Desde o lançamento do programa de desenvolvimento “Florestania”, os técnicos mais conscientes já alertavam para o fracasso anunciado do programa de desenvolvimento proposto para o Estado do Acre. A confirmação veio nesta quarta-feira (28) com a divulgação da renda per capita brasileira, a qual colocou o Acre como sendo a penúltima posição em termos de Amazônia. No ranking nacional ocupa a vergonhosa 23° posição entre 27 Estados.
A pesquisa foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira e traz os valores dos rendimentos domiciliares per capita referentes a 2017 para o Brasil e Unidades da Federação. O estudo tem por base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
A divulgação atende ao disposto na Lei Complementar 143/2013, que estabelece os novos critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE).
Acre, um Estado parado no tempo
Com uma economia produtiva baseada ainda principalmente no extrativismo e na pecuária extensiva, ambas altamente concentradoras de renda e com baixa geração de empregos, notadamente os mais qualificados, o Acre (R$ 769) vê o vizinho e jovem Estado de Rondônia (R$ 957) cerca de 25% à frente e ocupando a icônica 13ª entre as 27 unidades da federação graças ao modelo econômico adotado neste.
Na Região Amazônica Legal o Acre só está à frete do Estado Pará, estado que vive uma dualidade entre a devastação para a pecuária e o extrativismo mineral/vegetal.
Entre as cinco piores rendas do Brasil
Em termos de Brasil, o Estado do Acre (R$ 769) ocupa a vergonhosa 23° posição, à frente apenas dos estados do Piauí (R$ 750), Pará (R$ 715), Alagoas (R$ 658) e Maranhão (R$ 597).
O ranking nacional, excluindo a anormalidade do Distrito Federal (R$ 2.548) por conta da força dos cargos públicos federais, é liderado por São Paulo (R$ 1.712), Rio Grande do Sul (R$ 1.635), Santa Catarina (R$ 1.597) e Paraná (R$ 1.472). A média nacional ficou em R$ 1.268.
Dependente do emprego público
Por outro lado, o Estado ainda sobrevive graças aos repasses dos fundos constitucionais, como o FPE. Mas se em outros estados esses recursos podem ser utilizados para algum investimento em estrutura ou serviços públicos, no Acre são consumidos quase que na totalidade para o pagamento de uma enorme folha de pagamentos.
Mas sem os cargos públicos, principalmente os comissionados e sem concurso público, bem como os serviços terceirizados prestados ao governo, a economia do Estado entraria em crise total. Essa é a crônica da morte anunciada para quando o governo começar a atrasar os salários dos servidores.
A pesquisa reveladora
O rendimento domiciliar per capita é calculado como a razão entre o total dos rendimentos domiciliares (em termos nominais
) e o total dos moradores. São considerados os rendimentos de trabalho e de outras fontes de todos os moradores, inclusive os classificados como pensionistas, empregados domésticos e parentes dos empregados domésticos.
Os valores foram obtidos a partir dos rendimentos brutos efetivamente recebidos no mês de referência da pesquisa, acumulando as informações das primeiras entrevistas do 1o, 2o, 3o e 4o trimestres da PNAD Contínua de 2017.
A PNAD Contínua é uma pesquisa domiciliar que, a cada trimestre, capta informações socioeconômicas e demográficas em cerca de 211 mil domicílios, em aproximadamente 16 mil setores censitários, distribuídos em cerca de 3,5 mil municípios.
Com informações do IBGE