Acre
Jornalista veterano escreve texto emocionante sobre sua posse na Academia Acreana de Letras

O jornalista e filósofo César Negreiros tomou posse neste sábado, 5, à noite, na Academia Acreana de Letras, em evento realizado no Teatro da Ufac. Com mais de 25 anos de carreira na imprensa acreana, o repórter escreveu um texto emocionante sobre a própria posse.

Veja:
A CONQUISTA DE UM SONHO
Neste dia, em que tenho a honra de ocupar uma cadeira na Academia Acreana de Letras, quero agradecer a generosidade de todos os confrades e confreiras que votaram ou não votaram na indicação da minha candidatura, mas que agora, acolhe-me nesta honrada Casa, que já passaram nomes consagrados de nossa literatura e artistas que prestaram relevantes serviços à cultura acreana. Agradeço, primeiramente, a minha madrinha Nilda Dantas pela indicação do meu nome, ao artista e colega de jornalismo Enilson Amorim, ao cineasta acreano Adalberto Queiroz que me incentivaram a procurar os imortais para pedir apoio da minha candidatura, ao poeta Mauro Modesto e à professora Maria José Bezerra, como grandes entusiastas desta nova jornada na Academia.
Este meu discurso de posse, como manda a tradição, deve falar dos imortais que me antecederam nesta Cadeira de número 37, inclusive do respectivo patrono. Neste caso, trata-se do médico sanitarista Oswaldo Cruz que ficou popularmente conhecido pelo combate de epidemias no país. Em 1892, ele conquistou o doutorado em medicina, mas com o apoio do sogro português obteve auxílio que precisava para continuar seus estudos na França, na área de microbiologia, soroterapia e imunologia, no Instituto Pasteur.
Em 1899, retorna ao Brasil para abrir uma clínica para atendimento urológico e um laboratório na cidade do Rio de Janeiro, à época, capital do Brasil. Oswaldo Cruz embarca, em 2010, com destino ao antigo território federal do Guaporé, para acompanhar a expedição do governo federal que inspecionava as obras de construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré. A comitiva com a presença do consagrado sanitarista tinha como objetivo combater a malária que acometia os trabalhadores e os impedia de continuidade das obras férreas, destinadas ao escoamento da produção de borracha dos seringais nativos da Bolívia.
Em 1913, Osvaldo Cruz foi escolhido como membro da Academia Brasileira de Letras, mas devido aos problemas de saúde, afastou-se. Em seguida, ele mudou para a cidade de Petrópolis, onde foi escolhido pela população para ser prefeito da cidade. No dia 11 de fevereiro de 1917, Osvaldo Cruz veio a falecer em decorrência de uma crise de insuficiência renal.
A última acadêmica a ocupá-la, foi a poetisa acreana Francis Meire Alves de Lima, começou a escrever na adolescência e publicou seu primeiro poema na coluna ‘Folha Literária’ no jornal O Rio Branco (em 1976). Como presença marcante no movimento literário acreano, com a publicação de alguns trabalhos na Folha de Letras, (em 1979) e o Kavalete (em 1981). O ativista ambiental Chico Mendes foi o primeiro a comprar as suas poesias, no primeiro trabalho editado artesanalmente num mimeógrafo, com o título: Aquiri.
Com apoio da escritora Fátima Almeida, passou a ajudar na editoria do primeiro Caderno B (Caderno Cultural) do jornal A Folha do Acre, por quase uma década. A poetiza era responsável pela coluna “Língua Solta”, que ilustrava as matérias do jornal com uma poesia que tivesse alguma relação com o tema do dia. Somente na década de 80, teve a oportunidade de publicar suas poesias nas antologias: Coletâneas de Poesia Acreana (1981), Algumas poesias acreanas (1982), Antologia dos poetas acreanos (1986) e na antologia nacional, Língua solta: poetas brasileiros dos anos 90, publicada pela Editora Rosa dos Tempos (em 1994). Em 2000, Francis Meire passou a colaborar com os seus poemas na Revista Outras Palavras, organizada pela Fundação Elias Mansour (FEM).
Aproveito a ocasião, para prestar este tributo a minha antecessora, despeço-me com uma citação do seu verso publicado no livro Aquiri, que trata da conquista das terras acreanas, da formação sociológica da população e conflitos que marcaram a década de setenta do século passado, com a chegada dos latifundiários que jogaram a floresta no chão para plantar capim destinado a alimentar o gado.
Filha da terra
Eu nasci aqui,
No meio desse mato
Me criei.
Nadei no rio,
Bebi água dos igarapés…
Conheço todas as doenças
Dessa terra.
Conheço todos os ladrões,
Todos os exploradores
Conheço todos nós:
Filhos da miséria,
Irmãos da fome
E da esperança!
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Acre
Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

Foto: Cedida
Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.
A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.
Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.
“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.
A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.
Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.
A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.
“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.
Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.
Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.
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Acre
Acre receberá R$ 6,3 milhões para conservação e manutenção de rodovias em 2026

A Secretaria Nacional de Transporte Rodoviário, vinculada ao Ministério dos Transportes, publicou a Portaria nº 939, de 16 de dezembro de 2025, que aprova os Programas de Trabalho apresentados pelos estados e pelo Distrito Federal para aplicação dos recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-Combustíveis) no exercício de 2026. O decreto foi publicado na edição do Diário Oficial da União (DOU).
O ato foi assinado pela secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, e tem como base a Lei nº 10.336/2001 e a Portaria nº 228/2007, que regulamentam a destinação dos recursos da Cide. A portaria também estabelece que eventuais alterações nos programas deverão seguir rigorosamente as normas previstas na legislação vigente.
No caso do Acre, foi aprovado o Programa de Conservação e Manutenção de Rodovias Estaduais para 2026, conforme processo administrativo nº 50000.029129/2024-53. O plano prevê investimentos voltados à conservação, manutenção e recuperação de importantes trechos da malha rodoviária estadual.
Entre as rodovias contempladas estão a AC-010, no trecho entre Rio Branco e Porto Acre; a AC-040, ligando Rio Branco a Plácido de Castro; a AC-090, no trecho entre Rio Branco e o km 100; além das rodovias AC-475, AC-485, AC-380, AC-445, AC-407 e AC-405, que atendem municípios como Xapuri, Bujari, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima.
O valor total destinado ao programa no Acre soma R$ 6.337.978,18, com execução financeira distribuída ao longo dos quatro trimestres de 2026. Os recursos serão aplicados de forma contínua, garantindo a manutenção e recuperação das vias estaduais ao longo de todo o ano.
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Acre
No Acre, casamentos duram cerca de 11 anos, ficando abaixo da média nacional

Os casamentos estão durando menos em todo o Brasil, e o Acre aparece entre os estados com menor tempo médio de duração das uniões, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto, no país, os matrimônios duram, em média, 13,8 anos, no Acre esse período cai para 11,1 anos, ficando abaixo da média nacional e regional.
No ranking dos estados brasileiros, o Acre ocupa uma das posições mais baixas em relação à duração dos casamentos, ficando atrás apenas de unidades da Região Norte e Centro-Oeste, como Rondônia (11 anos) e Roraima (10,2 anos). Os dados fazem parte da Estatística do Registro Civil, divulgada pelo IBGE em dezembro, e se referem às uniões formalizadas em 2024.
Apesar da redução na duração média dos casamentos, o IBGE registrou, em 2024, a primeira queda no número de divórcios desde 2019, com redução de 2,8% em relação ao ano anterior.

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