Agentes protestam e culpam o Estado por falência do sistema penitenciário.
Kellyton Lindoso
Nesta terça-feira (25), agentes penitenciários resolveram realizar um ato de protesto na região central de Rio Branco.
Os manifestantes passaram pela avenida Ceará e fizeram uma oração em memória a um agente penitenciário morto em serviço. Logo após, eles seguiram para a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), onde levaram cartazes e exigiram a presença dos parlamentares.
A categoria, que se denomina como os “braços da justiça e as mãos que protegem herói anônimo e guardião da sociedade acreana”, afirma que está sendo vítima de manobras do governo e que a situação dos agentes – e das unidades prisionais – está cada vez pior.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado do Acre (Sindap-AC), Adriano Marques, o ato foi realizado apenas com servidores que estão de folga.
“É um ato para exigirmos melhores condições de trabalho e remuneração digna. Hoje, o sistema penitenciário do Acre está caótico e falido por falta de investimentos mínimos e obrigatórios”.
Adriano fala das dificuldades enfrentadas pela categoria. As reivindicações vão desde o uso de armas de fogo até a realização de escoltas e tratamento dado aos presos. Tudo amparado por lei, informa Adriano. Ele afirma que as dificuldades não se resumem à parte estrutural das unidades prisionais.
“Não possuímos bloqueador de telefone celular, scanner corporal, entre outros equipamentos, para que a segurança das unidades prisionais seja reforçada”.
O presidente do Sindicato informa que no período noturno, no setor de presos sentenciados, uma média de 8 a 10 servidores precisam, segundo ele, “se desdobrar” para conter de 1500 a 1700 presos. Ele afirma que esse será apenas um, de vários atos que se seguirão.
“Hoje, começou um de vários atos por melhores condições. É um manifesto contínuo e progressivo”.
Adriano também fala do descaso do governo para com a categoria, já que investimentos não são realizados e que estes não usufruem nem daquilo que a lei garante.
“O governo quer subestimar os agentes penitenciários. Só que nós já estamos acostumados a lidar com bandidos. Hoje, tem um assessor do governo que conhece o sistema penitenciário na teoria e na prática; eu poderia chamar ele, aqui e agora, pra falar como ele foi tratado quando esteve preso”.