Foi adiado o julgamento do recurso que pede a anulação do júri popular que absolveu cinco policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) acusados pelas mortes de três pessoas, incluindo uma criança de 11 anos, durante uma operação no bairro Preventório, em maio de 2018. O caso, que teve grande repercussão no estado, foi retirado de pauta nesta quinta-feira (7), a pedido do relator, desembargador Francisco Djalma, e deve ser apreciado na próxima sessão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre.
Em dezembro do ano passado, os militares Josemar Barbosa de Farias, Wladimir Soares da Costa, Raimundo de Souza Costa, Antônio de Jesus Batista e Alan Melo Martins foram absolvidos após cinco dias de julgamento pelo Conselho de Sentença da 1ª Vara do Tribunal do Júri.
As vítimas da operação foram Gleiton Silva Borges, Edmilson Fernandes da Silva Sales e a estudante Maria Caune, de apenas 11 anos, que foi atingida por estilhaços de fuzil enquanto estava na varanda de casa.
Após o veredicto, o Ministério Público do Estado do Acre apresentou recurso de apelação, alegando que a decisão dos jurados foi contrária às provas apresentadas no processo. O promotor Carlos Pescador, responsável pelo pedido, defende a realização de um novo julgamento.
A defesa dos policiais, por sua vez, sustenta que a decisão do júri deve ser mantida. O advogado Wellington Silva afirmou que “um dos policiais denunciados estava no quartel no momento dos fatos e outro sequer efetuou disparos”. Segundo ele, não há elementos que justifiquem a anulação da absolvição.
A nova data do julgamento ainda será definida. O caso continua gerando debate entre representantes do Ministério Público, familiares das vítimas e defensores dos acusados.