Por Iryá Rodrigues
O resultado do exame de DNA confirmou que o corpo encontrado carbonizado dentro de um carro, na Rodovia Transacreana, zona rural de Rio Branco no mês de abril deste ano, é de Cassius Cley Souza Costa, de 37 anos.
Ele sumiu logo após tentar matar a companheira Zuleide de Souza Pessoa, a facadas, no dia 21 de abril, no Conjunto Joafra, na capital acreana. O carro onde o corpo foi achado era dele. Porém, o resultado do laudo pericial só foi concluído no último dia 10 de agosto, quase quatro meses depois do crime. A divulgação foi feita nesta quinta-feira (17), pela direção do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) de Rio Branco.
A demora para a conclusão do laudo ocorreu, segundo informou a direção em julho, porque o Instituto de Identificação ficou sem insumos para fazer o exame.
O delegado Marcos Cabral, responsável pelo caso na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que após o resultado do laudo que confirmou a identidade da vítima, o inquérito foi concluído.
Ficou constatado que não houve a participação de outras pessoas na morte dele. Segundo o delegado, Costa queimou o próprio carro enquanto estava dentro do veículo, após dar as facadas na mulher.
“Pelo que a equipe conseguiu apurar, realmente, após os fatos, ele se dirigiu ao local lá na Transacreana e a gente apontou elementos suficientes de que ele teria cometido suicídio. O lapso temporal foi muito curto, para que fosse uma situação de vingança. Após as investigações, não foi confirmada a participação de ninguém”, disse Cabral.
Mesmo sem o exame de DNA, a família já alegava que a vítima era Cassius Costa. Ele foi enterrado no dia 4 de maio sem ser identificado porque o corpo estava em estado de putrefação e não tinha condições de ser levado para o freezer, segundo informações do Instituto Médico Legal (IML).
Em maio, um tio de Costa, Moisés Barbosa entrou em contato come informou que a família aceitou receber o corpo, mesmo antes do resultado do exame de DNA, porque reconheceu que era o sobrinho.
De acordo com o tio, a identificação pôde ser feita porque o sobrinho tinha uma platina no braço esquerdo, que foi colocada após uma fratura.
Quase cinco meses depois de ter sido esfaqueada pelo marido dentro de casa, Zuleide Pessoa contou que continua tendo acompanhamento psicológico e que prefere não comentar mais sobre o caso.
Ela disse que tinha recebido a informação sobre a confirmação de que o corpo achado carbonizado era do marido. E que, inicialmente, mesmo com os familiares de Costa dizendo que o corpo era dele, ela ainda sentia medo e temia pela vida por não ter a certeza.
Zuleide ficou 18 dias internada, sendo 14 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto Socorro de Rio Branco. Após 15 dias em casa, ela chegou conversar com a reportagem e contou que vivia sob ameaças por conta de ciúmes do ex-marido.