Por G1 Bauru e Marília
O cantor sertanejo Marciano, que sofreu um infarto fulminante e morreu nesta sexta-feira (18) em sua casa, em São Caetano do Sul (SP), pode ter escondido a verdadeira idade e ter morrido aos 73 anos, e não com 67, idade que era divulgada por ele.
Maria Marciano Soares, a única irmã viva de Marciano, fez uma revelação que, segundo ela, os fãs ainda não sabiam: Marciano seria uma espécie de “gato”, gíria usada no futebol para designar atletas que assumem uma idade inferior.
Em sua casa, em meio a fotos e lembranças, Maria Marciano contou que o cantor e compositor seria mais velho do que o anunciado oficialmente e teria, na verdade, seis anos a mais.
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O corpo do sertanejo foi enterrado no fim da tarde no Cemitério das Lágrimas, na cidade do ABC Paulista. A irmã do sertanejo, que atualmente mora em Bauru, não conseguiu acompanhar o enterro do irmão.
Maria Marciano também deu outra versão sobre a cidade onde nasceu. Segundo a irmã, o sertanejo teria nascido em Paulistânia, e não em Bauru, onde teria apenas passado a infância.
Os fãs de Bauru que se reuniram na casa de Dona Maria Marciano afirmam que antes de tentar a vida na capital, o sertanejo se apresentava no circo na cidade do Centro-Oeste Paulista e gostava de cantar as músicas do Roberto Carlos.
Um desses fãs que acompanhou toda a carreira do artista é o aposentado José Carlos Ferreira de Miranda.
Tem uma coleção com todos os discos do ídolo, incluindo o álbum “Filha de Jesus”, o primeiro vinil da dupla com João Mineiro, da década de 70. Para ele, a música que resume todo seu sentimento pelo ídolo “Cem Anos”.
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Outro fã de Marciano, o músico bauruense Jhota Luiz também relembrou o começa da carreira do sertanejo na cidade. Ele conheceu Marciano há quase 20 anos em São Paulo e compôs mais de dez músicas com o sertanejo, entre elas “Eu tenho sorte”, “Quando o amor domina” e “Dois apaixonados”. O bauruense ganhou fama como compositor do sucesso “Bobeou a gente pimba”.
O cantor, que nos últimos anos usava o título de “O Inimitável”, iniciou a carreira na década de 1970 formando a dupla Marciano e João Mineiro. Juntos, eles fizeram hits como “Ainda ontem chorei de saudade”, “Se eu não puder te esquecer”, entre outras.
O artista também é um dos compositores de “Fio de cabelo”, um dos maiores sucessos da música sertaneja. Com mais de 400 regravações, a canção de 1981 é uma das mais lembrada em bares e karaokês. “Quando a gente canta, o povão canta junto. É emocionante”, ele lembrou em uma entrevista ao G1 em 2017.
Após a morte de João Mineiro, em 2012, José Marciano gravou um álbum solo intitulado “Inimitável (2013)”. O registro foi feito no Teatro Paulo Machado de Carvalho, em São Caetano do Sul.