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Idoso cego retoma visão após receber o primeiro transplante de córnea artificial
O procedimento é recomendado apenas em casos de córneas deformadas, com cicatrizes ou opacificadas

Paciente recebeu córnea e voltou a enxergar
Foto: CorNeat_Vision
Abinoan Santiago, colaboração para a CNN Brasil
Após dez anos de cegueira, um idoso de 78 anos conseguiu recuperar a visão em Israel. Ele também se tornou a primeira pessoa no mundo a receber um transplante de córneas artificiais bem-sucedido.
O paciente faz parte de estudos clínicos realizados pela startup israelense CorNet Vision, que criou um tipo de córnea sintética que se biointegra ao olho humano. O procedimento é recomendado apenas em casos de córneas deformadas, com cicatrizes ou opacificadas. O dispositivo tem uma lente projetada para se integrar com o tecido ocular usando nanofibra não degradável sintética, que é colocada sob a conjuntiva.
O implante é considerado relativamente simples e a expectativa é de que o paciente consiga novamente enxergar depois de horas em recuperação. No caso do idoso de 78 anos, identificado como Jamal Furani, ele foi capaz de um dia depois reconhecer os familiares. Ele também conseguiu ler textos.
“O procedimento cirúrgico foi direto e o resultado superou todas as nossas expectativas. O momento em que tiramos as bandagens foi emocionante e significativo. Momentos como este são o cumprimento de nossa vocação de médicos. Temos orgulho de estar na vanguarda desse empolgante e um projeto significativo que sem dúvida impactará a vida de milhões “, disse ao jornal Israel Hayom o médico Irit Bahar, chefe do Departamento de Oftalmologia do Rabin Medical Center Bahar, que realizou o procedimento.

Paciente recebeu córnea e voltou a enxergar – Foto: CorNeat_Vision
Além do paciente operado, ainda existem outros na fila de espera para receber as córneas artificiais durante os experimentos clínicos do dispositivo em humanos.
A expectativa é tornar o procedimento viável ao redor do mundo a fim de acabar com uma fila de pacientes no aguardo de doadores. A empresa, contudo, ainda não deu uma data para produção em grande escala do dispositivo.
“Esperamos que isso permita que milhões de pacientes cegos em todo o mundo, em áreas onde não há prática corneana nem cultura de doação de órgãos, recuperem a visão”, disse Gilad Litvin, diretor médico da CorNeat Vision.
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Governo promove mutirão de atendimentos em neuropediatria, exames e cirurgias em Brasileia
A coordenadora do programa Saúde Itinerante, Rosemary Fernandes, lembra que a ação já possui calendário definido para contemplar todas as regionais do Estado

Equipe envolvida na realização do programa Saúde Itinerante TEA. Foto: Pablo Charif/Sesacre
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), realizou, de 9 a 11 de maio, uma nova edição da ação Saúde + Perto, com atendimentos do programa Saúde Itinerante Multidisciplinar Especializado em Neuropediatria e do Opera Acre, com mutirões de cirurgias de catarata e ginecológicas no Hospital Regional do Alto Acre, em Brasileia.
Somente o Saúde Itinerante TEA atendeu 200 crianças. No entanto, o número de atendimentos ultrapassa essa marca, considerando que a ação engloba múltiplos serviços por paciente, como odontopediatria, enfermagem, terapias e regulação.
Somando-se às ações realizadas nas demais regionais, foram 840 pessoas atendidas, ultrapassando a marca de mil atendimentos. Exames de ultrassonografia também foram ofertados em Brasileia, totalizando 62 exames, inclusive para pacientes indígenas, levados até o hospital com apoio de transporte aéreo.
“Nossos pacientes vieram fazer a ultrassonografia abdominal. Quero agradecer a todo o pessoal de Brasileia, porque fomos muito bem atendidos”, disse Marivânia Manchineri, indígena de Assis Brasil, que compareceu ao local acompanhada de outros sete indígenas, entre crianças e adultos.

Maria José Mota ao lado do filho, Eduardo, de 13 anos. Foto: Agnes Cavalcante/Sesaccre
Moradora da zona rural de Epitaciolândia, Maria José Mota, mãe de Eduardo, de 13 anos, levou o filho pela primeira vez ao atendimento especializado e celebrou o acesso ao serviço mais próximo de casa:
“Desde pequeno eu já percebia algo estranho, mas a professora dizia que era normal. De um tempo pra cá, quando ele mudou de série, a nova professora percebeu e fez um relatório. E eu quero ver o que o médico vai me dizer. Só gratidão por realizarem a ação aqui em Brasileia. É uma bênção, porque facilita muito.”

