Homem que jogou água fervendo em partes íntimas de ex-mulher tenta liberdade no interior do Acre

Jessé Saldanha Nogueira continua preso

Após quase três meses, o ex-marido da cuidadora de idosos Agerlândia Miranda, Jessé Saldanha Nogueira continua preso. Ele é acusado de jogar água fervendo em cima da mulher, que teve queimaduras de terceiro grau nas pernas e partes íntimas. A agressão teria sido motivada por ciúmes.

No último dia 17, houve uma audiência e a sentença deve sair nos próximos dias. Enquanto isso, a defesa de Nogueira tenta a revogar a prisão preventiva dele. Nogueira permanece preso na unidade Evaristo de Moraes, em Sena Madureira.

O caso aconteceu no dia 12 de fevereiro em Sena Madureira, interior do Acre, durante uma briga do casal. No dia 24 de fevereiro, a Polícia Civil do Acre pediu a prisão preventiva de Nogueira após um laudo apontar que a vítima sofreu lesões graves.

O Ministério Público do Acre (MP-AC) denunciou o suspeito por lesão gravíssima. A denúncia, assinada pela promotora Juliana Barbosa Hoff, da Promotoria de Justiça Criminal, pronuncia Nogueira por lesão gravíssima devido à “deformidade permanente”.

Defesa

O advogado de Nogueira, Márcio Vasconcelos, alegou que não existe um laudo confirmando a deformidade apontada pelo MP-AC. A defesa quer ainda derrubar uma das qualificadores do crime, que diz que a lesão resulta na incapacidade por mais de 30 dias.

“Com 20 dias voltou a trabalhar e ela disse isso na audiência. Então, pedi a desclassificação do crime para lesão corporal leve”, explica.

O advogado acrescentou também que fez um pedido de revogação de prisão. Segundo ele, o cliente alega que foi se defender durante a briga quando a água caiu nas partes íntimas da mulher.

“Ele está super arrependido. Mas, a versão dele não mudou em nada. Disse que ela que foi pra cima dele e a água acabou caindo”, explica.

A versão do suspeito é que ele tinha esquentado água para jogar em uma casa de formiga, quando a mulher chegou e iniciou uma discussão. O advogado disse que foram juntadas imagens e depoimentos, inclusive, das crianças que comprovam a versão do suspeito.

Constrangimento

Ao G1, Agerlândia falou que tenta seguir a vida após as agressões. Ela contou que já voltou a trabalhar e está se dedicando às filhas, mas em alguns momentos se sente constrangida e com vergonha por causa das marcas que ficaram nas pernas.

“Tenho vergonha de usar uma roupa um pouco mais curta porque as pessoas ficam me olhando e muitas pessoas falam besteira. Não me sinto bem com isso”, lamentou.

A cuidadora explicou ainda que não existe previsão para ser atendida por um cirurgião plástico, já que a consulta marcada assim que saiu do hospital não aconteceu.

“Tudo mudou, porque vou carregar esse trauma pro resto da minha vida. Sempre quando falo desse assunto não me sinto bem. Até mesmo quando teve a audiência não me senti bem em lembrar tudo que aconteceu”, relembrou.

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Publicado por
G1 Acre