Por Lidson Almeida
Nove presos que participaram da fuga em massa no Complexo Prisional Francisco d’Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco, ainda seguem soltos após três meses. No dia 20 de janeiro, 26 presos do pavilhão L do regime fechado fizeram um buraco na cela e pularam a muralha da unidade.
Em entrevista à Rede Amazônica Acre, o diretor-presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), Arlenilson Cunha, argumentou que assumiu a gestão recentemente, mas a informação repassada são da captura de 17 foragidos.
“A informação que temos é que corre um inquérito policial para elucidar a questão da fuga. Dos 26, 17 já se encontram no sistema prisional. Não foi tomada nenhuma medida [no Iapen] porque tem uma apuração, procedimentos administrativos e oitivas estão em curso. Só podemos tomar alguma medida após o procedimento legal e garantindo o contrário e ampla defesa, como prever a Constituição Federal”, afirmou.
A última captura de presos divulgados pelo Iapen-AC foi de Joel Menezes Queiroz, no dia 20 de fevereiro.
A reportagem tentou ouvir a Polícia Civil sobre as investigações, mas, o delegado Roberto Lusena disse que recebeu o caso há poucos dias e ainda está se iterando.
Já, o Ministério Público do Acre (MP- AC) afirmou que as investigações seguem, mas de forma lenta devido à pandemia do novo coronavírus, que reduziu o número de servidores e atendimentos. Um relatório na época mostrou que houve falha na comunicação e no sistema de monitoramento.
Os detentos fugiram do pavilhão L, onde cumpriam pena em regime fechado. A fuga ocorreu após um fim de semana violento com sete execuções na capital. Um vídeo mostra o momento exato em que os 26 presos escalaram o muro e deixaram a unidade.
Para escapar do presídio, eles fizeram um buraco na parede da cela e improvisaram cordas com lençóis. Os presos são da facção criminosa denominada Bonde dos 13, aliada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua em vários estados brasileiros.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) instaurou um procedimento administrativo para investigar as fugas no FOC. O promotor Tales Tranin acompanha as investigações das polícias Civil, Militar e do Iapen-AC para saber se houve facilitação de algum servidor público nas fugas.
O G1 teve acesso a um levantamento da sentença dos 26 presos que fugiram do FOC. Somadas, as penas dos detentos ultrapassam mil anos. Entre os crimes praticados estão: roubo, furto, homicídio, corrupção de menores, latrocínio, tráfico de drogas, tentativa de homicídio, entre outros.