O número de atendimentos ultrapassa essa marca, considerando que a ação engloba múltiplos serviços por paciente, como odontopediatria, enfermagem, terapias e regulação. Foto: Agnes Cavalcante/Sesaccre
Além de Brasileia, as cirurgias do programa Opera Acre ocorreram simultaneamente:
– No Hospital da Mulher e da Criança do Juruá, com seis cirurgias ginecológicas;
– No Hospital Ary Rodrigues, em Senador Guiomard, com 60 cirurgias proctológicas;
– Na Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo, em Rio Branco, com cinco cirurgias vasculares e dez ginecológicas;
– No Hospital Dr. Manoel Marinho Monte, em Plácido de Castro, com 25 atendimentos;
– E no Hospital Abel Pinheiro, em Mâncio Lima, com 120 procedimentos de laqueadura.
O secretário de Saúde, Pedro Pascoal, reforça que depoimentos como o de Maria José demonstram que o Estado está no caminho certo: “Levar saúde para mais perto das pessoas não é uma tarefa fácil, mas nossa equipe tem se esforçado muito para manter essa ação conjunta, que beneficia toda a população nas regionais. Ver crianças tendo acesso a serviços de qualidade e mantendo consultas e terapias em dia é recompensador”, ressaltou.
A coordenadora do programa Saúde Itinerante, Rosemary Fernandes, lembra que a ação já possui calendário definido para contemplar todas as regionais do Estado:
“Conforme nosso calendário, em setembro iremos retornar ao Alto Acre. Estamos fazendo o caminho inverso, como nos orienta o governador e a gestão da Sesacre: ao invés de os pacientes irem até Rio Branco, levamos os profissionais até onde eles vivem, facilitando o acesso à saúde.”

Pacientes saíram do hospital enxergando, Foto: Pablo Charif/Sesacre
Um novo olhar
Uma das pacientes que passou por cirurgia de catarata foi a aposentada Sebastiana Gomes, de 68 anos, que aproveitou para destacar a excelência do atendimento. “O atendimento foi ótimo. Eu comecei a desconfiar numa consulta, porque meus ‘olho começou a queimar’, arder… e eu disse: ‘O que é isso?’. A médica disse que era catarata.”
Sua xará, Sebastiana Mendes, de 71 anos, também celebrou a nova vida após a cirurgia. “Eu achei uma coisa muito ótima, muito útil, desde a consulta até o atendimento. A gente gastaria muito pra fazer esse processo todo, e agora a gente ganhou tudo na mão. Agradeço a Deus e a toda a equipe.”
Já o oftalmologista Rafael Silva, que integrou a ação, também expressou gratidão pelo trabalho realizado. “São dias muito corridos, muito cansativos, mas a sensação é de dever cumprido. É gratificante, porque às vezes o paciente chega cego, sem enxergar nem meu rosto, e já sai da cirurgia vendo tudo. Pra nós, é emocionante.”
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Com determinação e liderança, mulheres na Segurança Pública equilibram atividade operacional e maternidade
O amor de mãe se estende ao trabalho onde ela atua diretamente com jovens e crianças, no projeto ‘Acre Pela Vida’, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre( Sejusp)
Em uma profissão marcada por desafios constantes, as mães que atuam na linha de frente como profissionais de segurança são exemplos de inspiração. Essas mulheres representam não apenas suas respectivas áreas, mas também um símbolo de força, coragem e determinação que inspiram a todos ao seu redor.
Com o lema de ‘Vidas alheias e riquezas salvar’, major Francisca Fragoso dos Santos, iniciou sua carreira como bombeira militar aos 18 anos, na primeira turma de mulheres do Corpo de Bombeiros Militar (CBMAC), e desde muito nova se destacou por sua bravura e comprometimento. Hoje Francisca carrega no ventre uma das missões mais importantes da sua vida, sendo berço do amor e da vida, grávida de 7 meses do seu primeiro filho.
Ela que antes admirava as outras mães companheiras de profissão, hoje também é motivo de orgulho, por sua força e dedicação com o profissional e pessoal. “Eu sempre me inspirei nas mamães bombeiras militares, me perguntando se um dia eu ia conseguir ser como elas, sabe? Poder estar na missão de vidas alheias e riquezas salvar e também de ser mãe”, contou.
A gravidez não foi um empecilho quando se trata de trabalho, a futura mamãe continua trabalhando. “A gravidez graças a Deus não me impediu de continuar minhas atividades como oficial do Corpo de Bombeiros”, disse.
Conciliar o trabalho com a maternidade não é uma tarefa fácil, mas isso a sargento Francisca de Fátima faz com maestria, para construir um futuro de segurança e paz não só para seu filho, Jeremias de 7 anos, mas também para as próximas gerações.
O amor de mãe se estende ao trabalho onde ela atua diretamente com jovens e crianças, no projeto ‘Acre Pela Vida’, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre( Sejusp). Ela conta que ser mãe lhe trouxe muito mais sensibilidade e empatia. “Meu trabalho no ‘Acre Pela Vida’, um projeto da Sejusp focado em construir uma cultura de paz e resgatar jovens em situação de vulnerabilidade, ganha um significado ainda maior. Sinto que, ao contribuir para um futuro mais seguro e promissor para esses jovens, estou também construindo um caminho melhor para meu próprio filho e isso me traz uma grande realização,” disse.
Conhecida por sua força e sendo inspiração para outras mães, a policial penal, Maria Willianete Josias da Silva divide a maternidade com o papel crucial na reintegração social e na gestão de unidades prisionais. Nascida em uma família de militares, ingressou na polícia para dar melhores condições de vida aos filhos. “Não é fácil a jornada de mãe e a gente quer dar o nosso melhor sempre no profissional e em casa também, apesar dos filhos adultos, eu sempre me preocupo se estão em casa, se comeram, se estão bem, por muitas vezes é difícil, mas gente consegue conciliar tudo”, destacou.
As fardas podem até ser diferentes mais o amor que essas mães carregam no coração por seus filhos é o mesmo. Que esse Dia das Mães seja especial não apenas para major Fragoso, sargento Fátima, policial penal Maria Willianete, mas para todas as mães que atuam na segurança pública do Estado do Acre.
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Presidente da Câmara de Jordão defende gasto com diárias após polêmica
Presidente Marcelo Mendonça afirma que R$ 14 mil em diárias foram insuficientes para custear viagem que discutiu isolamento geográfico do município

