Nos seis primeiros meses do ano, bombeiros do Acre já fizeram 12 partos: ‘ajuda importante’

Por ano, equipes costumam realizar de 20 a 30 partos nas cidades acreanas.

Anaely Abreu ficou com medo de ir pro hospital e teve o filho em casa com ajuda dos bombeiros — Foto: Arquivo Pessoal

G1 - Acre

A mãe de primeira viagem Anaely Abreu, de 20 anos, não imaginava que o filho nasceria dentro de casa. Com medo de ir até o hospital e se infectar com o novo corovanírus, Anaely entrou em trabalho de parto em casa e contou com uma super ajuda: uma equipe de bombeiros.

Nos primeiros seis meses de 2020, o Corpo de Bombeiros do Acre ajudou 12 mães a ter os bebês. Por ano, as equipes costumam fazer de 20 a 30 partos nos municípios do estado.

Entre o último dia 1º e dia 3, os bombeiros fizeram dois partos em Tarauacá e Feijó, cidades do interior. Eles são acionados geralmente quando a grávida não consegue chegar até ao hospital a tempo de ter o filho. Ou, também quando a mulher mora em um lugar de difícil acesso.

Moradora da BR-364, Anaely começou a sentir as dores do parto logo após a meia-noite. A mãe e o irmão eram quem estavam ao lado ajudando a trazer o pequeno Lorran ao mundo.

O tio foi até o quartel dos bombeiros pedir ajudar. Por volta das duas horas, Lorran nasceu e os bombeiros cortaram o cordão umbilical, fizeram a limpeza e os primeiros atendimentos à mãe e filho.

“Foi bom eles terem chegado e ajudado. Minha mãe aparou o neném, foi um parto muito bom, graças a Deus. Eles cortaram o umbigo do neném, me limparam e só saíram quando viram que eu estava bem. Foi uma ajuda importante. A mãe queria cortar o umbigo, mas não deixei porque não tinha com o que amarrar, estávamos esperando a ambulância, mas graças a Deus os bombeiros vieram”, relembrou.

Mãe e filho estão bem e em casa. A jovem disse que levou o filho ao hospital para tomar as vacinas, fazer os exames e também tirou a certidão de nascimento.

O cabo Marcos Santos estava na equipe que ajudou a trazer Lorran ao mundo.

“Estamos sempre auxiliando no que é possível. [Quando chegamos] a criança tinha acabado de nascer, fizemos o procedimento padrão de pós-parto. Já participamos de outros partos. Com a pandemia, a mãe fica com receio de ir para o hospital. Sempre orientamos a buscar os médicos depois, é necessário”, complementou Santos.

Outros partos

Antes do caso de Anaely, na cidade vizinha Tarauacá, uma mãe de 18 anos também precisou de ajuda para trazer a filha ao mundo dentro de casa na quarta-feira (1º). Mesmo morando na zona urbana, a bolsa da jovem estourou antes dela conseguir sair de casa e a família chamou os bombeiros.

A jovem deu à luz uma menina e foi levada ao hospital da cidade após o parto de emergência.

O major e assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros, Cláudio Falcão, explicou que esse tipo de atendimento é comum no estado, principalmente na zona rural.

“O Corpo de Bombeiros atende, todo ano, inúmeras ocorrências com parturientes. Esse fato se dá porque o parto eu uma situação de emergência e somos preparados para todas as situações de emergência. Ressaltamos que esse tipo de ação acontece quando a parturiente não consegue chegar ao hospital ou estão em um lugar de difícil acesso, onde não é possível uma equipe médica chegar”, destacou Falcão.

No AC, bombeiros fazem parto de mulher que não quis ir ao hospital com medo de contaminação por Covid-19 — Foto: Arquivo/Bombeiros

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