe”, contou.

A gravidez não foi um empecilho quando se trata de trabalho, a futura mamãe continua trabalhando. “A gravidez graças a Deus não me impediu de continuar minhas atividades como oficial do Corpo de Bombeiros”, disse.

Conciliar o trabalho com a maternidade não é uma tarefa fácil, mas isso a sargento Francisca de Fátima faz com maestria, para construir um futuro de segurança e paz não só para seu filho, Jeremias de 7 anos, mas também para as próximas gerações.

O amor de mãe se estende ao trabalho onde ela atua diretamente com jovens e crianças, no projeto ‘Acre Pela Vida’, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre( Sejusp). Ela conta que ser mãe lhe trouxe muito mais sensibilidade e empatia. “Meu trabalho no ‘Acre Pela Vida’, um projeto da Sejusp focado em construir uma cultura de paz e resgatar jovens em situação de vulnerabilidade, ganha um significado ainda maior. Sinto que, ao contribuir para um futuro mais seguro e promissor para esses jovens, estou também construindo um caminho melhor para meu próprio filho e isso me traz uma grande realização,” disse.

Conhecida por sua força e sendo inspiração para outras mães, a  policial penal, Maria Willianete Josias da Silva divide a maternidade com o papel crucial na reintegração social e na gestão de unidades prisionais. Nascida em uma família de militares, ingressou na polícia para dar melhores condições de vida aos filhos. “Não é fácil a jornada de mãe e a gente quer dar o nosso melhor sempre no profissional e em casa também, apesar dos filhos adultos, eu sempre me preocupo se estão em casa, se comeram, se estão bem, por muitas vezes é difícil, mas gente consegue conciliar tudo”, destacou.

As fardas podem até ser diferentes mais o amor que essas mães carregam no coração por seus filhos é o mesmo. Que esse Dia das Mães seja especial não apenas para major Fragoso, sargento Fátima, policial penal Maria Willianete, mas para todas as mães que atuam na segurança pública do Estado do Acre.

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