Durante o evento, foram discutidas alternativas para integrar esses municípios ao restante do estado por via terrestre. Foto: cedida
O presidente da Câmara Municipal de Jordão, vereador Marcelo Mendonça (Progressistas), saiu em defesa do pagamento de R$ 14 mil em diárias a parlamentares após crítica veiculada em reportagem na região do Juruá. O valor foi utilizado para custear a participação dos vereadores em audiência pública realizada em 13 de março na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), que debateu soluções para o isolamento geográfico de municípios acreanos.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (9), Mendonça explicou:
O valor das diárias não cobriu todos os custos da viagem a Rio Branco
Parlamentares complementaram gastos com recursos próprios
A audiência tratou de problema crítico para Jordão: altos custos do transporte aéreo
A audiência pública foi proposta pelos deputados Tanízio Sá (MDB), Pedro Longo (PDT) e André Vale (Podemos) para discutir medidas que amenizem o isolamento de quatro municípios:
Jordão
Santa Rosa do Purus
Porto Walter
Marechal Thaumaturgo
O debate contou com representantes de órgãos estaduais e federais, abordando alternativas para reduzir os impactos do difícil acesso nestas localidades. “Foi uma oportunidade única de levar as demandas de nossa população”, justificou o presidente da Câmara.
Questionado sobre a transparência dos gastos, Mendonça garantiu que todas as despesas foram devidamente documentadas e aprovadas seguindo os trâmites legais. A controvérsia reacende o debate sobre os custos da representação política em municípios remotos do Acre.
Durante o evento, foram discutidas alternativas para integrar esses municípios ao restante do estado por via terrestre, o que, segundo o vereador, poderia gerar uma significativa economia de recursos públicos.
“Hoje, uma passagem aérea de Jordão para Rio Branco custa cerca de R$ 1.200, só de ida. Em média, gastamos R$ 2.400 para fazer o trajeto de ida e volta. Se conseguirmos viabilizar o acesso por estrada, poderemos aplicar esses valores em políticas públicas para a população”, destacou o parlamentar.
Marcelo Mendonça finalizou dizendo que espera ver o município conectado por terra com o restante do país em um futuro próximo. “Ficaremos honrados em saber que essa mudança teve início com a audiência na Aleac. Essa luta é por dignidade, por acesso e por justiça com o povo de Jordão”, concluiu.

Segundo o presidente, o valor foi destinado à participação em uma audiência pública na capital, Rio Branco, com o objetivo de discutir soluções para o isolamento geográfico do município. Foto: cedida
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