Por Lidson Almeida
O número de chamados para o Serviço Móvel de Urgência (Samu) no Acre aumentou mais de 60% desde de o início da pandemia no estado, segundo dados da coordenação do órgão.
Em janeiro e fevereiro deste ano foram de 3,3 mil e 3,5 mil chamados, respectivamente. A partir de março, mês em que foram registrados os primeiros casos de Covid-19 no estado e decretada quarentena, os chamados começaram a apresentar um aumento e chegaram a quase 4 mil.
Em abril o número de atendimentos foi de 3,9 mil e em maio, quando os registros de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus no Acre aumentaram de forma significativa, foram quase 5,5 mil atendimentos feitos pelo Samu.
O coordenador do Samu, Pedro Pascoal, afirmou que não foram só os números de chamados de urgências que mudaram, mas também o perfil dos atendimentos em função do novo coronavírus.
“Tentando minimizar a propagação, a parte administrativa do Samu diminuiu seu horário de expediente. Quanto à Central de Regulação, que é um serviço que funciona 24h, nós não conseguimos fazer uma adaptação, os médicos continuam na central regulando e triando as ocorrências. Identificada a emergência, a ambulância é enviada de imediato e quando não identificada é feita orientação”, afirmou o coordenador.
Como uma forma de diminuir ainda mais os riscos de contaminação, o coordenador disse que o condutor da ambulância fica em local isolado do veículo e só tem contato com paciente em caso de urgência.
“Nas ambulâncias fizemos o isolamento do condutor, que é um profissional de saúde a menos exposto ao risco de infecção. O paciente é assistido pelo técnico de enfermagem no baú da viatura, é feito todo acompanhamento do local da ocorrência até o destino”, disse Pascoal.
O estado possui, pelo menos, quatro ambulâncias de UTI de suporte avançado, específicas para atendimento de pacientes graves de Covid-19. Para o atendimento a esse tipo de paciente, os profissionais precisam estar munidos dos equipamentos de proteção, sendo que a maioria foi produzido por alunos de enfermagem e medicina da Ufac.
As ambulâncias também estão equipadas com uma cápsula de transporte que é usada nos pacientes suspeitos ou confirmados com Covid-19. O objetivo é garantir a segurança do paciente e dos profissionais, evitando assim a disseminação do vírus.
O médico Felipe Cabau é um dos profissionais de saúde que atendem em unidades móveis em Rio Branco. Ele explicou como é a composição e o funcionamento de uma ambulância do Samu em caso de transporte de pacientes graves de Covid-19.
“É uma ambulância que vai toda equipe médica para transportar e fazer atendimento dos pacientes que sabemos que é Covid-19 positivo. É uma ambulância toda plastificada para facilitar na limpeza e nós temos aparato de suporte avançado que não temos nas de suporte básico. Temos respirador, monitor cardíaco que tem multifunção, cápsula de transporte”, explicou o médico.