Segundo Kelma, outras pessoas entraram normalmente no hospital usando bermudas, vestidos, saias e shorts. “Eu estava com um vestido, que não era curto, o que me deixou mais indignada ainda e fui extremamente humilhada, porque não me deixaram entrar. Me disseram que eu não estava em trajes adequados”, conta.
Kelma mostra o vestido em que foi barrada em hospital
de Rio Branco (Foto: Kelma Roque/Arquivo pessoal)
Kelma diz ainda que foi vítima de preconceito. “Como eu tenho tatuagem no braço, o rapaz da recepção não parava de me olhar de cima a baixo. Ele achou que eu era uma marginal”, diz.
A mulher diz que solicitou uma declaração para os atendentes da recepção alegando que ela não poderia entrar por conta dos trajes. “Eles simplesmente disseram que não iriam me dar e que eu não iria entrar de jeito nenhum vestida daquele jeito”, conta.
A ideia de filmar a situação resultou na expulsão de Kelma do hospital. Ela conta que o atendente, inclusive, ameaçou pegar o seu celular caso ela não parasse de gravar. Revoltada, a empresária diz que vai entrar na justiça contra o hospital por ter sido “humilhada”.
“Sou uma cidadã que trabalha o dia todo, pago meus impostos e vem uma pessoa para me humilhar. Eu nunca roubei, nunca fui presa, trabalho muito para vir um cidadão que deveria estar preocupado com a qualidade do serviço, me discriminar na frente de todo mundo que estava lá. Vou entrar na justiça, porque isso não se faz”, conclui.
O G1 esteve no Hospital Santa Juliana e um funcionário, que não quis se identificar, confirmou a proibição ao uso de vestidos dentro da unidade. Porém, não soube explicar o motivo. O G1 também entrou em contato com a direção do hospital e foi informado que a instituição deve se pronunciar sobre o caso ainda nesta terça-feira (8).