O Ministério Público Federal (MPF) vai promover duas audiências públicas on-line nos dias 6 e 7 de outubro para debater os impactos sociais e ambientais do garimpo ilegal no Amazonas. O objetivo é ouvir especialistas, lideranças comunitárias e populações afetadas para orientar a atuação do órgão no enfrentamento da atividade criminosa.
As reuniões serão realizadas pela plataforma Zoom e divididas por regiões hidrográficas, de modo a contemplar as diferentes realidades locais. Metade das vagas será destinada a representantes indígenas e quilombolas. As inscrições devem ser feitas até o dia 3 de outubro, às 18h (horário de Manaus), por meio de formulário on-line.
Participarão das discussões órgãos públicos, pesquisadores e organizações da sociedade civil. O MPF acompanha a expansão do garimpo no estado, que provoca não apenas graves danos ambientais, mas também fortes impactos sociais.
Entre os principais problemas estão a contaminação de rios e solos por mercúrio, que compromete populações indígenas, ribeirinhas e a cadeia alimentar. Pesquisas da Fiocruz e da Universidade do Estado do Amazonas indicam que os níveis de mercúrio em peixes consumidos na região estão, em média, 21,3% acima do limite permitido. No rio Madeira, a contaminação chega a 200% acima do aceitável pela Organização Mundial da Saúde. Em alguns municípios, metade dos peixes analisados já apresentava índices elevados, e em comunidades Yanomami, 56% das mulheres e crianças testadas tinham mercúrio no organismo.