O candidato da coligação Mudança e Competência ao Governo do Acre, Gladson Cameli, já tinha um novo aliado quando foi ao debate da TV Gazeta na noite de sexta-feira. Momentos antes de entrar no ar, um interlocutor do candidato ao Senado pela Frente Popular Ney Amorim articulava apoio a Cameli. Era uma determinação em nome do petista.
“Não é possível confirmar, precisar as circunstâncias, mas foi feita, sim, conversa nesse sentido ainda ontem [sexta-feira]”, confirmou um assessor de Gladson. “Antes do debate”, assegurou.
Neste sábado, Ney Amorim realizou uma grande carreata em Cruzeiro do Sul, reduto eleitoral de Cameli. A postura do candidato ao Senado pela FPA já demonstra um racha na coligação. O tenso discurso que proferiu em Sena Madureira na semana passada trouxe para a praça pública o clima de tensão entre Amorim e Jorge Viana.
“Eu não queria atacar ninguém, como eu não ataco até hoje. Eu não queria fazer mal pra ninguém, como eu não faço até hoje. Mas, acho que não mereço ser tão atacado como estou sendo atacado hoje. Eu não mereço”, disse na ocasião de um comício em praça pública em Sena Madureira.
Informalmente, já existe uma determinação à assessoria de Ney Amorim para não pedir votos para Marcus Alexandre. É impublicável a forma como os assessores de Amorim se referem ao candidato do PT ao Governo do Acre.
O presidente do diretório estadual do PT, André Kamai, já divulgou nota sobre o problema. Responsabilizou a oposição e a imprensa pela tentativa de desconstruir a unidade da FPA.
“O PT repudia as tentativas de fomentar desunião em suas fileiras, oriundas de setores pequenos de parte da imprensa e da oposição – que representa os ciclos de atraso e depressão social pelos quais passou o Acre antes dos governos da Frente Popular”, disse em nota divulgada logo após as declarações feitas por Ney Amorim em Sena Madureira.
BY ITAAN ARRUDA (FOTO: TV GAZETA)
