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O desespero de Marina Silva
Sem condições de participar dos debates eleitorais, por conta da saída de dois parlamentares da Rede, a candidata ao Planalto corre contra o relógio para reforçar a bancada

SEM VOZ A Rede, de Marina Silva, que já conta com pouca estrutura, terá dificuldade para verbalizar suas propostas na TV (Crédito: Andre Penner)
Tábata Viapiana - IstoE
A campanha presidencial ainda engatinha, mas a pré-candidata da Rede, a ex-senadora Marina Silva, já enfrenta uma série de intempéries na tentativa de viabilizar uma candidatura competitiva. Além do pouco tempo de propaganda no rádio e na televisão, estrutura partidária frágil e menos recursos para financiar a campanha (a Rede deve receber cerca de R$ 10,7 milhões do fundo eleitoral – é apenas o 22º valor entre os 35 partidos registrados no TSE), Marina Silva agora tem outra barreira para superar: a iminente desfiliação de dois deputados federais da Rede, Alessandro Molon (RJ) e Aliel Machado (PR), o que irá deixá-la de fora dos debates eleitorais na TV.
De acordo com a nova regra aprovada no ano passado pelo Congresso durante a reforma eleitoral, o partido precisa ter ao menos cinco parlamentares para garantir a presença nos debates. Sem Molon e Aliel, a Rede ficaria com apenas três representantes: os deputados Miro Teixeira (RJ) e João Derly (RS) e o senador Randolfe Rodrigues (AP). Em entrevista ao jornal El País, Marina até tentou abafar os aspectos capazes de prejudicar sua candidatura. “Essa história de partido grande e partido pequeno, precisamos aprofundar melhor esse debate. Olha a situação em que está o Brasil. Quem foi que levou o Brasil a essa situação? Os partidos grandes! Logo, o tamanho do partido e da bancada não é sinônimo de bom governo, de boa gestão pública, ou de bom serviço prestado ao cidadão”, afirmou. Marina pode até tentar minimizar, mas o problema é concreto: sem capacidade de estrutura de campanha e sem participar dos debates, como Marina venderá suas ideias ao eleitor?
Puxadinho do PT
O destino de Molon e Aliel será o PSB. Eles foram convidados pelo presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira. Há meses, a relação de Molon com Marina Silva estava desgastada. Na avaliação da presidenciável, o perfil agressivo de Molon estaria ampliando a rejeição à Rede entre setores da classe média. Marina concluiu que essa faixa do eleitorado passou a identificar o partido como uma espécie de “puxadinho do PT”, o que acabou por respingar em sua imagem e, consequentemente, na candidatura à Presidência. Um dos fatores que levaram os eleitores a vincular a Rede ao PT seria, justamente, a atuação parlamentar de Molon, que foi filiado ao partido de Lula por 18 anos e só saiu em setembro de 2015. Agora, Marina busca parlamentares de perfil mais moderado para alavancar a popularidade da Rede e, assim, conseguir se consolidar como uma candidata forte ao Palácio do Planalto.
“O povo é maior que a montanha de dinheiro, o tempo de TV e o marqueteiro” Marina Silva, pré-candidata da Rede a Presidência da República
Com a inevitável desfiliação de Molon e Aliel, Marina deu início a uma verdadeira corrida contra o tempo para angariar mais parlamentares para o partido. Pelo menos dois políticos já têm conversas avançadas com a legenda. Se conseguir convencê-los, Marina garantirá a presença nos debates. Caso não obtenha sucesso, a Rede ficará de fora dos embates na televisão, que seriam uma grande oportunidade para Marina expor seu programa de governo, já que terá poucos segundos na propaganda eleitoral gratuita. Não à toa, a própria Marina tem conduzido reuniões com parlamentares para conseguir novas filiações.
As baixas na Rede acontecem justamente no momento em que a candidatura de Marina Silva apresentava melhores condições para decolar. Com a saída de Lula da disputa, em razão da condenação a 12 anos e um mês de prisão em segunda instância na Lava Jato, as pesquisas apontam a ex-senadora como principal herdeira dos votos do petista. Sem o ex-presidente no páreo, Marina alcançaria 16% das intenções de voto e ficaria muito perto de uma vaga no segundo turno. Com Lula na corrida presidencial, o índice dela cai para 9%. Mas, para aproveitar o cenário favorável e não morrer na praia mais uma vez em uma disputa presidencial, Marina precisa de apoios e alianças. A pré-candidata aposta em sua trajetória de vida para conquistar o eleitorado. Até agora, no entanto, a estratégia se revelou insuficiente na hora de alçar voos mais altos.
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Bolsonaro passará por perícia médica na próxima quarta-feira

