O Ministério Público de Rondônia (MPRO) deflagrou nesta quarta-feira (12) a Operação Godos, considerada uma das maiores já realizadas no estado, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em extorsão, invasões de terras, lavagem de dinheiro, homicídios e crimes ambientais.
Coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a ofensiva contou com o apoio de promotorias de sete municípios e mobilizou mais de 500 agentes públicos. As ações ocorreram simultaneamente em Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará, com 50 mandados de prisão temporária e 120 de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara de Garantias de Porto Velho.
Em Rondônia, as diligências se concentraram em cidades como Porto Velho, Ji-Paraná, Nova Mamoré, Cacoal e Rolim de Moura. Segundo o MP, o grupo atuava desde 2022 na zona rural da capital, especialmente em Nova Mutum Paraná, onde impunha um regime de terror a produtores rurais. Sob ameaças armadas, as vítimas eram obrigadas a transferir propriedades para integrantes da quadrilha, que utilizavam contratos falsos para dar aparência de legalidade aos negócios.
As investigações apontam que, após tomar posse das áreas, os criminosos exploravam recursos naturais de forma ilegal e revendiam os terrenos, lavando o dinheiro por meio de “laranjas” e empresas de fachada. Entre 2020 e 2025, o esquema teria movimentado mais de R$ 110 milhões.
A Justiça determinou o bloqueio e sequestro de R$ 2,05 bilhões em bens, valor correspondente aos danos materiais e ambientais causados pela quadrilha. O grupo é acusado de devastar cerca de 25 mil hectares de floresta, o equivalente a 35 mil campos de futebol.
A operação teve apoio das Polícias Militar e Civil, Politec, Corpo de Bombeiros, Sedam, DER, Sesdec, FTICCO, além do Gaeco do Mato Grosso e das Polícias Civis do Amazonas e do Pará.
Em nota, o MPRO destacou que a Operação Godos representa um marco no combate ao crime organizado e na proteção do patrimônio público e ambiental em Rondônia.