Itália vai exigir passaporte de Covid de todos os trabalhadores

Policial verifica o telefone de uma passageira na estação de trem Porta Garibaldi, em Milão, em 1º de setembro de 2021 na Itália — Foto: Luca Bruno/AP

O governo italiano editou um decreto que obriga todos os trabalhadores, tanto do setor público quanto do privado, a apresentarem o “passaporte Covid-19” para comprovar que estão vacinados ou que tiveram a doença ou fizeram teste negativo recentemente.

A medida entra em vigor em meados de outubro.

“O governo está pronto para introduzir o passaporte sanitário (…). Estamos preparando uma medida obrigatória para o setor público e privado”, declarou a ministra de Assuntos Regionais, Mariastella Gelmini, à emissora pública RaiRadio1.

A partir de 15 de outubro, o chamado “passaporte verde” será obrigatório em todos os locais de trabalho, informou a imprensa italiana, acrescentando que aposentados, donas de casa e desempregados estarão isentos.

O objetivo da medida é aumentar a taxa de vacinados antes do início do inverno e evitar a propagação da doença. Hoje, quase 75% da população acima dos 12 anos de idade está vacinada, o equivalente a 40,46 milhões de pessoas.

“A vacina é nossa única arma contra a Covid”, destacou Mariastella Gelmini.

A Itália foi o primeiro país da Europa afetado pela pandemia, que causou a morte de 130 mil pessoas nesse país, além de gerar em 2020 a recessão econômica mais grave do Pós-Guerra.

A decisão de generalizar o passaporte sanitário é resultado de muitas discussões entre o governo, os partidos políticos que integram a coalizão no poder e os interlocutores sociais, sindicatos e empresários.

Não ter o passaporte sanitário será severamente castigado, mas não chegará à demissão: uma multa de entre 400 a 1.000 euros poderá ser imposta para aqueles que não cumprirem a norma, informa o jornal “Corriere della Sera”.

Após cinco dias de ausência injustificada pela falta de passaporte sanitário, a pessoa pode ficar com o trabalho e o salário suspensos.

O governo também discute se deve submeter a testes as pessoas não vacinadas para obterem o passaporte sanitário. Os sindicatos pedemque o Estado pague por eles, enquanto o governo teme que, com essa possibilidade, a ideia de se vacinar seja desestimulada.

Passageiro segura seu telefone com o ‘passaporte verde’ em posto de controle na estação ferroviária Stazione Centrale de Milão, na Itália, em 1º de setembro de 2021 — Foto: Claudio Furlan/LaPresse via AP

A Itália não é o primeiro país europeu a adotar essa medida. Na Grécia, desde 13 de setembro, os funcionários dos setores público e privado que não se vacinaram devem fazer testes pagos por eles mesmos uma ou duas vezes por semana, dependendo da profissão.

Na Itália, o passaporte sanitário é obrigatório nos lugares públicos, assim como em cafeterias, restaurantes, museus, cinemas, teatros, trens, ônibus, metrô e táxis.

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Publicado por
G1