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro passará por uma perícia médica na próxima quarta-feira (17). A data foi agendada pela Polícia Federal (PF) após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A perícia será realizada por peritos da PF na sede do Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília.
O procedimento foi determinado pelo ministro, que vai decidir se autoriza Bolsonaro a deixar a prisão para realizar uma cirurgia recomendada pelos médicos particulares.
Na mesma decisão, Moraes determinou que o exame de ultrassom realizado neste domingo (14) por Bolsonaro seja enviado aos peritos. O exame confirmou diagnóstico de hérnia inguinal. O procedimento foi feito com um equipamento portátil e autorizado por Moraes.
Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.
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Mais de 900 instrutores estão credenciados para emissão da nova CNH no Acre

O Acre já possui 910 instrutores de trânsito credenciados para atuar no processo de emissão da nova Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Os dados são do Ministério dos Transportes, do Governo Federal, e foram consultados nesta segunda-feira (15). A maior concentração desses profissionais está na capital, Rio Branco, seguida por Cruzeiro do Sul, principal polo regional do interior do estado.
Os instrutores credenciados desempenham papel fundamental na implementação da nova CNH, sendo responsáveis pela formação, orientação e avaliação dos candidatos, além de garantir que o processo siga os critérios técnicos e pedagógicos exigidos pela legislação de trânsito. A presença desses profissionais habilitados é considerada estratégica para assegurar qualidade, segurança e padronização na formação de novos condutores.
Distribuição dos instrutores por município:
• Rio Branco – 531
• Cruzeiro do Sul – 138
• Senador Guiomard – 36
• Epitaciolândia – 23
• Tarauacá – 21
• Sena Madureira – 20
• Brasiléia – 20
• Feijó – 18
• Acrelândia – 14
• Porto Acre – 13
• Xapuri – 12
• Plácido de Castro – 12
• Mâncio Lima – 12
• Capixaba – 8
• Rodrigues Alves – 8
• Bujari – 7
• Assis Brasil – 6
• Marechal Thaumaturgo – 5
• Manoel Urbano – 2
• Jordão – 2
• Porto Walter – 1
• Santa Rosa do Purus – 1
Adesão ao aplicativo CNH do Brasil no Acre
Desde o lançamento do programa, na terça-feira (9), até a quinta-feira (11), o aplicativo CNH do Brasil já havia alcançado 7,4 milhões de usuários em todo o país. No Acre, o número chegou a 1.590 usuários, indicando adesão inicial ao sistema digital que integra serviços e informações sobre a nova CNH.
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Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 5

A Caixa Econômica Federal paga nessa segunda-feira (15) a parcela de dezembro do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 5.

O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 691,37. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do Governo Federal alcançará 18,7 milhões de famílias, com gasto de R$ 12,74 bilhões
Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até 6 meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a gestantes e nutrizes (mães que amamentam), um de R$ 50 a cada filho de 7 a 18 anos de idade e outro, de R$ 150, a cada criança de até 6 anos.
No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. No entanto, por causa das festas de fim de ano, o calendário de dezembro é antecipado em cerca de dez dias, para dar tempo de os benefícios serem depositados antes do Natal.
O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.
Pagamento unificado
Os beneficiários de 179 cidades receberam o pagamento no dia 10 de dezembro, independentemente do NIS. A medida beneficiou os moradores de 120 municípios do Rio Grande do Norte e 32 do Paraná. Também foram beneficiadas cidades em cinco estados: Sergipe (9), São Paulo (7), Roraima (6), Amazonas (3) e Piauí (2). Entre as cidades paranaenses com pagamento unificado, está Rio Bonito do Iguaçu, que teve 90% das construções destruídas por um tornado.
Essas localidades foram afetadas por chuvas ou por estiagens ou têm povos indígenas em situação de vulnerabilidade. A lista dos municípios com pagamento antecipado está disponível na página do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.
Desde o ano passado, os beneficiários do Bolsa Família não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família (PBF). O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).
Regra de proteção
Cerca de 2,33 milhões de famílias estão na regra de proteção em dezembro. Essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo.
Somente neste mês, 169,9 mil domicílios saíram do Bolsa Família e entraram na regra de proteção, informou o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Em junho, o tempo de permanência na regra de proteção foi reduzido de dois para um ano. No entanto, a mudança só abrange as famílias que entraram na fase de transição desde junho. Quem se enquadrou na regra até maio deste ano continuará a receber metade do benefício por 2 ano.

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