A frota acreana é formada por 53% de motocicletas. Além do Acre, outros estados estão na mesma condição. São eles: Piauí (55%), Pará (54%), Maranhão (60%), Rondônia (51%) e Ceará (50%). Foto: captada
Dados apresentados pelo secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, revelam que 53% da frota acreana é composta por motocicletas – cenário similar ao de estados como Maranhão (60%), Piauí (55%) e Pará (54%). O levantamento foi divulgado durante a Conferência Nacional de Segurança no Trânsito, em Brasília, que debate a epidemia de acidentes envolvendo veículos de duas rodas.
Crescimento perigoso:
Frota nacional de motos saltou 42% em nove anos, chegando a 35 milhões em 2024 (Abraciclo)
Em 2023, vendas cresceram 18,6% – maior patamar desde 2011
Projeção para 2025: 2 milhões de emplacamentos/ano
O secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, disse ainda que a maioria dos acidentes envolvendo motocicletas acontece em cidades de médio porte, como é o caso de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, que cresceram rapidamente sem investimentos adequados em transporte público:
“Não podemos tratar essa questão como uma simples escolha individual. As pessoas optam por motocicletas porque não lhes foi oferecida uma alternativa segura. Não existe solução mágica para esse problema, mas se houvesse, seria um transporte público de qualidade”, disse Catão.
Impacto na saúde:
70%-75% das UTIs em hospitais gerais estão ocupadas por vítimas de trânsito (Ministério da Saúde)
Ministro Padilha classificou a situação como “epidemia” e anunciou verba para triplicar cirurgias ortopédicas no RJ
Em junho/2025: 29 milhões de motos circulavam no Brasil (Senatran)
Aumento de 6 milhões desde 2020
Prioridade urgente: políticas para frear acidentes e melhorar mobilidade urbana
Enquanto o país bate recordes de vendas, especialistas cobram infraestrutura segura e alternativas de transporte para reduzir mortes e sequelas graves no trânsito.