Invasão ao frigorífico resultou em perdas no rebanho sob custódia do órgão federal; destino da carne dos animais abatidos segue sem transparência
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) confirmou em meios de comunicação na sexta-feira (20) que 85 dos 355 animais apreendidos durante a Operação Suçuarana, realizada no município de Brasileia, foram perdidos após uma invasão criminosa ao frigorífico onde estavam sob custódia. O ataque teria ocorrido na madrugada da última terça-feira (17), quando o muro do local foi destruído, cadeados arrombados e o gado ilegal libertado por um grupo ainda não identificado.
Segundo o ICMBio, a maioria dos animais foi recapturada pelas equipes de fiscalização ambiental. No entanto, 85 bois seguem desaparecidos, enquanto outros continuam sendo vistos soltos pela BR-317, na Estrada do Pacífico. “Do total de 355 animais apreendidos, 85 foram perdidos ou roubados durante o ataque ao frigorífico. Os demais foram recuperados e, conforme o planejamento da operação, destinados ao abate (bois) ou à doação (vacas e bezerros)”, informou o órgão.
Apesar de o ICMBio afirmar que a carne dos animais abatidos seria encaminhada para a merenda escolar de estudantes da rede pública, o destino exato ainda não foi esclarecido, gerando questionamentos de parlamentares acreanos sobre a transparência da operação.
A Operação Suçuarana, que continua em andamento, tem como alvo quatro ocupações irregulares dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes. O órgão ambiental sustenta que todas as ações são baseadas em decisões judiciais transitadas em julgado.
Contudo, o ICMBio evitou comentar denúncias de uso de força excessiva por parte de agentes durante a operação, além da suposta falta de diálogo com autoridades locais. Um deputado federal chegou a visitar um dos locais embargados para ver in loco as ações, o fez levantar críticas quanto à falta de transparência no processo.
Em nota, o ICMBio lamentou os atos que, segundo o órgão, buscam “desestabilizar a operação por meio de desinformação e violência”, no entanto, até o momento, não foi mostrado provas das supostas ações criminosas contra o órgão e ninguém foi preso pela invasão ao frigorífico. O caso está sendo investigado pelas autoridades.