Irmã de Marciano diz que cantor escondia a idade verdadeira e era ‘gato’

Maria Marciano, que mora em Bauru (SP), diz que o sertanejo morto nesta sexta-feira aos 67 anos teria, na verdade, seis a mais: ‘Ele era divertido e essa foi mais uma das brincadeiras dele’.

Irmã de Marciano revela que cantor era ‘gato’ e escondia a idade verdadeira, Maria Marciano Soares — Foto: TV TEM/Reprodução

Por G1 Bauru e Marília

O cantor sertanejo Marciano, que sofreu um infarto fulminante e morreu nesta sexta-feira (18) em sua casa, em São Caetano do Sul (SP), pode ter escondido a verdadeira idade e ter morrido aos 73 anos, e não com 67, idade que era divulgada por ele.

Maria Marciano Soares, a única irmã viva de Marciano, fez uma revelação que, segundo ela, os fãs ainda não sabiam: Marciano seria uma espécie de “gato”, gíria usada no futebol para designar atletas que assumem uma idade inferior.

Em sua casa, em meio a fotos e lembranças, Maria Marciano contou que o cantor e compositor seria mais velho do que o anunciado oficialmente e teria, na verdade, seis anos a mais.

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“Um dia ele [Marciano] disse pra mim: ‘Vou dizer que tenho a sua idade, posso?’. Naquela época, achei que ele não ia manter a história, mas foi mais um das brincadeiras dele, que ele manteve até o fim”, disse a irmã.

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O corpo do sertanejo foi enterrado no fim da tarde no Cemitério das Lágrimas, na cidade do ABC Paulista. A irmã do sertanejo, que atualmente mora em Bauru, não conseguiu acompanhar o enterro do irmão.

Maria Marciano também deu outra versão sobre a cidade onde nasceu. Segundo a irmã, o sertanejo teria nascido em Paulistânia, e não em Bauru, onde teria apenas passado a infância.

Dona Maria Marciano com o irmão famoso, em foto de seu álbum de família: “Ele era brincalhão” — Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

‘100 anos para esquecer’

Os fãs de Bauru que se reuniram na casa de Dona Maria Marciano afirmam que antes de tentar a vida na capital, o sertanejo se apresentava no circo na cidade do Centro-Oeste Paulista e gostava de cantar as músicas do Roberto Carlos.

Um desses fãs que acompanhou toda a carreira do artista é o aposentado José Carlos Ferreira de Miranda.

O aposentado José Carlos Ferreira de Miranda, fã de Marciano, diz não esquecerá do ídolo “nem em 100 anos” — Foto: TV TEM/Reprodução

Tem uma coleção com todos os discos do ídolo, incluindo o álbum “Filha de Jesus”, o primeiro vinil da dupla com João Mineiro, da década de 70. Para ele, a música que resume todo seu sentimento pelo ídolo “Cem Anos”.

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“Sei que é um clichê, mas pra mim foi como se tivesse perdido um irmão. Essa música diz que, ‘para esquecer você precisa de 100 anos’, ou seja, não vou esquecer jamais”, disse o aposentado.

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Outro fã de Marciano, o músico bauruense Jhota Luiz também relembrou o começa da carreira do sertanejo na cidade. Ele conheceu Marciano há quase 20 anos em São Paulo e compôs mais de dez músicas com o sertanejo, entre elas “Eu tenho sorte”, “Quando o amor domina” e “Dois apaixonados”. O bauruense ganhou fama como compositor do sucesso “Bobeou a gente pimba”.

Trajetória

O cantor, que nos últimos anos usava o título de “O Inimitável”, iniciou a carreira na década de 1970 formando a dupla Marciano e João Mineiro. Juntos, eles fizeram hits como “Ainda ontem chorei de saudade”, “Se eu não puder te esquecer”, entre outras.

Marciano começou a carreira no anos 70 em dupla com João Mineiro — Foto: Érico Andrade/G1

O artista também é um dos compositores de “Fio de cabelo”, um dos maiores sucessos da música sertaneja. Com mais de 400 regravações, a canção de 1981 é uma das mais lembrada em bares e karaokês. “Quando a gente canta, o povão canta junto. É emocionante”, ele lembrou em uma entrevista ao G1 em 2017.

Após a morte de João Mineiro, em 2012, José Marciano gravou um álbum solo intitulado “Inimitável (2013)”. O registro foi feito no Teatro Paulo Machado de Carvalho, em São Caetano do Sul.

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G1